Por Sandra Brandão, no site Vermelho:
O governo golpista se supera, a cada dia, em seu propósito de inviabilizar o futuro do Brasil. Na véspera do Natal, o Estadão publicou matéria relatando que estão em curso discussões sobre mudanças na taxa de juros adotada pelo BNDES. Querem, em empréstimos de longo prazo, aproximar a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) da Selic e das taxas praticadas pelo mercado que remuneram títulos da dívida pública.
Fernando Brito, do "Tijolaço", repercute a matéria e alerta que, se isto ocorrer, não haverá mais investimentos em infraestrutura no Brasil. Os estragos que esta decisão, se implementada, irá causar farão o Brasil retroceder décadas.
Investimentos de maturação longa ou de alto risco não são realizados, em nenhum lugar do mundo, com taxas de juros como as praticadas no mercado doméstico brasileiro. As taxas de juros no Brasil inibem os investimentos produtivos e, especialmente, aqueles em infraestrutura. Ao inviabilizá-los faz sobrar mais dinheiro para aplicações financeiras. Portanto, a TJLP mais elevada é um convite irrecusável ao rentismo e só beneficia os bancos.
Um elevado custo do financiamento aos investimentos produtivos e em infraestrutura em nosso mercado bancário exigiria taxa de retorno desse investimento extremamente alta. Na maioria das vezes, torna inviáveis os projetos necessários ao crescimento do País, seja pelas tarifas estratosféricas exigidas, seja pela perda de competitividade que acarretam. Se os investimentos fossem facilmente viabilizados com taxas de mercado como as nossas, caberia perguntar por que os bancos privados no Brasil não financiam mais intensamente o investimento. O setor financeiro privado não oferece, atualmente, financiamento em prazo e taxas compatíveis com a sustentabilidade dos investimentos de longo prazo. Para eles é muito mais cômodo e seguro girar a dívida pública, financiar o Estado. Por sua vez, o mercado de capitais ainda não mobiliza recursos em volume suficiente para financiar o desenvolvimento produtivo no País.
Tem razão o "Tijolaço". Igualar o custo do crédito do BNDES às taxas de mercado significará, na prática, extinguir a principal fonte de financiamento ao investimento de longo prazo no Brasil. Significará sucatear ainda mais nossa estrutura produtiva e nossa infraestrutura. Significará reduzir ainda mais a competitividade do País e inibir a geração de emprego para as brasileiras e brasileiros. Todos pagaremos o pato!
* Sandra Brandão foi chefe de gabinete da presidenta Dilma, é economista e analista da Fundação Seade. Fonte: Blog do Alvorada.
O governo golpista se supera, a cada dia, em seu propósito de inviabilizar o futuro do Brasil. Na véspera do Natal, o Estadão publicou matéria relatando que estão em curso discussões sobre mudanças na taxa de juros adotada pelo BNDES. Querem, em empréstimos de longo prazo, aproximar a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) da Selic e das taxas praticadas pelo mercado que remuneram títulos da dívida pública.
Fernando Brito, do "Tijolaço", repercute a matéria e alerta que, se isto ocorrer, não haverá mais investimentos em infraestrutura no Brasil. Os estragos que esta decisão, se implementada, irá causar farão o Brasil retroceder décadas.
Investimentos de maturação longa ou de alto risco não são realizados, em nenhum lugar do mundo, com taxas de juros como as praticadas no mercado doméstico brasileiro. As taxas de juros no Brasil inibem os investimentos produtivos e, especialmente, aqueles em infraestrutura. Ao inviabilizá-los faz sobrar mais dinheiro para aplicações financeiras. Portanto, a TJLP mais elevada é um convite irrecusável ao rentismo e só beneficia os bancos.
Um elevado custo do financiamento aos investimentos produtivos e em infraestrutura em nosso mercado bancário exigiria taxa de retorno desse investimento extremamente alta. Na maioria das vezes, torna inviáveis os projetos necessários ao crescimento do País, seja pelas tarifas estratosféricas exigidas, seja pela perda de competitividade que acarretam. Se os investimentos fossem facilmente viabilizados com taxas de mercado como as nossas, caberia perguntar por que os bancos privados no Brasil não financiam mais intensamente o investimento. O setor financeiro privado não oferece, atualmente, financiamento em prazo e taxas compatíveis com a sustentabilidade dos investimentos de longo prazo. Para eles é muito mais cômodo e seguro girar a dívida pública, financiar o Estado. Por sua vez, o mercado de capitais ainda não mobiliza recursos em volume suficiente para financiar o desenvolvimento produtivo no País.
Tem razão o "Tijolaço". Igualar o custo do crédito do BNDES às taxas de mercado significará, na prática, extinguir a principal fonte de financiamento ao investimento de longo prazo no Brasil. Significará sucatear ainda mais nossa estrutura produtiva e nossa infraestrutura. Significará reduzir ainda mais a competitividade do País e inibir a geração de emprego para as brasileiras e brasileiros. Todos pagaremos o pato!
* Sandra Brandão foi chefe de gabinete da presidenta Dilma, é economista e analista da Fundação Seade. Fonte: Blog do Alvorada.
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