Por Altamiro Borges
A mídia chapa-branca até tentou suavizar o impacto dos primeiros vazamentos das “delações premiadas” dos executivos da Odebrecht. Mas não dá para esconder: eles atingiram em cheio o usurpador Michel Temer. Tanto que o procurador-geral da República, o sempre suspeito Rodrigo Janot, não teve como escapar. Segundo matéria da Folha deste domingo (5), ele decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar pelo menos dois ministros do covil golpista, “além de senadores do PMDB e do PSDB, todos citados nas delações da Odebrecht... Da equipe de Temer, conforme a Folha apurou, já estão na lista da PGR os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)”.
Ainda de acordo com a reportagem, “outros ministros podem aparecer. Por exemplo, Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Inovação) – a Procuradoria, por enquanto, estuda esse caso. Da bancada do PMDB no Congresso, a PGR quer investigar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), o líder do partido e ex-presidente, Renan Calheiros (AL), e os senadores Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR). Integram também a lista os tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG)”. A Folha golpista até faz um esforço para diluir o estrago no covil golpista, citando também a ex-presidenta Dilma e alguns dos seus ministros. Mas o que pode incendiar o cenário político nas próximas semanas é a citação de ministros e aliados do Judas Michel Temer.
Segundo a reportagem da Folha, “a estratégia de Janot é tentar entregar, na próxima semana, todos os pedidos de uma vez ao relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin. O número de solicitações ao ministro do Supremo pode passar de 40. Os detalhes sobre os inquéritos devem ser concluídos até esta segunda-feira (6) em Brasília. O procurador-geral vai sugerir diligências, incluindo depoimentos e quebra de sigilos bancário e fiscal. Cada solicitação vai conter documentos e gravações referentes ao nome a ser investigado – caberá ao ministro Fachin decidir ou pela abertura dos inquéritos e ou pela manutenção de seu sigilo. A PGR pretende preservar o segredo das informações que não podem ser reveladas na fase de investigação”.
Sem maior escarcéu – até poderia virar o título –, a matéria ainda apresenta uma hipótese bombástica. “De acordo com quem tem acesso às delações, Janot e sua equipe estudam a viabilidade jurídica de incluir ou não o nome do presidente Michel Temer como alvo de inquérito. Pela Constituição, o presidente da República não pode ser investigado por atos cometidos fora do período do mandato... As delações da Odebrecht incluem o peemedebista em episódios quando ele era vice-presidente – por exemplo, um jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht, em 2014. E quando ainda era deputado e candidato a vice da petista em 2010, ano em que teria participado de uma reunião com a empreiteira para discutir repasse de recursos”.
Caso Rodrigo Janot opte por limpar a barra de Michel Temer, sua conivência com a “suruba” golpista – como registrou um dos chefes do “golpe dos corruptos”, o senador Romero Jucá – ficará explícita. Só mesmo os mais tacanhos “midiotas” acreditarão na inocência no Judas e na imparcialidade do procurador-geral da República. Até mesmo o jornalista Clóvis Rossi, membro do Conselho Editorial da Folha e ferrenho inimigo do “populismo petista”, avalia que esta hipótese seria desastrosa. Em artigo publicado também no domingo, o jornalista que já nutriu esperanças no covil golpista afirma:
*****
O então presidente do PMDB, um certo Michel Temer, admite publicamente ter pedido contribuição de campanha a Marcelo Odebrecht, presidente de uma empreiteira atolada no maior esquema de corrupção jamais revelado neste país. A empreiteira, como era inevitável, aceitou contribuir, conforme vazou, com abundância de detalhes. Temer defende-se dizendo que a “contribuição” foi legal, devidamente declarada e não parte de um esquema de propina e/ou caixa 2. Dá para acreditar? Claro que não, se se considerar nota oficial da Odebrecht, em que ela “reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial”.
Mais: a nota afirma também que o sistema partidário-eleitoral do Brasil é "ilegal e ilegítimo". Só mesmo o mais rematado tolo acreditaria que, com todos os outros políticos, a empreiteira cometeu uma agressão à honestidade e à ética, mas não com Temer, certo? No entanto, a maior parte do mundo político e empresarial se finge de tolo rematado, assobia e olha para o lado, em vez de armar o escândalo correspondente à revelação pública de uma inaceitável promiscuidade entre uma autoridade e uma empresa privada que faz negócios com o governo.
(...)
O grande nó da República é que, se a política está podre, a solução sempre estará na política, até que alguém invente algum modelo melhor de intermediação entre Estado e sociedade. O que é inadmissível é o silêncio sobre as ligações do presidente da República e de todo o seu círculo íntimo com escândalos. É de um cinismo intolerável o raciocínio que se ouve em certos círculos no sentido de ‘deixa o Temer pra lá, afinal ele mudou as expectativas e está fazendo ou tentando fazer as reformas’. Por enquanto, aliás, as expectativas que mudaram foram as do tal de mercado, assim como ‘reformas’ é a palavra-muleta à qual se recorre sempre quando há uma crise qualquer.
*****
De fato, só mesmo o mais “rematado tolo” acredita na inocência de Michel Temer – tanto hoje, como antes do impeachment de Dilma. O “golpe dos corruptos” foi executado exatamente para impor uma agenda de “reformas” – que só interessa ao deus-mercado – e para “estancar a sangria” das investigações de corrupção, como confessou o falastrão Romero Jucá. Diante de tantas evidências – como aponta o antipetista Clóvis Rossi – fica a pergunta: Rodrigo Janot vai tomar as providências cabíveis, incriminando ministros, aliados e o próprio Michel Temer, ou ele também aderiu à “suruba” dos golpistas? Até hoje, o procurador-geral nunca demonstrou isenção neste processo. Vai mudar de postura? Duvido, mas não custa conferir!
Em tempo: Enquanto a mídia nativa segue tentando diminuir o impacto dos vazamentos contra o usurpador Michel Temer, a imprensa mundial insiste na gravidade da crise política no país. Na semana passada, a agência de notícias Reuters distribuiu um texto, publicado em mais de 7.570 sites e até pelo influente New York Times, afirmando que o presidente ilegítimo joga com o tempo para evitar que a Justiça Eleitoral conclua o julgamento da ação movida pelo PSDB, hoje o principal sócio do covil golpista, e que pode resultar em seu afastamento da Presidência da República.
*****
Leia também:
- Janot é o jacaré da derrubada de Dilma
- Janot quer investigar Aécio. Puro teatro!
- Moro e Janot servem aos interesses dos EUA
- Janot, Aécio e a conta em Liechtenstein
- O xadrez da bala de prata de Janot
- A nova jogada de Janot para o golpe
- Janot pede a cabeça de Cunha. Demorou!
- Janot e o pau que não bate em tucanos
- Janot age como chefe da arbitrariedade
- Janot vai investigar Aécio Neves. Será?
- Janot investigará Aécio? Duvido!
- Janot e os inquéritos contra Aécio
- Ameaças de morte e propinas. Cadê Janot?
A mídia chapa-branca até tentou suavizar o impacto dos primeiros vazamentos das “delações premiadas” dos executivos da Odebrecht. Mas não dá para esconder: eles atingiram em cheio o usurpador Michel Temer. Tanto que o procurador-geral da República, o sempre suspeito Rodrigo Janot, não teve como escapar. Segundo matéria da Folha deste domingo (5), ele decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar pelo menos dois ministros do covil golpista, “além de senadores do PMDB e do PSDB, todos citados nas delações da Odebrecht... Da equipe de Temer, conforme a Folha apurou, já estão na lista da PGR os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)”.
Ainda de acordo com a reportagem, “outros ministros podem aparecer. Por exemplo, Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Inovação) – a Procuradoria, por enquanto, estuda esse caso. Da bancada do PMDB no Congresso, a PGR quer investigar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), o líder do partido e ex-presidente, Renan Calheiros (AL), e os senadores Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR). Integram também a lista os tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG)”. A Folha golpista até faz um esforço para diluir o estrago no covil golpista, citando também a ex-presidenta Dilma e alguns dos seus ministros. Mas o que pode incendiar o cenário político nas próximas semanas é a citação de ministros e aliados do Judas Michel Temer.
Segundo a reportagem da Folha, “a estratégia de Janot é tentar entregar, na próxima semana, todos os pedidos de uma vez ao relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin. O número de solicitações ao ministro do Supremo pode passar de 40. Os detalhes sobre os inquéritos devem ser concluídos até esta segunda-feira (6) em Brasília. O procurador-geral vai sugerir diligências, incluindo depoimentos e quebra de sigilos bancário e fiscal. Cada solicitação vai conter documentos e gravações referentes ao nome a ser investigado – caberá ao ministro Fachin decidir ou pela abertura dos inquéritos e ou pela manutenção de seu sigilo. A PGR pretende preservar o segredo das informações que não podem ser reveladas na fase de investigação”.
Sem maior escarcéu – até poderia virar o título –, a matéria ainda apresenta uma hipótese bombástica. “De acordo com quem tem acesso às delações, Janot e sua equipe estudam a viabilidade jurídica de incluir ou não o nome do presidente Michel Temer como alvo de inquérito. Pela Constituição, o presidente da República não pode ser investigado por atos cometidos fora do período do mandato... As delações da Odebrecht incluem o peemedebista em episódios quando ele era vice-presidente – por exemplo, um jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht, em 2014. E quando ainda era deputado e candidato a vice da petista em 2010, ano em que teria participado de uma reunião com a empreiteira para discutir repasse de recursos”.
Caso Rodrigo Janot opte por limpar a barra de Michel Temer, sua conivência com a “suruba” golpista – como registrou um dos chefes do “golpe dos corruptos”, o senador Romero Jucá – ficará explícita. Só mesmo os mais tacanhos “midiotas” acreditarão na inocência no Judas e na imparcialidade do procurador-geral da República. Até mesmo o jornalista Clóvis Rossi, membro do Conselho Editorial da Folha e ferrenho inimigo do “populismo petista”, avalia que esta hipótese seria desastrosa. Em artigo publicado também no domingo, o jornalista que já nutriu esperanças no covil golpista afirma:
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O então presidente do PMDB, um certo Michel Temer, admite publicamente ter pedido contribuição de campanha a Marcelo Odebrecht, presidente de uma empreiteira atolada no maior esquema de corrupção jamais revelado neste país. A empreiteira, como era inevitável, aceitou contribuir, conforme vazou, com abundância de detalhes. Temer defende-se dizendo que a “contribuição” foi legal, devidamente declarada e não parte de um esquema de propina e/ou caixa 2. Dá para acreditar? Claro que não, se se considerar nota oficial da Odebrecht, em que ela “reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial”.
Mais: a nota afirma também que o sistema partidário-eleitoral do Brasil é "ilegal e ilegítimo". Só mesmo o mais rematado tolo acreditaria que, com todos os outros políticos, a empreiteira cometeu uma agressão à honestidade e à ética, mas não com Temer, certo? No entanto, a maior parte do mundo político e empresarial se finge de tolo rematado, assobia e olha para o lado, em vez de armar o escândalo correspondente à revelação pública de uma inaceitável promiscuidade entre uma autoridade e uma empresa privada que faz negócios com o governo.
(...)
O grande nó da República é que, se a política está podre, a solução sempre estará na política, até que alguém invente algum modelo melhor de intermediação entre Estado e sociedade. O que é inadmissível é o silêncio sobre as ligações do presidente da República e de todo o seu círculo íntimo com escândalos. É de um cinismo intolerável o raciocínio que se ouve em certos círculos no sentido de ‘deixa o Temer pra lá, afinal ele mudou as expectativas e está fazendo ou tentando fazer as reformas’. Por enquanto, aliás, as expectativas que mudaram foram as do tal de mercado, assim como ‘reformas’ é a palavra-muleta à qual se recorre sempre quando há uma crise qualquer.
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De fato, só mesmo o mais “rematado tolo” acredita na inocência de Michel Temer – tanto hoje, como antes do impeachment de Dilma. O “golpe dos corruptos” foi executado exatamente para impor uma agenda de “reformas” – que só interessa ao deus-mercado – e para “estancar a sangria” das investigações de corrupção, como confessou o falastrão Romero Jucá. Diante de tantas evidências – como aponta o antipetista Clóvis Rossi – fica a pergunta: Rodrigo Janot vai tomar as providências cabíveis, incriminando ministros, aliados e o próprio Michel Temer, ou ele também aderiu à “suruba” dos golpistas? Até hoje, o procurador-geral nunca demonstrou isenção neste processo. Vai mudar de postura? Duvido, mas não custa conferir!
Em tempo: Enquanto a mídia nativa segue tentando diminuir o impacto dos vazamentos contra o usurpador Michel Temer, a imprensa mundial insiste na gravidade da crise política no país. Na semana passada, a agência de notícias Reuters distribuiu um texto, publicado em mais de 7.570 sites e até pelo influente New York Times, afirmando que o presidente ilegítimo joga com o tempo para evitar que a Justiça Eleitoral conclua o julgamento da ação movida pelo PSDB, hoje o principal sócio do covil golpista, e que pode resultar em seu afastamento da Presidência da República.
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- Janot é o jacaré da derrubada de Dilma
- Janot quer investigar Aécio. Puro teatro!
- Moro e Janot servem aos interesses dos EUA
- Janot, Aécio e a conta em Liechtenstein
- O xadrez da bala de prata de Janot
- A nova jogada de Janot para o golpe
- Janot pede a cabeça de Cunha. Demorou!
- Janot e o pau que não bate em tucanos
- Janot age como chefe da arbitrariedade
- Janot vai investigar Aécio Neves. Será?
- Janot investigará Aécio? Duvido!
- Janot e os inquéritos contra Aécio
- Ameaças de morte e propinas. Cadê Janot?
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