Por Altamiro Borges
O programa “Pânico” sempre fez um “humorismo” invasivo, que debocha das pessoas, “brinca” com a desgraça alheia e difunde estereótipos machistas e racistas. No domingo passado (29), porém, ele evitou as piadinhas de mau gosto sobre o seu próprio fim. Preferiu o silêncio diante da notícia de que a Band não renovará seu contrato, previsto para terminar no final de 2018, devido à queda da audiência e à grave crise financeira vivida pela emissora da famiglia Saad. A cena curiosa, que reforça o ditado popular de que “pimenta no dos outros é refresco”, foi registrada por Mauricio Stycer em seu blog: “Assunto da semana no meio da televisão, a notícia de que a Band não pretende renovar com o ‘Pânico’ passou em branco pelo programa exibido na noite deste domingo”.
Como apontou Daniel Castro, do site “Notícias da TV”, a morte do quadro já era esperada. Ao longo de 2017, ele perdeu 35% dos anunciantes e deve fechar o ano com um rombo de R$ 15 milhões. A decisão da emissora é trágica para os trabalhadores. “Para mais de 50 pessoas que integram a equipe do ‘Pânico na Band’, o iminente fim do programa é um verdadeiro pesadelo profissional. Para Tutinha, Emílio e uma pequena parte dos humoristas, como Carioca, não há preocupações financeiras. No caso dos dois primeiros, porque já são milionários... Mas para dezenas de funcionários básicos, como redatores, editores, humoristas iniciantes e mesmo as modelos panicats, o fim do programa é crítico”, lamenta Ricardo Feltrin.
Em matéria postada no UOL nesta quarta-feira (1), ele mostra a gravidade da situação. “Quase todos vão ficar desempregados por um bom tempo, já que quase todas as TVs abertas e fechadas estão promovendo cortes de gastos e de pessoal justamente nos últimos meses. No caso dos artistas eles também perderão algo tão valioso quanto o salário: a visibilidade e os eventuais ganhos adicionais que ela permite. A coluna conversou em off com alguns funcionários e todos são unânimes em dizer que o clima atrás das câmeras é de muita tristeza e insegurança”. Há também revolta contra a famiglia Saad, que rasgou o contrato de forma arbitrária – o que pode gerar inclusive um processo na Justiça do Trabalho. Ainda de acordo com Ricardo Feltrin:
“Executivos da Band estão nos últimos dias em contato com Tutinha e Emílio, os donos do formato, para tentar negociar uma solução pacífica para rescindir o contrato... O que há é uma discussão que envolva de fato algum valor indenizatório a ser pago ao grupo, mas que seja menor que os estimados R$ 10 milhões previstos caso a rescisão seja litigiosa. Extraoficialmente, os executivos dizem não ter interesse em se engalfinhar em uma disputa judicial com Tutinha (também dono da rádio Jovem Pan) por dois motivos: 1) um processo desses acabará não sendo muito longo, mas será muito caro; 2) a Band está ciente de que vai acabar perdendo ação e no final das contas terá de pagar não apenas a rescisão total, mas juros, correção e até as custas do processo”.
*****
Leia também:
- Racismo do “Pânico” não tem perdão!
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- "Pânico na TV" é condenado pela Justiça
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- Band mata o 'CQC' e demite equipe
O programa “Pânico” sempre fez um “humorismo” invasivo, que debocha das pessoas, “brinca” com a desgraça alheia e difunde estereótipos machistas e racistas. No domingo passado (29), porém, ele evitou as piadinhas de mau gosto sobre o seu próprio fim. Preferiu o silêncio diante da notícia de que a Band não renovará seu contrato, previsto para terminar no final de 2018, devido à queda da audiência e à grave crise financeira vivida pela emissora da famiglia Saad. A cena curiosa, que reforça o ditado popular de que “pimenta no dos outros é refresco”, foi registrada por Mauricio Stycer em seu blog: “Assunto da semana no meio da televisão, a notícia de que a Band não pretende renovar com o ‘Pânico’ passou em branco pelo programa exibido na noite deste domingo”.
Como apontou Daniel Castro, do site “Notícias da TV”, a morte do quadro já era esperada. Ao longo de 2017, ele perdeu 35% dos anunciantes e deve fechar o ano com um rombo de R$ 15 milhões. A decisão da emissora é trágica para os trabalhadores. “Para mais de 50 pessoas que integram a equipe do ‘Pânico na Band’, o iminente fim do programa é um verdadeiro pesadelo profissional. Para Tutinha, Emílio e uma pequena parte dos humoristas, como Carioca, não há preocupações financeiras. No caso dos dois primeiros, porque já são milionários... Mas para dezenas de funcionários básicos, como redatores, editores, humoristas iniciantes e mesmo as modelos panicats, o fim do programa é crítico”, lamenta Ricardo Feltrin.
Em matéria postada no UOL nesta quarta-feira (1), ele mostra a gravidade da situação. “Quase todos vão ficar desempregados por um bom tempo, já que quase todas as TVs abertas e fechadas estão promovendo cortes de gastos e de pessoal justamente nos últimos meses. No caso dos artistas eles também perderão algo tão valioso quanto o salário: a visibilidade e os eventuais ganhos adicionais que ela permite. A coluna conversou em off com alguns funcionários e todos são unânimes em dizer que o clima atrás das câmeras é de muita tristeza e insegurança”. Há também revolta contra a famiglia Saad, que rasgou o contrato de forma arbitrária – o que pode gerar inclusive um processo na Justiça do Trabalho. Ainda de acordo com Ricardo Feltrin:
“Executivos da Band estão nos últimos dias em contato com Tutinha e Emílio, os donos do formato, para tentar negociar uma solução pacífica para rescindir o contrato... O que há é uma discussão que envolva de fato algum valor indenizatório a ser pago ao grupo, mas que seja menor que os estimados R$ 10 milhões previstos caso a rescisão seja litigiosa. Extraoficialmente, os executivos dizem não ter interesse em se engalfinhar em uma disputa judicial com Tutinha (também dono da rádio Jovem Pan) por dois motivos: 1) um processo desses acabará não sendo muito longo, mas será muito caro; 2) a Band está ciente de que vai acabar perdendo ação e no final das contas terá de pagar não apenas a rescisão total, mas juros, correção e até as custas do processo”.
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