Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A entrevista em que, na Folha, Henrique Meirelles produz o “autolançamento” de sua candidatura a presidente é um retrato pronto e acabado das pretensões tecnocráticas sobre o Brasil.
“Dono do país”, Meirelles, do alto de sua portentosa intenção de voto de 1% e do crescimento de 0,1% do PIB, proclama seu direito imperial de ser o legítimo detentor do “legado” do governo Michel Temer.
Logo ele que, quando surgiu a ameaça de cassação do atual presidente pelas denúncias da JBS (que ele presidia, até 2016), ofereceu-se logo para continuar no cargo.
Tão “legítimo” legatário do presidente ilegítimo se acha que dá logo um “chega pra lá” na amizade “colorida” de Geraldo Alckmin com Temer:
(…) uma coisa é o apoio a determinadas reformas, outra é o apoio à política econômica atual, com todas as suas medidas e consequências. Não há, pelo menos até o momento, um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas e do legado de crescimento com compromisso de continuidade.
Vai além do “eu sou do Temer”, vai ao “o Temer é meu”.
Além de pretensiosa, uma declaração de enorme estupidez política, às vésperas da “última chance” de aprovar a reforma presidencial, deixando claro ao tucanato que o governo quer dele o papel de “bucha de canhão” de uma decisão impopular para apresentar a ele, Meirelles, como o “herói da reforma” diante do mercado.
À espera do milagre de um crescimento veloz da economia - aqui não se discutem questões de pura fé -, o autocandidato diz que o povo o espera: “A grande maioria da população ainda aguarda um candidato que não tenha posições extremadas e que vai refletir essa posição de comprometimento com o crescimento do país”.
E, claro, “este cara sou eu!”.
Triste a situação de um país que, escancaradamente, tem a economia e a Justiça regida por interesses eleitorais, embora com um diáfano verniz de que são tratadas por um olhar “técnico”.
A viabilidade política de Meirelles, no quadro de hoje, é risível e não dá a ele a menor condição de sustentar a soberba que manifesta em sua entrevista, inclusive ao tratar Rodrigo Maia como “um garoto de futuro”.
Mas isso não impedirá que haja quem o leve a sério, até porque contam com que a ânsia de ser o candidato “do mercado” alargará as possibilidade de ganhos financeiros e de mais avanço sobre o patrimônio público para os donos do dinheiro.
A entrevista em que, na Folha, Henrique Meirelles produz o “autolançamento” de sua candidatura a presidente é um retrato pronto e acabado das pretensões tecnocráticas sobre o Brasil.
“Dono do país”, Meirelles, do alto de sua portentosa intenção de voto de 1% e do crescimento de 0,1% do PIB, proclama seu direito imperial de ser o legítimo detentor do “legado” do governo Michel Temer.
Logo ele que, quando surgiu a ameaça de cassação do atual presidente pelas denúncias da JBS (que ele presidia, até 2016), ofereceu-se logo para continuar no cargo.
Tão “legítimo” legatário do presidente ilegítimo se acha que dá logo um “chega pra lá” na amizade “colorida” de Geraldo Alckmin com Temer:
(…) uma coisa é o apoio a determinadas reformas, outra é o apoio à política econômica atual, com todas as suas medidas e consequências. Não há, pelo menos até o momento, um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas e do legado de crescimento com compromisso de continuidade.
Vai além do “eu sou do Temer”, vai ao “o Temer é meu”.
Além de pretensiosa, uma declaração de enorme estupidez política, às vésperas da “última chance” de aprovar a reforma presidencial, deixando claro ao tucanato que o governo quer dele o papel de “bucha de canhão” de uma decisão impopular para apresentar a ele, Meirelles, como o “herói da reforma” diante do mercado.
À espera do milagre de um crescimento veloz da economia - aqui não se discutem questões de pura fé -, o autocandidato diz que o povo o espera: “A grande maioria da população ainda aguarda um candidato que não tenha posições extremadas e que vai refletir essa posição de comprometimento com o crescimento do país”.
E, claro, “este cara sou eu!”.
Triste a situação de um país que, escancaradamente, tem a economia e a Justiça regida por interesses eleitorais, embora com um diáfano verniz de que são tratadas por um olhar “técnico”.
A viabilidade política de Meirelles, no quadro de hoje, é risível e não dá a ele a menor condição de sustentar a soberba que manifesta em sua entrevista, inclusive ao tratar Rodrigo Maia como “um garoto de futuro”.
Mas isso não impedirá que haja quem o leve a sério, até porque contam com que a ânsia de ser o candidato “do mercado” alargará as possibilidade de ganhos financeiros e de mais avanço sobre o patrimônio público para os donos do dinheiro.
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