Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Henrique Meirelles, pato novo na política, mergulhou muito fundo ao dizer que Alckmin não será o candidato do governo. Acabou dando aos tucanos pretexto para se fingir de ofendidos e não votar a reforma previdenciária. Não tendo os 308 votos necessários, Temer está recorrendo ao que sabe fazer: usar o dinheiro público, o nosso dinheiro, para aliciar prefeitos e deputados a favor da reforma que, mesmo mitigada, imporá mais tempo de trabalho aos contribuintes do INSS, exigindo 40 anos de contribuição para uma aposentadoria pelo teto. Quem se aposentar mais cedo perderá cerca de 30% do rendimento. Temer também está pressionando os partidos do Centrão a fechar questão a favor da reforma, ameaçando os eventuais infiéis com a perda dos recursos do fundo eleitoral, que serão vitais na eleição do ano que vem. Os deputados estão se sentindo chantageados com esta pressão.
Em 2018, o apoio de um prefeito também valerá ouro para um deputado que buscará se reeleger. Apostando na pressão que podem fazer sobre os deputados, o governo vai liberar mais R$ 3 bilhões para os prefeitos gastarem nos municípios em 2018, de olho na campanha de 2020. Esta jogada também está incomodando a base. Os deputados não querem se indispor com os eleitores aprovando a reforma mas também não querem atritos com os prefeitos, de quem vão precisar muito como cabos eleitorais.
E, por fim, apesar do rombo fiscal, mais emendas orçamentárias de deputados serão liberadas ainda este ano. O balcão de Temer já garantiu a rejeição de duas denúncias, mas duvido que agora ele consiga comprar os votos que faltam para aprovar uma emenda constitucional. Nas duas denúncias, ganhou com menos de 308 votos. Com as defecções na base aliada, e sem os votos do PSDB, as chances de aprovação são baixíssimas.
Partidos como o PP, PTB e PR estão mais propensos a fechar questão a favor da reforma. O PSD, o PRB e o próprio PMDB de Temer resistem, e se não adotarem a medida, os outros é que não vão se imolar sozinhos. Se tiverem que punir seus deputados infiéis, vão empurrá-los para outras siglas, pois agora o prazo para mudança de partido vai até 7 de abril.
No fundo, muitos aliados acham que Temer está apenas fingindo que é um reformista persistente e que seu governo tem algum propósito, embora saiba que não tem mais capital política para aprovar reforma nenhuma. O que tinha, gastou para garantir sua sobrevivência, na rejeição das denúncias de corrupção. O que ele quer é poder dizer: bem que eu tentei.
Henrique Meirelles, pato novo na política, mergulhou muito fundo ao dizer que Alckmin não será o candidato do governo. Acabou dando aos tucanos pretexto para se fingir de ofendidos e não votar a reforma previdenciária. Não tendo os 308 votos necessários, Temer está recorrendo ao que sabe fazer: usar o dinheiro público, o nosso dinheiro, para aliciar prefeitos e deputados a favor da reforma que, mesmo mitigada, imporá mais tempo de trabalho aos contribuintes do INSS, exigindo 40 anos de contribuição para uma aposentadoria pelo teto. Quem se aposentar mais cedo perderá cerca de 30% do rendimento. Temer também está pressionando os partidos do Centrão a fechar questão a favor da reforma, ameaçando os eventuais infiéis com a perda dos recursos do fundo eleitoral, que serão vitais na eleição do ano que vem. Os deputados estão se sentindo chantageados com esta pressão.
Em 2018, o apoio de um prefeito também valerá ouro para um deputado que buscará se reeleger. Apostando na pressão que podem fazer sobre os deputados, o governo vai liberar mais R$ 3 bilhões para os prefeitos gastarem nos municípios em 2018, de olho na campanha de 2020. Esta jogada também está incomodando a base. Os deputados não querem se indispor com os eleitores aprovando a reforma mas também não querem atritos com os prefeitos, de quem vão precisar muito como cabos eleitorais.
E, por fim, apesar do rombo fiscal, mais emendas orçamentárias de deputados serão liberadas ainda este ano. O balcão de Temer já garantiu a rejeição de duas denúncias, mas duvido que agora ele consiga comprar os votos que faltam para aprovar uma emenda constitucional. Nas duas denúncias, ganhou com menos de 308 votos. Com as defecções na base aliada, e sem os votos do PSDB, as chances de aprovação são baixíssimas.
Partidos como o PP, PTB e PR estão mais propensos a fechar questão a favor da reforma. O PSD, o PRB e o próprio PMDB de Temer resistem, e se não adotarem a medida, os outros é que não vão se imolar sozinhos. Se tiverem que punir seus deputados infiéis, vão empurrá-los para outras siglas, pois agora o prazo para mudança de partido vai até 7 de abril.
No fundo, muitos aliados acham que Temer está apenas fingindo que é um reformista persistente e que seu governo tem algum propósito, embora saiba que não tem mais capital política para aprovar reforma nenhuma. O que tinha, gastou para garantir sua sobrevivência, na rejeição das denúncias de corrupção. O que ele quer é poder dizer: bem que eu tentei.
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