Por Sérgio Barroso, no site Vermelho:
Aliás, ontem mesmo o jornal Valor Econômico estampava que “analistas” previam uma alta de 0,3% dessa variável econômica. Frustração completa do grupelho de financistas, que agora passa a chantagear o país difundindo, imediatamente, que se a tal reforma da Previdência não for aprovada, haverá logo, logo elevação da taxa básica de juros!
Tal “comemoração” deve ser somada à constatação oficial de que o crescimento da dívida bruta, de 73,9% para 74,4% do PIB, bateu novo recorde na série histórica iniciada em 2006. Essa dívida do setor público não financeiro subiu de R$ 4,789 trilhões em setembro para R$ 4,837 trilhões em outubro, segundo informou ontem o Banco Central (BC).
Pior ainda: espera-se que esse crescimento atinja nada menos que 75,5% no ano de 2017, e, segundo projeção do FMI, a dívida bruta do país chegará a 91,1% do PIB em dois anos, e atingirá 96,9% em 2022! Também aí o discurso dos golpistas da “austeridade”, contra as “pedaladas” cometidas pela honrada presidenta Dilma Rousseff, revela-se outra manipulação cínica.
Viu-se nesta mesma semana que, no registro de espantosos 12,7 milhões de desempregados, ao invés dos 13,3 milhões registrados (IBGE) no trimestre findo em outubro, 75% dos novos empregos são sem carteira assinada, ou empregos informais, precários.
Propaganda enganosa
Desde logo, é preciso relembrar que ainda no último setembro, o falastrão e entreguista ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista ao jornal Estadão, afirmou textualmente: “Nossa expectativa, e isso é muito importante, é que o Brasil já termine o ano com crescimento acima de 2%” (O Estado de S. Paulo, 17/09/2017).
Ora, todas as fontes de pesquisa e estimativas reconhecem que o país, este ano, não alcançará 1% do crescimento da economia, em verdade, este deverá se situar entre 0,8% a 0,9%.
Recuperação pífia
Desdobrando na sequência alguns dados gerais do PIB, incluindo os hoje divulgados:
a) 1,3% no 1º trimestre: puxado pelo setor agrícola;
b) 0,6% no 2º trimestre: empurrado pela liberação dos recursos de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a queda da inflação, que aumentou a renda real (relativa) da população.
c) 0,1% no 3º trimestre: cujo consumo cresceu 1,2%, note-se, também às custas de novo endividamento das famílias (crédito), e aliado a uma fração restante das contas inativas. Houve, segundo o IBGE, uma alta de 1,6% nos investimentos, o único fator substantivo para uma futura retomada da economia, entretanto um crescimento evidentemente pífio diante da queda histórica que veio a se verificar na taxa de investimentos.
Noutras palavras, o problema crucial é que, segundo pesquisas do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, 18/10/2017): 1) os investimentos (dos primeiros três meses de 2014 ao segundo trimestre de 2017), setor mais afetado da recessão profunda, encolheram 29% e deve ser o último dos componentes do PIB a recuperar as perdas, o que deve ocorrer somente a partir de 2024. 2) O consumo das famílias, responsável por cerca de dois terços do resultado geral do PIB pela ótica da demanda, encolheu 7% e não deve reverter essa perda antes de 2019. 3) A indústria de transformação, que recuou 18% durante a recessão, só se recuperaria em 2021.
Na verdade, a divulgação pelo BC do resultado do PIB do 3º trimestre revela uma preocupante tendência do desempenho da economia brasileira. Pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), também informada esta semana, concluiu com uma “releitura da recessão”, que de 2014 a 2016 a contração do PIB no período foi de 8% e não de 8,6% conforme os indicadores originais do IBGE.
Quer dizer, qualquer análise para a retomada do crescimento econômico brasileiro tem, necessariamente, que partir de uma base anterior depressiva, donde se conclui por outro longo caminho que o Brasil precisa, urgentemente, começar a trilhar.
Desdobrando na sequência alguns dados gerais do PIB, incluindo os hoje divulgados:
a) 1,3% no 1º trimestre: puxado pelo setor agrícola;
b) 0,6% no 2º trimestre: empurrado pela liberação dos recursos de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a queda da inflação, que aumentou a renda real (relativa) da população.
c) 0,1% no 3º trimestre: cujo consumo cresceu 1,2%, note-se, também às custas de novo endividamento das famílias (crédito), e aliado a uma fração restante das contas inativas. Houve, segundo o IBGE, uma alta de 1,6% nos investimentos, o único fator substantivo para uma futura retomada da economia, entretanto um crescimento evidentemente pífio diante da queda histórica que veio a se verificar na taxa de investimentos.
Noutras palavras, o problema crucial é que, segundo pesquisas do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, 18/10/2017): 1) os investimentos (dos primeiros três meses de 2014 ao segundo trimestre de 2017), setor mais afetado da recessão profunda, encolheram 29% e deve ser o último dos componentes do PIB a recuperar as perdas, o que deve ocorrer somente a partir de 2024. 2) O consumo das famílias, responsável por cerca de dois terços do resultado geral do PIB pela ótica da demanda, encolheu 7% e não deve reverter essa perda antes de 2019. 3) A indústria de transformação, que recuou 18% durante a recessão, só se recuperaria em 2021.
Na verdade, a divulgação pelo BC do resultado do PIB do 3º trimestre revela uma preocupante tendência do desempenho da economia brasileira. Pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), também informada esta semana, concluiu com uma “releitura da recessão”, que de 2014 a 2016 a contração do PIB no período foi de 8% e não de 8,6% conforme os indicadores originais do IBGE.
Quer dizer, qualquer análise para a retomada do crescimento econômico brasileiro tem, necessariamente, que partir de uma base anterior depressiva, donde se conclui por outro longo caminho que o Brasil precisa, urgentemente, começar a trilhar.
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