Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é um dos nomes cogitados como candidato alternativo do PT a presidente, caso triunfe o golpe do tapetão judicial contra o ex-presidente Lula. O outro é o ex-ministro e ex-governador Jacques Wagner. A inconsistência do indiciamento de Haddad pelo delegado João Luiz de Moraes Rosa, que o acusa de ter recebido recursos de caixa dois da empreiteira UTC para sua campanha de 2012, incita a dúvida sobre seu objetivo político. Estará em curso um plano maior para inviabilizar candidatos do PT a presidente?
O crime de que o ex-prefeito é acusado tem gravidade menor, e dificilmente haverá tempo para uma condenação em duas instâncias que o impeça de ser candidato a qualquer cargo este ano (embora ele já tenha anunciado que não será candidato). Ainda assim, carimbá-lo como “corrupto” agora, às vésperas do julgamento do recurso de Lula, traz danos políticos importantes para a estratégia eleitoral do PT que, mesmo dizendo não ter plano B, não pode deixar de ter alternativas para o pior dos cenários. Nele, se condenado, Lula usaria o peso de sua popularidade como cabo eleitoral de outro nome do partido. Nada que venha da Lava Jato pode ser visto de forma inocente: tudo neste indiciamento sugere que ele tem um objetivo político concatenado com o esforço para inabilitar Lula e impedir que o PT ou qualquer força de esquerda volte a governar o país.
Em junho do ano passado a Polícia Federal cumpriu mandatos de busca e apreensão em São Paulo, São Caetano e Praia Grande, alcançando, entre outros investigados, o ex-deputado estadual petista Francisco Carlos de Sousa, o Chicão. Em depoimento posterior, ele admitiu ter recebido recursos da UTC para o pagamento de despesas das campanhas municipais do partido de 2012 mas não citou a campanha de Haddad como beneficiária. Pelo contrário, negou categoricamente que isso tivesse acontecido, pois a PF já insistia nesta hipótese.
Haddad, em sua nota de protesto contra o indiciamento, aponta a total ausência de elementos que justifiquem a decisão do delegado. O dono da gráfica acusada negou que tenha recebido recursos da UTC para quitar dívidas da campanha do ex-prefeito. Em sua gestão, antes ainda da suposta doação, a única obra da UTC na prefeitura foi suspensa, o que suprime qualquer motivação da empreiteira para realizar doações ocultas em troca de facilidades. O delegado desconsiderou estas duas alegações importantes e foi em frente. O juiz Sérgio Moro faz escola com a prática de ignorar provas e argumentos da defesa e por isso Lula disse achar que ele é surdo.
Aberto o inquérito, e com Haddad indiciado, as investigações devem ser aprofundadas, podendo resultar em arquivamento ou denúncia. Mas, quando isso acontecer, ainda que venha o arquivamento, o ex-prefeito já terá sido estigmatizado pela suspeita que agora é lançada contra ele. O objetivo político já terá sido cumprido, como já virou costume na guerra política em curso no Brasil.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é um dos nomes cogitados como candidato alternativo do PT a presidente, caso triunfe o golpe do tapetão judicial contra o ex-presidente Lula. O outro é o ex-ministro e ex-governador Jacques Wagner. A inconsistência do indiciamento de Haddad pelo delegado João Luiz de Moraes Rosa, que o acusa de ter recebido recursos de caixa dois da empreiteira UTC para sua campanha de 2012, incita a dúvida sobre seu objetivo político. Estará em curso um plano maior para inviabilizar candidatos do PT a presidente?
O crime de que o ex-prefeito é acusado tem gravidade menor, e dificilmente haverá tempo para uma condenação em duas instâncias que o impeça de ser candidato a qualquer cargo este ano (embora ele já tenha anunciado que não será candidato). Ainda assim, carimbá-lo como “corrupto” agora, às vésperas do julgamento do recurso de Lula, traz danos políticos importantes para a estratégia eleitoral do PT que, mesmo dizendo não ter plano B, não pode deixar de ter alternativas para o pior dos cenários. Nele, se condenado, Lula usaria o peso de sua popularidade como cabo eleitoral de outro nome do partido. Nada que venha da Lava Jato pode ser visto de forma inocente: tudo neste indiciamento sugere que ele tem um objetivo político concatenado com o esforço para inabilitar Lula e impedir que o PT ou qualquer força de esquerda volte a governar o país.
Em junho do ano passado a Polícia Federal cumpriu mandatos de busca e apreensão em São Paulo, São Caetano e Praia Grande, alcançando, entre outros investigados, o ex-deputado estadual petista Francisco Carlos de Sousa, o Chicão. Em depoimento posterior, ele admitiu ter recebido recursos da UTC para o pagamento de despesas das campanhas municipais do partido de 2012 mas não citou a campanha de Haddad como beneficiária. Pelo contrário, negou categoricamente que isso tivesse acontecido, pois a PF já insistia nesta hipótese.
Haddad, em sua nota de protesto contra o indiciamento, aponta a total ausência de elementos que justifiquem a decisão do delegado. O dono da gráfica acusada negou que tenha recebido recursos da UTC para quitar dívidas da campanha do ex-prefeito. Em sua gestão, antes ainda da suposta doação, a única obra da UTC na prefeitura foi suspensa, o que suprime qualquer motivação da empreiteira para realizar doações ocultas em troca de facilidades. O delegado desconsiderou estas duas alegações importantes e foi em frente. O juiz Sérgio Moro faz escola com a prática de ignorar provas e argumentos da defesa e por isso Lula disse achar que ele é surdo.
Aberto o inquérito, e com Haddad indiciado, as investigações devem ser aprofundadas, podendo resultar em arquivamento ou denúncia. Mas, quando isso acontecer, ainda que venha o arquivamento, o ex-prefeito já terá sido estigmatizado pela suspeita que agora é lançada contra ele. O objetivo político já terá sido cumprido, como já virou costume na guerra política em curso no Brasil.
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