Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
O principal fato político da última semana foi a disputa aberta deflagrada entre os quatro pré-candidatos do chamado “centro” – não seria melhor chamar logo de “centrão”? – pelo apoio do governo Temer nas eleições.
Quem lê o noticiário deve imaginar que o presidente vai ser o grande eleitor em 2018, dono de um caminhão de votos, pelo bem que está fazendo ao país, como não se cansa de mostrar a milionária propaganda oficial.
Dá para acreditar? Em que país vivem Meirelles, Maia, Alckmin e Doria?
Do alto dos seus 1% nas pesquisas, Meirelles e Maia se estranharam e trocaram cotoveladas para serem os candidatos do governo.
O tucano Geraldo Alckmin faz o possível para tomar o lugar de João Doria, ambos empacados em índices de um dígito, como candidato preferencial de Temer.
Seria bom que todos eles lessem a pesquisa do Ibope publicada neste domingo no blog de Lauro Jardim.
Nada menos do que 90% dos entrevistados pelo instituto entre os dias 9 e 17 de dezembro em dez capitais responderam que não votariam de jeito nenhum num candidato apoiado por Michel Temer. Apenas 5% poderiam votar.
Para entender esta rejeição a Temer basta olhar outro dado da pesquisa: entre 42 e 44% dos entrevistados consideram o atual governo mais corrupto do que seus antecessores e somente 8% acham que a roubalheira agora é menor.
A pouco mais de nove meses das eleições, não conseguindo apoio engajado nem dentro dos seus próprios partidos, os pré-candidatos governistas vão acabar disputando não o título mas o rebaixamento para a segunda divisão.
Para mudar este cenário surrealista, só se mudarem o regime de governo no tapetão ou tirarem da disputa os dois outros candidatos que lideram a disputa, Lula e Bolsonaro.
Numa semana em que se falou tanto em fake news, temos agora também os fake candidatos governistas.
Vida que segue.
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