Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, está em franca movimentação para se viabilizar como candidato a presidente. Por ora, ainda está longe disso, ainda mais depois que o próprio Temer piscou para o tucano Geraldo Alckmin numa entrevista e sutilmente desdenhou as pretensões de Maia e de Henrique Meirelles. Mas há um imponderável no caminho, que pode impactar a disputa e premiar Maia: caso a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresente uma nova denúncia contra Temer, por conta das cabeludas suspeitas de corrupção no decreto dos portos, alguém acha que desta vez os deputados vão livrar a cara dele, na reta da eleição? Se Temer for afastado, Maia pode assumir a presidência. E ainda que seja por um dia, terá direito a disputar a reeleição no cargo, uma vantagem formidável em qualquer disputa. Pode parecer insólito, mas pode acontecer.
Há probabilidade real de uma terceira denúncia contra Temer? Ninguém pode quantificar esta possibilidade mas, teoricamente, ela existe. Até sexta-feira, dia 19, ele tem que responder às 50 perguntas que lhe foram enviadas pela Polícia Federal, dentro do inquérito pedido por Dodge e que tem como relator no STF o ministro Roberto Barroso. Temer pode optar por não respondê-las, o que equivaleria ao silêncio. São perguntas que terminam com uma abordagem franca e constrangedora.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, está em franca movimentação para se viabilizar como candidato a presidente. Por ora, ainda está longe disso, ainda mais depois que o próprio Temer piscou para o tucano Geraldo Alckmin numa entrevista e sutilmente desdenhou as pretensões de Maia e de Henrique Meirelles. Mas há um imponderável no caminho, que pode impactar a disputa e premiar Maia: caso a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresente uma nova denúncia contra Temer, por conta das cabeludas suspeitas de corrupção no decreto dos portos, alguém acha que desta vez os deputados vão livrar a cara dele, na reta da eleição? Se Temer for afastado, Maia pode assumir a presidência. E ainda que seja por um dia, terá direito a disputar a reeleição no cargo, uma vantagem formidável em qualquer disputa. Pode parecer insólito, mas pode acontecer.
Há probabilidade real de uma terceira denúncia contra Temer? Ninguém pode quantificar esta possibilidade mas, teoricamente, ela existe. Até sexta-feira, dia 19, ele tem que responder às 50 perguntas que lhe foram enviadas pela Polícia Federal, dentro do inquérito pedido por Dodge e que tem como relator no STF o ministro Roberto Barroso. Temer pode optar por não respondê-las, o que equivaleria ao silêncio. São perguntas que terminam com uma abordagem franca e constrangedora.
Na 49ª ele é perguntado se recebeu valores indevidos para editar o decreto que favoreceu concessionários de terminais no porto de Santos. Na última, se autorizou Rodrigo Loures a negociar tais vantagens. O inquérito traz enormes evidências de que o decreto foi acertado com a Rodrimar e com outros empresários do ramo portuário que andaram se reunindo com Temer. Há gravações envolvendo Mesquita, da Rodrimar, e Loures, o homem da mala. Raquel Dodge vai escolher entre arquivar o processo, apesar dos indícios gritantes, ou apresentar uma denúncia contra Temer, Loures e os homens da Rodrimar que se movimentaram pelo decreto.
Se optar por apresentá-la, a situação agora será outra. Temer já não tem capital para comprar votos e os deputados de sua base, já na segunda denúncia, demonstraram sua indisposição para assumir o desgaste com o arquivamento. Ele escapou, com menos votos do que na primeira. Mas, agora, a eleição está mais próxima, deputados já não pensam em outra coisa senão em fazer campanha e buscar votos para a reeleição. Poderiam simplesmente não dar quórum. Não sendo votada, a denúncia pode passar por decurso de prazo.
Um eventual afastamento de Temer, nesta altura do campeonato, não traria nenhum benefício ao Brasil. O golpe já perpetrou muitos males, e além do mais, a agenda de Rodrigo Maia, o substituto eventual, é a mesma: privatização, reforma da previdência, ajuste fiscal, desidratação do Estado. Mas, assumindo a Presidência da República, e podendo disputar a reeleição no cargo, ele seria um candidato sedutor para o capital, o mercado, o status quo. Temer, por sua alta impopularidade, não pode ser candidato, não pode usufruir da grande vantagem da reeleição, que é disputar no cargo, montado na máquina federal. Maia poderia. Neste momento está fechando o apoio dos partidos do Centrão. A pretexto de discutir a reforma previdenciária já conversou com SD, PRB e Valdemar Costa Neto, do PR. Convém, portanto, prestar atenção em seus movimentos e nos de Raquel Dodge.
Temer desdenhou Maia, dizendo que ele está num movimento “se colar, colou”. Piscou para Alckmin mas até agora o tucano não convenceu a centro-direita de que é viável. Hoje mesmo o jornal Globo, em editorial, desdenhou de suas chances. Não une sequer o PSDB, onde o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, insiste em disputar as prévias com ele. Virgílio acha um horror a ideia de que o candidato do PSDB seja apoiado por Temer. Diz não querer o apoio do PMDB, com ou sem o P, em referência ao rebatismo do partido como MDB. De modo que Temer tenta se tornar um protagonista da disputa sem a menor chance de ter êxito.
Meirelles, depois do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelo S&P, queimou boa parte do capital que julgava ter como eventual candidato. a direita começa a se defrontar com a escolha entre Maia e Alckmin. Ou com a reinvenção de um outsider como Luciano Huck.
Nenhum deles, entretanto, é páreo para Lula, contra o qual se arma a violência da inabilitação judicial através da reafirmação, em segunda instância, da condenação sem provas pelo juiz Sergio Moro.
Se optar por apresentá-la, a situação agora será outra. Temer já não tem capital para comprar votos e os deputados de sua base, já na segunda denúncia, demonstraram sua indisposição para assumir o desgaste com o arquivamento. Ele escapou, com menos votos do que na primeira. Mas, agora, a eleição está mais próxima, deputados já não pensam em outra coisa senão em fazer campanha e buscar votos para a reeleição. Poderiam simplesmente não dar quórum. Não sendo votada, a denúncia pode passar por decurso de prazo.
Um eventual afastamento de Temer, nesta altura do campeonato, não traria nenhum benefício ao Brasil. O golpe já perpetrou muitos males, e além do mais, a agenda de Rodrigo Maia, o substituto eventual, é a mesma: privatização, reforma da previdência, ajuste fiscal, desidratação do Estado. Mas, assumindo a Presidência da República, e podendo disputar a reeleição no cargo, ele seria um candidato sedutor para o capital, o mercado, o status quo. Temer, por sua alta impopularidade, não pode ser candidato, não pode usufruir da grande vantagem da reeleição, que é disputar no cargo, montado na máquina federal. Maia poderia. Neste momento está fechando o apoio dos partidos do Centrão. A pretexto de discutir a reforma previdenciária já conversou com SD, PRB e Valdemar Costa Neto, do PR. Convém, portanto, prestar atenção em seus movimentos e nos de Raquel Dodge.
Temer desdenhou Maia, dizendo que ele está num movimento “se colar, colou”. Piscou para Alckmin mas até agora o tucano não convenceu a centro-direita de que é viável. Hoje mesmo o jornal Globo, em editorial, desdenhou de suas chances. Não une sequer o PSDB, onde o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, insiste em disputar as prévias com ele. Virgílio acha um horror a ideia de que o candidato do PSDB seja apoiado por Temer. Diz não querer o apoio do PMDB, com ou sem o P, em referência ao rebatismo do partido como MDB. De modo que Temer tenta se tornar um protagonista da disputa sem a menor chance de ter êxito.
Meirelles, depois do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelo S&P, queimou boa parte do capital que julgava ter como eventual candidato. a direita começa a se defrontar com a escolha entre Maia e Alckmin. Ou com a reinvenção de um outsider como Luciano Huck.
Nenhum deles, entretanto, é páreo para Lula, contra o qual se arma a violência da inabilitação judicial através da reafirmação, em segunda instância, da condenação sem provas pelo juiz Sergio Moro.
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