Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:
O ex-diretor da Odebrecht, Luiz Eduardo Soares, disse em depoimento que ajudou a dar destino a R$ 4 milhões de reais do hoje senador José Serra, dinheiro vivo que o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, escondia em casa.
O depoimento de Soares, dado no inquérito 4428, que corre no Supremo Tribunal Federal, coloca em dúvida a versão que circulou durante a campanha de 2010, quando José Serra enfrentou e foi derrotado por Dilma Rousseff.
Em debate na TV Bandeirantes, Dilma fez menção a Paulo Vieira, que segundo ela havia “fugido com R$ 4 milhões de sua [dele, Serra] campanha”.
Questionado sobre o personagem, até então desconhecido do grande público, Serra disse não conhecê-lo.
Num evento de campanha em Goiânia, afirmou: “Isso é pauta petista. Eu nunca ouvi falar”, para em seguida reforçar, sobre o suposto sumiço de dinheiro: “Nunca ouvi falar disso. Eles [da campanha de Dilma] falam isso para que vocês perguntem”
Foi então que Paulo Preto, entrevistado pela Folha, disparou: “Ele me conhece muito bem. Não se larga um líder ferido na estrada, a troco de nada. Não cometam esse erro”.
Serra, imediatamente, recuou.
No dia seguinte ao evento de Goiânia, já em Aparecida do Norte, disse: “Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente”.
Numa entrevista ao Jornal Nacional, defendeu a contratação da filha de Paulo Preto pelo governo paulista: “Essa menina foi contratada, não por mim, para trabalhar no cerimonial. Ela tinha currículo, sabe dois idiomas, sempre trabalhou corretamente. Só fui saber muito tempo depois que era filha de um diretor. E não é um cargo que tome decisões, como no caso dos filhos da Erenice [Guerra, ministra de Dilma]”.
A jornalista Tatiana Arana Souza Cremonini, filha do diretor da Dersa, foi contratada como assistente técnica de gabinete. O decreto foi assinado pelo governador José Serra em 29 de janeiro de 2007. O salário era de R$ 4.595, com gratificações.
Tatiana era casada com Fernando Cremonini, que em sociedade com a mãe de Paulo Preto, Maria Orminda Vieira de Souza, controlava a empresa Peso Positivo, sub-contratada pelo consórcio Andrade Gutierrez/Queiroz Galvão para obras do Rodoanel.
Outra filha de Paulo Preto, a advogada Priscila Arana, também foi envolvida em controvérsia.
“Paulo Preto contratou a própria filha para defender a Dersa, ao mesmo tempo que advogava para as construtoras. É um aberração, já que era o engenheiro que liberava o dinheiro para as empresas clientes da filha e do governo”, denunciou na época o deputado federal José Mentor (PT-SP).
Para Serra, encerrar o assunto era do interesse de sua campanha.
O arrogante super-homem
A importância de Paulo Preto nos bastidores era óbvia.
Tanto que, num e-mail endereçado a Serra e ao então secretário de Transportes, Mauro Arce, o vice-governador Alberto Goldman reclamou da arrogância de Paulo Preto, no contexto de um desabamento que aconteceu no Rodoanel, em 2009: “Parece que ninguém consegue controlá-lo. Julga-se o Super-Homem”.
Paulo Preto foi exonerado do cargo assim que Goldman assumiu o poder, quando Serra deixou o Palácio dos Bandeirantes para disputar o Planalto.
Ele comandou as principais obras dos tucanos em São Paulo: o trecho Sul do Rodoanel, a ampliação da marginal do Tietê, a construção do Complexo Viário Jacu-Pessego e de trecho da rodovia Carvalho Pinto.
Na campanha de 2010, foi a revista IstoÉ quem forneceu munição a Dilma Rousseff, noticiando o desvio de cerca R$ 4 milhões de dinheiro do PSDB, supostamente arrecadado “por fora” por Paulo Preto junto a empreiteiras.
A informação ganhou ares de veracidade, pois vinha acompanhada de uma declaração do tesoureiro-adjunto e ex-secretário-geral do PSDB, Evandro Losacco, que confirmou que Paulo Preto tinha poder suficiente para arrancar dinheiro de doadores: “Todo mundo já sabia disso há muito tempo. Essa arrecadação foi puramente pessoal, mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder infelizmente ele tinha.”
Em abril do ano passado, a imprensa noticiou a delação de Luiz Eduardo Soares sem que a íntegra do vídeo que reproduzimos acima ganhasse toda uma edição do Jornal Nacional, como merecia.
No dia 17 de abril, o Jornal Nacional dedicou 6 minutos e 18 segundos às acusações contra Serra, mas não reproduziu o trecho em que o delator menciona as malas de dinheiro na casa de Paulo Preto.
É uma omissão surpreendente, já que malas de dinheiro vivo costumam chamar a atenção de repórteres e editores.
Na mesma edição, o JN dedicou 5’39” a supostas tentativas da Odebrecht de evitar o avanço da Lava Jato no governo Dilma, durante as quais a presidenta teria sido informada sobre doações por fora para o PT.
No trecho do vídeo que a Globo utilizou, Luiz Eduardo Soares conta que a contabilidade paralela da Odebrecht registrava os pagamentos a José Serra em nome de “Vizinho”, o codinome do ex-governador paulista, escolhido porque Serra foi vizinho de Pedro Novis, ex-presidente da empreiteira (cujo depoimento também foi utilizado pelo JN).
Luiz Soares descreve detalhadamente os pagamentos feitos a Serra, através de contas de empresas controladas pelo lobista José Amaro Pinto Ramos, amigo de José Serra, fora do Brasil.
Amaro Ramos atuou como lobista da Alstom, grande fornecedora de governos tucanos paulistas. Na Suiça, chegou a ser acusado de lavagem de dinheiro e corrupção de funcionários estrangeiros.
Em 21 de fevereiro de 2011, autoridades suíças encaminharam um dossiê sobre o caso ao Ministério Público Federal de São Paulo, com pedido de oitiva de Amaro Ramos.
Mas o dossiê ficou dormente dois anos e oito meses em alguma gaveta ou escaninho do MPF-SP, levando o caso a ser arquivado na Suíça - e a nunca ser apurado no Brasil.
Provas documentais e encontro com Paulo Preto
Agora, Luiz Soares, o ex-diretor da Odebrecht, apresentou comprovantes das transferências eletrônicas que fez a Amaro Ramos, o amigo de Serra, além de uma planilha (ver aqui) com os pagamentos relativos ao período de 2006 a 2009, totalizando o equivalente a mais de R$ 10 milhões, sempre em nome do “Vizinho”.
Seriam propinas relativas às obras do Rodoanel, linha 2 do Metrô e rodovia Carvalho Pinto.
A partir dos 8 minutos e 40 segundos do vídeo, trecho omitido pelo Jornal Nacional, Luiz Soares narra uma reunião que teve com Paulo Preto em 2010.
O objetivo era tirar das mãos do diretor da Dersa R$ 4 milhões que ele mantinha em casa, em malas.
O encontro foi na sede da Dersa, em São Paulo.
“Eu entendi que esse dinheiro não era dele e nós estávamos fazendo uma ajuda para alguém reaver o seu dinheiro e colocar num lugar mais seguro”, disse Soares.
O dinheiro foi retirado da casa de Paulo Preto pelo doleiro Álvaro José Galliez Novis, da Hoya Corretora de Valores e Câmbio.
Mais tarde, a Odebrecht depositou U$ 2 milhões numa conta da Suíça em nome de Jonas Barcellos, da Brasif, o que seria a contrapartida pelos R$ 4 milhões retirados em dinheiro da casa de Paulo Preto.
O que a Brasif fez com o dinheiro? Repassou a Serra? Ficou com o dinheiro por “serviços” anteriormente prestados? Pagou cala boca a alguém?
Isso ainda não foi esclarecido.
Brasif, Miriam e FHC
Jonas Barcellos, da Brasif, é o mesmo homem que, em dezembro de 2002, fechou um contrato falso com a jornalista Miriam Dutra, permitindo a ela ganhar sem trabalhar no Exterior até 2006.
Foi mais uma etapa na compra do silêncio da ex-amante de FHC, que vinha desde os anos 90.
Dutra, repórter da TV Globo, foi para a Europa ao se ver grávida depois do affair extraconjugal com o então senador Fernando Henrique Cardoso que poderia, se exposto, retirá-lo da disputa pelo Planalto.
Segundo fontes de Brasília, José Serra teve participação no arranjo.
Em 1997, depois de desistir de retornar ao Brasil, “convencida” por políticos que pretendiam ver FHC reeleito, Miriam comprou um apartamento em Barcelona que precisava de reformas.
Segunda ela contou ao repórter Joaquim de Carvalho, em 2016, quem tratou da reforma foram José Serra e o ex-sócio dele, Gregório Marin Preciado, que é casado com uma prima de Serra.
Uma terceira pessoa com participação no esquema, definida por ela como “operador deles”, Miriam preferiu não identificar.
A essa altura, já se sabia que o filho de Dutra que FHC ajudou a manter fora do Brasil não era dele.
A irmã de Miriam, Margrit Dutra Schmidt, foi funcionária fantasma do gabinete de Serra no Senado.
Paulo Preto arrecadou para si ou para Serra?
O ex-diretor da Odebrecht, Luiz Eduardo Soares, disse em depoimento que ajudou a dar destino a R$ 4 milhões de reais do hoje senador José Serra, dinheiro vivo que o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, escondia em casa.
O depoimento de Soares, dado no inquérito 4428, que corre no Supremo Tribunal Federal, coloca em dúvida a versão que circulou durante a campanha de 2010, quando José Serra enfrentou e foi derrotado por Dilma Rousseff.
Em debate na TV Bandeirantes, Dilma fez menção a Paulo Vieira, que segundo ela havia “fugido com R$ 4 milhões de sua [dele, Serra] campanha”.
Questionado sobre o personagem, até então desconhecido do grande público, Serra disse não conhecê-lo.
Num evento de campanha em Goiânia, afirmou: “Isso é pauta petista. Eu nunca ouvi falar”, para em seguida reforçar, sobre o suposto sumiço de dinheiro: “Nunca ouvi falar disso. Eles [da campanha de Dilma] falam isso para que vocês perguntem”
Foi então que Paulo Preto, entrevistado pela Folha, disparou: “Ele me conhece muito bem. Não se larga um líder ferido na estrada, a troco de nada. Não cometam esse erro”.
Serra, imediatamente, recuou.
No dia seguinte ao evento de Goiânia, já em Aparecida do Norte, disse: “Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente”.
Numa entrevista ao Jornal Nacional, defendeu a contratação da filha de Paulo Preto pelo governo paulista: “Essa menina foi contratada, não por mim, para trabalhar no cerimonial. Ela tinha currículo, sabe dois idiomas, sempre trabalhou corretamente. Só fui saber muito tempo depois que era filha de um diretor. E não é um cargo que tome decisões, como no caso dos filhos da Erenice [Guerra, ministra de Dilma]”.
A jornalista Tatiana Arana Souza Cremonini, filha do diretor da Dersa, foi contratada como assistente técnica de gabinete. O decreto foi assinado pelo governador José Serra em 29 de janeiro de 2007. O salário era de R$ 4.595, com gratificações.
Tatiana era casada com Fernando Cremonini, que em sociedade com a mãe de Paulo Preto, Maria Orminda Vieira de Souza, controlava a empresa Peso Positivo, sub-contratada pelo consórcio Andrade Gutierrez/Queiroz Galvão para obras do Rodoanel.
Outra filha de Paulo Preto, a advogada Priscila Arana, também foi envolvida em controvérsia.
“Paulo Preto contratou a própria filha para defender a Dersa, ao mesmo tempo que advogava para as construtoras. É um aberração, já que era o engenheiro que liberava o dinheiro para as empresas clientes da filha e do governo”, denunciou na época o deputado federal José Mentor (PT-SP).
Para Serra, encerrar o assunto era do interesse de sua campanha.
O arrogante super-homem
A importância de Paulo Preto nos bastidores era óbvia.
Tanto que, num e-mail endereçado a Serra e ao então secretário de Transportes, Mauro Arce, o vice-governador Alberto Goldman reclamou da arrogância de Paulo Preto, no contexto de um desabamento que aconteceu no Rodoanel, em 2009: “Parece que ninguém consegue controlá-lo. Julga-se o Super-Homem”.
Paulo Preto foi exonerado do cargo assim que Goldman assumiu o poder, quando Serra deixou o Palácio dos Bandeirantes para disputar o Planalto.
Ele comandou as principais obras dos tucanos em São Paulo: o trecho Sul do Rodoanel, a ampliação da marginal do Tietê, a construção do Complexo Viário Jacu-Pessego e de trecho da rodovia Carvalho Pinto.
Na campanha de 2010, foi a revista IstoÉ quem forneceu munição a Dilma Rousseff, noticiando o desvio de cerca R$ 4 milhões de dinheiro do PSDB, supostamente arrecadado “por fora” por Paulo Preto junto a empreiteiras.
A informação ganhou ares de veracidade, pois vinha acompanhada de uma declaração do tesoureiro-adjunto e ex-secretário-geral do PSDB, Evandro Losacco, que confirmou que Paulo Preto tinha poder suficiente para arrancar dinheiro de doadores: “Todo mundo já sabia disso há muito tempo. Essa arrecadação foi puramente pessoal, mas só faz isso quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder infelizmente ele tinha.”
Em abril do ano passado, a imprensa noticiou a delação de Luiz Eduardo Soares sem que a íntegra do vídeo que reproduzimos acima ganhasse toda uma edição do Jornal Nacional, como merecia.
No dia 17 de abril, o Jornal Nacional dedicou 6 minutos e 18 segundos às acusações contra Serra, mas não reproduziu o trecho em que o delator menciona as malas de dinheiro na casa de Paulo Preto.
É uma omissão surpreendente, já que malas de dinheiro vivo costumam chamar a atenção de repórteres e editores.
Na mesma edição, o JN dedicou 5’39” a supostas tentativas da Odebrecht de evitar o avanço da Lava Jato no governo Dilma, durante as quais a presidenta teria sido informada sobre doações por fora para o PT.
No trecho do vídeo que a Globo utilizou, Luiz Eduardo Soares conta que a contabilidade paralela da Odebrecht registrava os pagamentos a José Serra em nome de “Vizinho”, o codinome do ex-governador paulista, escolhido porque Serra foi vizinho de Pedro Novis, ex-presidente da empreiteira (cujo depoimento também foi utilizado pelo JN).
Luiz Soares descreve detalhadamente os pagamentos feitos a Serra, através de contas de empresas controladas pelo lobista José Amaro Pinto Ramos, amigo de José Serra, fora do Brasil.
Amaro Ramos atuou como lobista da Alstom, grande fornecedora de governos tucanos paulistas. Na Suiça, chegou a ser acusado de lavagem de dinheiro e corrupção de funcionários estrangeiros.
Em 21 de fevereiro de 2011, autoridades suíças encaminharam um dossiê sobre o caso ao Ministério Público Federal de São Paulo, com pedido de oitiva de Amaro Ramos.
Mas o dossiê ficou dormente dois anos e oito meses em alguma gaveta ou escaninho do MPF-SP, levando o caso a ser arquivado na Suíça - e a nunca ser apurado no Brasil.
Provas documentais e encontro com Paulo Preto
Agora, Luiz Soares, o ex-diretor da Odebrecht, apresentou comprovantes das transferências eletrônicas que fez a Amaro Ramos, o amigo de Serra, além de uma planilha (ver aqui) com os pagamentos relativos ao período de 2006 a 2009, totalizando o equivalente a mais de R$ 10 milhões, sempre em nome do “Vizinho”.
Seriam propinas relativas às obras do Rodoanel, linha 2 do Metrô e rodovia Carvalho Pinto.
A partir dos 8 minutos e 40 segundos do vídeo, trecho omitido pelo Jornal Nacional, Luiz Soares narra uma reunião que teve com Paulo Preto em 2010.
O objetivo era tirar das mãos do diretor da Dersa R$ 4 milhões que ele mantinha em casa, em malas.
O encontro foi na sede da Dersa, em São Paulo.
“Eu entendi que esse dinheiro não era dele e nós estávamos fazendo uma ajuda para alguém reaver o seu dinheiro e colocar num lugar mais seguro”, disse Soares.
O dinheiro foi retirado da casa de Paulo Preto pelo doleiro Álvaro José Galliez Novis, da Hoya Corretora de Valores e Câmbio.
Mais tarde, a Odebrecht depositou U$ 2 milhões numa conta da Suíça em nome de Jonas Barcellos, da Brasif, o que seria a contrapartida pelos R$ 4 milhões retirados em dinheiro da casa de Paulo Preto.
O que a Brasif fez com o dinheiro? Repassou a Serra? Ficou com o dinheiro por “serviços” anteriormente prestados? Pagou cala boca a alguém?
Isso ainda não foi esclarecido.
Brasif, Miriam e FHC
Jonas Barcellos, da Brasif, é o mesmo homem que, em dezembro de 2002, fechou um contrato falso com a jornalista Miriam Dutra, permitindo a ela ganhar sem trabalhar no Exterior até 2006.
Foi mais uma etapa na compra do silêncio da ex-amante de FHC, que vinha desde os anos 90.
Dutra, repórter da TV Globo, foi para a Europa ao se ver grávida depois do affair extraconjugal com o então senador Fernando Henrique Cardoso que poderia, se exposto, retirá-lo da disputa pelo Planalto.
Segundo fontes de Brasília, José Serra teve participação no arranjo.
Em 1997, depois de desistir de retornar ao Brasil, “convencida” por políticos que pretendiam ver FHC reeleito, Miriam comprou um apartamento em Barcelona que precisava de reformas.
Segunda ela contou ao repórter Joaquim de Carvalho, em 2016, quem tratou da reforma foram José Serra e o ex-sócio dele, Gregório Marin Preciado, que é casado com uma prima de Serra.
Uma terceira pessoa com participação no esquema, definida por ela como “operador deles”, Miriam preferiu não identificar.
A essa altura, já se sabia que o filho de Dutra que FHC ajudou a manter fora do Brasil não era dele.
A irmã de Miriam, Margrit Dutra Schmidt, foi funcionária fantasma do gabinete de Serra no Senado.
Paulo Preto arrecadou para si ou para Serra?
A gravação de Luiz Eduardo Soares, contextualizada, abre as portas para especulações interessantes: Paulo Preto arrecadou dinheiro para si junto a empreiteiras ou seu papel de “líder” incluía a tarefa de arrecadar em nome das campanhas do PSDB para em seguida desviar dinheiro para uso pessoal de José Serra no Exterior?
Vazamento recente da delação completa de Pedro Novis, o “vizinho” de José Serra, sugere que o atual senador do PSDB recebeu da Odebrecht mais de R$ 50 milhões entre 2002 e 2012, inclusive “milhões em espécie”.
O doleiro Adir Assad, que também fechou acordo de delação premiada, assumiu que montou um esquema através do qual as empreiteiras pagavam por serviços fictícios a empresas de fachada montadas por ele, que depois de descontar um “pedágio” devolviam o dinheiro.
As empreiteiras, então, usavam o dinheiro devidamente lavado para o pagamento de propinas.
Assad disse a investigadores que ouviu de Paulo Preto que o diretor da Dersa operava em nome de José Serra e do senador Aloysio Nunes Ferreira.
Foi Aloysio Nunes quem levou Paulo Preto a seu primeiro cargo em governos tucanos, como assessor especial da Presidência no segundo mandato de FHC (1998-2002).
A proximidade entre os dois foi escancarada quando se revelou que, em 2007, Paulo Preto emprestou 300 mil reais a Aloysio para que o então ex-deputado federal comprasse um apartamento no Higienópolis, bairro nobre de São Paulo.
Do total, 250 mil vieram da filha advogada de Paulo Preto, Priscila - ela mesma, a que trabalhou para empreiteiras enquanto elas construíam o Rodoanel sob o comando… do pai.
Aloysio diz que pagou tudo de volta, mas sem juros.
Segundo nota publicada na Folha de S. Paulo, Adir Assad chegou a dizer a investigadores que Paulo Preto mantinha um quarto de seu apartamento apenas para guardar dinheiro, à la preposto do ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador.
Adir Assad disse ter repassado R$ 100 milhões a Paulo Preto durante o governo Serra (2007-2010).
Silêncio ensurdecedor
Miriam Dutra abriu o bico em entrevistas, denunciando FHC. Prometia contar tudo.
Chegou a chamar o ex-presidente de velhaco, como relatou Joaquim de Carvalho, depois que um agente da Polícia Federal conseguiu ligar para marcar um depoimento dela, na Espanha:
Com certeza, foi aquele velhaco que deu o telefone do Tomás para a polícia, para que ele informasse o meu número. É assim que ele age. Ele tem meu número, mas prefere não se comprometer e pede que outros façam o serviço por ele. Envolve o meu filho nesses assuntos, e isso é difícil de perdoar. Velhaco!
De repente, numa viagem ao Brasil, Miriam atenuou seu discurso, mentiu numa entrevista televisiva e… se calou.
Paulo Preto, por sua vez, mandou o recado do “líder” caído na estrada e… desde então mantém o silêncio.
No final do ano passado, um advogado negou especulações de que o ex-diretor da Dersa faria acordo de delação.
“Esquecido” uma vez num escaninho do MPF, o que lhe garantiu impunidade, José Amaro Pinto Ramos não tem motivos para acreditar que agora será diferente.
José Serra e Aloysio Nunes negam todas as acusações.
FHC, como nunca deixou de fazer, pontifica sobre o futuro da Nação em generosos espaços da mídia.
Serra é senador da República e possível candidato a cargo majoritário em 2018.
Aloysio Nunes é ministro das Relações Exteriores.
Não há nada, absolutamente nada como ser tucano paulista no Brasil.
Vazamento recente da delação completa de Pedro Novis, o “vizinho” de José Serra, sugere que o atual senador do PSDB recebeu da Odebrecht mais de R$ 50 milhões entre 2002 e 2012, inclusive “milhões em espécie”.
O doleiro Adir Assad, que também fechou acordo de delação premiada, assumiu que montou um esquema através do qual as empreiteiras pagavam por serviços fictícios a empresas de fachada montadas por ele, que depois de descontar um “pedágio” devolviam o dinheiro.
As empreiteiras, então, usavam o dinheiro devidamente lavado para o pagamento de propinas.
Assad disse a investigadores que ouviu de Paulo Preto que o diretor da Dersa operava em nome de José Serra e do senador Aloysio Nunes Ferreira.
Foi Aloysio Nunes quem levou Paulo Preto a seu primeiro cargo em governos tucanos, como assessor especial da Presidência no segundo mandato de FHC (1998-2002).
A proximidade entre os dois foi escancarada quando se revelou que, em 2007, Paulo Preto emprestou 300 mil reais a Aloysio para que o então ex-deputado federal comprasse um apartamento no Higienópolis, bairro nobre de São Paulo.
Do total, 250 mil vieram da filha advogada de Paulo Preto, Priscila - ela mesma, a que trabalhou para empreiteiras enquanto elas construíam o Rodoanel sob o comando… do pai.
Aloysio diz que pagou tudo de volta, mas sem juros.
Segundo nota publicada na Folha de S. Paulo, Adir Assad chegou a dizer a investigadores que Paulo Preto mantinha um quarto de seu apartamento apenas para guardar dinheiro, à la preposto do ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador.
Adir Assad disse ter repassado R$ 100 milhões a Paulo Preto durante o governo Serra (2007-2010).
Silêncio ensurdecedor
Miriam Dutra abriu o bico em entrevistas, denunciando FHC. Prometia contar tudo.
Chegou a chamar o ex-presidente de velhaco, como relatou Joaquim de Carvalho, depois que um agente da Polícia Federal conseguiu ligar para marcar um depoimento dela, na Espanha:
Com certeza, foi aquele velhaco que deu o telefone do Tomás para a polícia, para que ele informasse o meu número. É assim que ele age. Ele tem meu número, mas prefere não se comprometer e pede que outros façam o serviço por ele. Envolve o meu filho nesses assuntos, e isso é difícil de perdoar. Velhaco!
De repente, numa viagem ao Brasil, Miriam atenuou seu discurso, mentiu numa entrevista televisiva e… se calou.
Paulo Preto, por sua vez, mandou o recado do “líder” caído na estrada e… desde então mantém o silêncio.
No final do ano passado, um advogado negou especulações de que o ex-diretor da Dersa faria acordo de delação.
“Esquecido” uma vez num escaninho do MPF, o que lhe garantiu impunidade, José Amaro Pinto Ramos não tem motivos para acreditar que agora será diferente.
José Serra e Aloysio Nunes negam todas as acusações.
FHC, como nunca deixou de fazer, pontifica sobre o futuro da Nação em generosos espaços da mídia.
Serra é senador da República e possível candidato a cargo majoritário em 2018.
Aloysio Nunes é ministro das Relações Exteriores.
Não há nada, absolutamente nada como ser tucano paulista no Brasil.
1 comentários:
A corrupção tucana eh sempre abafada e os corruptos do PSDB posam de vestais inatingíveis e incorruptíveis: FHC,Serra, Aloísio Nunes, Alckmim, Aécio, e muitos outros. O Serra não deve nada a Aécio em matéria, mau-caratismo, corrupção e traição `a Patria. Tres corruptos candidatos a Presidente. Imagine como teria sido o Brasil se eles tivessem vencido as eleições. Não precisaria de Golpe, não haveria Lava-Jato e a destruição do Brasil teria começado bem mais cedo.Sem ganhar eles já fizeram o que fizeram...Lula e Dilma salvaram o Brasil destes abutres.E ainda vao salvar de novo !
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