domingo, 18 de fevereiro de 2018

Emprego na construção cai 5%. Cadê a Míriam?

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade do covil golpista, segue com seu esforço para ludibriar os “midiotas” com a miragem de que a economia brasileira já superou a crise e ruma para o paraíso. Míriam Leitão, a “calunista” da Globo que ganhou o apelido de “urubóloga” durante os governos Lula e Dilma, agora é só otimismo. Mesmo quando os dados econômicos são negativos, ela jura que “vai melhorar” e tenta relativizar as dificuldades. O problema é que a realidade insiste em desmentir mais esta manipulação. Nesta sexta-feira (16), o Sinduscon/SP – o sindicato patronal da construção civil de São Paulo – informou que o número de pessoas empregadas no setor caiu 5% em 2017. Foram 125 mil vagas a menos em relação a 2016.

“Áreas que antecedem as obras e tinham melhorado, como o preparo de terrenos, voltaram a cair no fim do ano... Não temos uma projeção oficial para 2018, mas deveremos ter uma nova queda, com redução de 100 mil postos”, afirma José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade. Apoiador do golpe que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer e entusiasta das "reformas" trabalhista e previdenciária, ele se mostra pessimista com os rumos da economia. Outros empresários do setor também não estão animados, mesmo em um ano de eleições, quando costuma ocorrer uma aceleração das obras. “Em São Paulo teremos contratos assinados com o governo e a prefeitura, mas no nível nacional há incertezas”, choraminga Carlos Prado, do Sinicesp (da construção pesada).

Os investimentos públicos e privados seguem em baixa, o que dificulta a retomada da economia. Já o consumo interno está retraído devido ao elevado índice de desemprego. A renda dos trabalhadores também tende a cair em função da precarização propiciada pela contrarreforma trabalhista. As vagas geradas no ano passado foram principalmente no chamado mercado informal. Até a Folha, o jornal que tem o rabo preso com os patrões, já manifesta dúvidas sobre a prometida geração de empregos. Em editorial recente, intitulado “Avanço informal”, ela tenta dourar a pílula, mas não esconde seus temores.

Após considerar “favoráveis” os dados sobre emprego em 2017, “ao menos na comparação com as tragédias precedentes”, a Folha pondera: “O caminho a percorrer, contudo, é enorme. O número de desempregados em dezembro do ano passado, 13,2 milhões de pessoas, é quase o dobro do existente ao final de 2014, no pico da ocupação no país. Desde então, as perdas se concentraram nos empregos com carteira assinada. A desocupação castigou com especial rigor os segmentos mais frágeis – os jovens e menos escolarizados. Mesmo em 2017, na presença de algum crescimento da economia, 685 mil postos formais foram fechados. Enquanto isso, em razão da informalidade, a Previdência perdeu 1,1 milhão de contribuintes, outra faceta deletéria do processo”.

Cadê os tais dados favoráveis? A Folha deveria chamar a Míriam Leitão para explicar!

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