Por Joaquim de Carvalho, no site Carta Maior:
Leonardo Boff, na foto tirada por Eduardo Mitysiak na frente da Superintendência da PF em Curitiba, era o retrato da esperança que não se rende.
Cabelos brancos, bengala, ele se postou ali à espera de outro ancião mundialmente conhecido, Adolfo Perez Esquivel, argentino que ganhou Prêmio Nobel da Paz.
Depois da espera, ambos entraram na superintendência e, algum tempo depois, saíram, sem conseguir o que queriam: visitar Lula.
Não puderem ir além de uma conversa com o superintendente da PF, que lhes teria explicado estar de braços amarrados.
Por uma decisão da juíza Carolina Moura Lebbos, ele não pode permitir a visita, que ainda tem caráter de inspeção do cárcere onde Lula está.
Na saída, ao lado de Boff, Perez Esquivel disse que não poderia fazer muitos comentários. Ele contou aos jornalistas que avisou ao superintendente que está voltando à Argentina amanhã.
“Espero que, humanitariamente, com sentido de justiça, me permitam encontrar com Lula”, disse Perez Esquivel.
Perez Esquivel não demonstrou contrariedade, embora saiba o poder corrosivo da burocracia ou da arrogância de algumas autoridades.
Desde 1974, juntamente com religiosos e outros ativistas dos direitos humanos, Esquivel enfrenta os poderosos.
No tempo em que militares argentinos torturavam e matavam militantes de esquerda, Esquivel era uma voz firme em defesa de quem se encontrava encarcerado.
Na Argentina, ao contrário do Brasil, os torturadores não ficaram impunes e, em Buenos Aires, graças ao trabalho de pessoas como ele, existem nas calçadas painéis que contam eventos do “terrorismo de Estado”.
Já a advogada de Esquivel, Tânia Mandarino, mais jovem e cheia de energia, ficou muito irritada. Disse ela:
“Absurdo dos absurdos. Ontem, quando a juíza apreciou primeiro o pedido de inspeção que tinha sido posto depois, mas nós pedimos opusemos embargos de declaração, pedindo que ela apreciasse o pedido de visita, que ela ainda não tinha apreciado. Mas ela só apreciou os nossos embargos e ela não falou sobre o pedido de visita. Não apreciou o pedido de urgência. Resumindo: disse que é problema do Esquivel se se ele está de passagem”, afirmou a advogada.
Engana-se quem pensa que os dois velhos, Esquivel com 86 anos, Boff com 79, a aparente fragilidade, eram menos eficazes e firmes que Tânia Mandarino.
Cabelos brancos, conquistados na luta por causas nobres, tiveram o poder de minar a ditadura argentina, com mulheres que fazem passeata silenciosa na Praça de Maio, em frente da Casa Rosada, o palácio presidencial da Argentina.
Boff e Esquivel, assim como as mães da Praça de Maio, hoje avós, conservam na alma a certeza de que a luta vale pena.
Leonardo Boff, na foto tirada por Eduardo Mitysiak na frente da Superintendência da PF em Curitiba, era o retrato da esperança que não se rende.
Cabelos brancos, bengala, ele se postou ali à espera de outro ancião mundialmente conhecido, Adolfo Perez Esquivel, argentino que ganhou Prêmio Nobel da Paz.
Depois da espera, ambos entraram na superintendência e, algum tempo depois, saíram, sem conseguir o que queriam: visitar Lula.
Não puderem ir além de uma conversa com o superintendente da PF, que lhes teria explicado estar de braços amarrados.
Por uma decisão da juíza Carolina Moura Lebbos, ele não pode permitir a visita, que ainda tem caráter de inspeção do cárcere onde Lula está.
Na saída, ao lado de Boff, Perez Esquivel disse que não poderia fazer muitos comentários. Ele contou aos jornalistas que avisou ao superintendente que está voltando à Argentina amanhã.
“Espero que, humanitariamente, com sentido de justiça, me permitam encontrar com Lula”, disse Perez Esquivel.
Perez Esquivel não demonstrou contrariedade, embora saiba o poder corrosivo da burocracia ou da arrogância de algumas autoridades.
Desde 1974, juntamente com religiosos e outros ativistas dos direitos humanos, Esquivel enfrenta os poderosos.
No tempo em que militares argentinos torturavam e matavam militantes de esquerda, Esquivel era uma voz firme em defesa de quem se encontrava encarcerado.
Na Argentina, ao contrário do Brasil, os torturadores não ficaram impunes e, em Buenos Aires, graças ao trabalho de pessoas como ele, existem nas calçadas painéis que contam eventos do “terrorismo de Estado”.
Já a advogada de Esquivel, Tânia Mandarino, mais jovem e cheia de energia, ficou muito irritada. Disse ela:
“Absurdo dos absurdos. Ontem, quando a juíza apreciou primeiro o pedido de inspeção que tinha sido posto depois, mas nós pedimos opusemos embargos de declaração, pedindo que ela apreciasse o pedido de visita, que ela ainda não tinha apreciado. Mas ela só apreciou os nossos embargos e ela não falou sobre o pedido de visita. Não apreciou o pedido de urgência. Resumindo: disse que é problema do Esquivel se se ele está de passagem”, afirmou a advogada.
Engana-se quem pensa que os dois velhos, Esquivel com 86 anos, Boff com 79, a aparente fragilidade, eram menos eficazes e firmes que Tânia Mandarino.
Cabelos brancos, conquistados na luta por causas nobres, tiveram o poder de minar a ditadura argentina, com mulheres que fazem passeata silenciosa na Praça de Maio, em frente da Casa Rosada, o palácio presidencial da Argentina.
Boff e Esquivel, assim como as mães da Praça de Maio, hoje avós, conservam na alma a certeza de que a luta vale pena.
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