Por Jeferson Miola, em seu blog:
Não se tem registro na história do Brasil de momentos equiparáveis ao ambiente condensado de instabilidade econômica, política e social gerado pelo locaute dos empresários de transporte de cargas e pela greve dos caminhoneiros autônomos.
O movimento aumentou a imprevisibilidade da conjuntura, colocando em risco a sobrevivência da camarilha do Michel Temer. O caos aprofundou a instabilidade do governo ilegítimo e adicionou mais dificuldades econômicas à já destroçada e recessiva economia nacional – que passará a conviver, no próximo período, com a ameaça potencial de estagflação.
Apesar dessa conjuntura cada vez mais difícil para a manutenção do golpe e da ditadura jurídico-midiática, não se vislumbra, como cenário de curto prazo para o desfecho da crise, nenhuma perspectiva de recorte nacional, democrático e popular.
O caos generalizado não alterou a correlação de forças, do mesmo modo que não debilitou o poder de dominação do establishment para prosseguir a trajetória golpista, embora exponha contradições entre as distintas frações da classe dominante.
A elite continua com a iniciativa política e institucional e conta, ainda, com um arsenal de dispositivos para preservar seu projeto de dominação anti-democracia, anti-povo e anti-nação, mesmo que isso redunde no cancelamento da eleição, na adoção do parlamentarismo ou de outras medidas autoritárias.
A classe dominante mantém um poder monopólico abrumador – nas esferas econômica, financeira, judiciária, militar, policial, estatal, parlamentar, cultural e midiática – e consegue sobreviver até mesmo a um locaute originado nas suas próprias fileiras e com dimensões tão dramáticas, ameaçadoras e desestabilizadoras.
Não fosse a correlação de forças definida pelo golpe de 2016 e as insuficiências táticas e estratégicas da esquerda e do campo democrático-popular no atual período, o locaute empresarial poderia ter aberto uma oportunidade de ruptura para a superação do golpe.
A resultante desse processo caótico, ao contrário disso, foi o crescimento do reacionarismo que pede intervenção militar, e não da consciência social pelo fim do golpe e pela volta da democracia.
O reposicionamento da greve dos petroleiros reflete a leitura adequada do contexto de derrota da classe trabalhadora; contexto no qual o establishment dirige as instituições de Estado para criminalizar e asfixiar as organizações dos trabalhadores – como fez o TST, aplicando multas milionárias ao sindicato dos petroleiros.
A queda do Pedro Parente pode representar a interrupção momentânea da política criminosa de desmanche da Petrobrás e adicionar novos fatores de crise e instabilidade, mas não interdita a continuidade da agenda e da dominação golpista.
A garantia de eleição limpa e sem fraude em outubro, o que inclui o direito de Lula votar e ser votado, é o fator de maior centralidade no período para a esquerda, para os democratas e progressistas. E certamente é também para o establishment, que não hesitará em inviabilizá-la, se a eleição for empecilho para a continuidade do golpe.
Não se tem registro na história do Brasil de momentos equiparáveis ao ambiente condensado de instabilidade econômica, política e social gerado pelo locaute dos empresários de transporte de cargas e pela greve dos caminhoneiros autônomos.
O movimento aumentou a imprevisibilidade da conjuntura, colocando em risco a sobrevivência da camarilha do Michel Temer. O caos aprofundou a instabilidade do governo ilegítimo e adicionou mais dificuldades econômicas à já destroçada e recessiva economia nacional – que passará a conviver, no próximo período, com a ameaça potencial de estagflação.
Apesar dessa conjuntura cada vez mais difícil para a manutenção do golpe e da ditadura jurídico-midiática, não se vislumbra, como cenário de curto prazo para o desfecho da crise, nenhuma perspectiva de recorte nacional, democrático e popular.
O caos generalizado não alterou a correlação de forças, do mesmo modo que não debilitou o poder de dominação do establishment para prosseguir a trajetória golpista, embora exponha contradições entre as distintas frações da classe dominante.
A elite continua com a iniciativa política e institucional e conta, ainda, com um arsenal de dispositivos para preservar seu projeto de dominação anti-democracia, anti-povo e anti-nação, mesmo que isso redunde no cancelamento da eleição, na adoção do parlamentarismo ou de outras medidas autoritárias.
A classe dominante mantém um poder monopólico abrumador – nas esferas econômica, financeira, judiciária, militar, policial, estatal, parlamentar, cultural e midiática – e consegue sobreviver até mesmo a um locaute originado nas suas próprias fileiras e com dimensões tão dramáticas, ameaçadoras e desestabilizadoras.
Não fosse a correlação de forças definida pelo golpe de 2016 e as insuficiências táticas e estratégicas da esquerda e do campo democrático-popular no atual período, o locaute empresarial poderia ter aberto uma oportunidade de ruptura para a superação do golpe.
A resultante desse processo caótico, ao contrário disso, foi o crescimento do reacionarismo que pede intervenção militar, e não da consciência social pelo fim do golpe e pela volta da democracia.
O reposicionamento da greve dos petroleiros reflete a leitura adequada do contexto de derrota da classe trabalhadora; contexto no qual o establishment dirige as instituições de Estado para criminalizar e asfixiar as organizações dos trabalhadores – como fez o TST, aplicando multas milionárias ao sindicato dos petroleiros.
A queda do Pedro Parente pode representar a interrupção momentânea da política criminosa de desmanche da Petrobrás e adicionar novos fatores de crise e instabilidade, mas não interdita a continuidade da agenda e da dominação golpista.
A garantia de eleição limpa e sem fraude em outubro, o que inclui o direito de Lula votar e ser votado, é o fator de maior centralidade no período para a esquerda, para os democratas e progressistas. E certamente é também para o establishment, que não hesitará em inviabilizá-la, se a eleição for empecilho para a continuidade do golpe.
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