Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Não tem mais centro-direita no Brasil.
Essa é a impressão que fica dos movimentos dos dois principais candidatos da direita, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, depois de “resolvida” a indicação de seus candidatos a vice.
Bolsonaro, depois de suas viagens espaciais por estações lunáticas e delírios imperiais, escolheu o General Hamilton Mourão, numa escolha que a ele soma bem pouco e, infelizmente, é terrível para o Exército Brasileiro, seja porque o general será o ordenança do ex-capitão, seja porque estimula atos de indesejável indisciplina como os que o próprio Mourão protagonizou.
Que Bolsonaro possa ser o “Rambo” de cadetes e aspirantes, ávidos pelo sonho de serem um “top gun” juvenil e sedentos por exercer aos 20 e poucos anos o mando que as divisas de oficial lhes dará, é compreensível. Maturidade, armas e poder costumam mesmo ser um coquetel inebriante. E sempre há, como em qualquer lugar, boçais, para ficar na palavra com que o próprio Mourão descreve parte de seus agora correligionários.
Mas que oficiais generais, ciosos de suas missões, capazes de compreender o que é uma força de Defesa para um país gigante como o nosso certamente franzem as sobrancelhas sob o quepe quando vêem uma situação destas, francamente desestimuladora da hierarquia e da disciplina essenciais à vida militar. Sem falar, é claro, na visão estratégica das Forças Armadas a caminho de ser virada pelo avesso, porque será inevitável que se as envolva ainda mais nas questões de segurança e se deixe de lado o conceito de terem núcleos de vanguarda tecnológica, porque são eles que, hoje, atuam no ponto central da Defesa: a capacidade de dissuasão de aventuras expansionistas sobre nosso território.
Não subestimem os nosso generais achando que eles pensam que é o número de fuzis que vence batalhas.
Já Geraldo Alckmin, depois de um flerte mal-sucedido com um empresário liberal, Josué Alencar, escolheu a senadora Ana Amélia, a “mulher do relho” que, numa frase magistral, Janio de Freitas definiu hoje, na Folha, como a “versão nunca fardada de Jair Bolsonaro”, em termos políticos.
O movimento é autoexplicativo. O candidato do PSDB investe sobre a porção direitista do eleitorado do Sul do país, onde Bolsonaro nada de braçada e ele perde até mesmo para Álvaro Dias, o dissidente tucano do tal “Podemos”. Um alvo, convenhamos, bem modesto para “gastar” um cartucho do calibre de uma vice-presidência.
Bolsonaro e Alckmin, como se vê, estão disputando nacos da mesma carne e é difícil achar que, neste puxa-repuxa, as mandíbulas do ex-capitão sejam mais fracas que as de Alckmin.
Nenhum dos dois, em suas composições políticas, conseguiu ameaçar o território onde viceja a candidatura Lula: os mais pobres, o Nordeste e as periferias. Notadamente a Alckmin falta gás nestes terrenos e suas escolhas não o ajudam.
Além do mais não é preciso ser gênio do marketing para saber que a onda da direita já teve melhores dias.
Mas o PSDB não pode reclamar: foi ele que levou àquilo que se apontou na primeira linha deste texto, a extinção de uma centro-direita no país, quando estimulou e executou o golpismo feroz que agora o leva a ter de ser, como disse em carta, hoje, o ex-presidente Lula: um prato da extrema-direita onde virou o recheio, o escondidinho de tucano.
Não tem mais centro-direita no Brasil.
Essa é a impressão que fica dos movimentos dos dois principais candidatos da direita, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, depois de “resolvida” a indicação de seus candidatos a vice.
Bolsonaro, depois de suas viagens espaciais por estações lunáticas e delírios imperiais, escolheu o General Hamilton Mourão, numa escolha que a ele soma bem pouco e, infelizmente, é terrível para o Exército Brasileiro, seja porque o general será o ordenança do ex-capitão, seja porque estimula atos de indesejável indisciplina como os que o próprio Mourão protagonizou.
Que Bolsonaro possa ser o “Rambo” de cadetes e aspirantes, ávidos pelo sonho de serem um “top gun” juvenil e sedentos por exercer aos 20 e poucos anos o mando que as divisas de oficial lhes dará, é compreensível. Maturidade, armas e poder costumam mesmo ser um coquetel inebriante. E sempre há, como em qualquer lugar, boçais, para ficar na palavra com que o próprio Mourão descreve parte de seus agora correligionários.
Mas que oficiais generais, ciosos de suas missões, capazes de compreender o que é uma força de Defesa para um país gigante como o nosso certamente franzem as sobrancelhas sob o quepe quando vêem uma situação destas, francamente desestimuladora da hierarquia e da disciplina essenciais à vida militar. Sem falar, é claro, na visão estratégica das Forças Armadas a caminho de ser virada pelo avesso, porque será inevitável que se as envolva ainda mais nas questões de segurança e se deixe de lado o conceito de terem núcleos de vanguarda tecnológica, porque são eles que, hoje, atuam no ponto central da Defesa: a capacidade de dissuasão de aventuras expansionistas sobre nosso território.
Não subestimem os nosso generais achando que eles pensam que é o número de fuzis que vence batalhas.
Já Geraldo Alckmin, depois de um flerte mal-sucedido com um empresário liberal, Josué Alencar, escolheu a senadora Ana Amélia, a “mulher do relho” que, numa frase magistral, Janio de Freitas definiu hoje, na Folha, como a “versão nunca fardada de Jair Bolsonaro”, em termos políticos.
O movimento é autoexplicativo. O candidato do PSDB investe sobre a porção direitista do eleitorado do Sul do país, onde Bolsonaro nada de braçada e ele perde até mesmo para Álvaro Dias, o dissidente tucano do tal “Podemos”. Um alvo, convenhamos, bem modesto para “gastar” um cartucho do calibre de uma vice-presidência.
Bolsonaro e Alckmin, como se vê, estão disputando nacos da mesma carne e é difícil achar que, neste puxa-repuxa, as mandíbulas do ex-capitão sejam mais fracas que as de Alckmin.
Nenhum dos dois, em suas composições políticas, conseguiu ameaçar o território onde viceja a candidatura Lula: os mais pobres, o Nordeste e as periferias. Notadamente a Alckmin falta gás nestes terrenos e suas escolhas não o ajudam.
Além do mais não é preciso ser gênio do marketing para saber que a onda da direita já teve melhores dias.
Mas o PSDB não pode reclamar: foi ele que levou àquilo que se apontou na primeira linha deste texto, a extinção de uma centro-direita no país, quando estimulou e executou o golpismo feroz que agora o leva a ter de ser, como disse em carta, hoje, o ex-presidente Lula: um prato da extrema-direita onde virou o recheio, o escondidinho de tucano.
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