Por Jeferson Miola, em seu blog:
No livro A queda da França: o colapso da Terceira República, William Shirer sustenta que a acusação falsa a Dreyfus, judeu e oficial do exército francês injustamente acusado de traição e reconhecido inocente 20 anos depois, “convencera grande parte da população de que os judeus eram responsáveis não só pela chocante corrupção nos altos círculos políticos e financeiros, como também por traírem segredos militares em favor dos odiados alemães, solapando com isso a segurança da nação …”.
Analisando as origens do totalitarismo a partir do Caso Dreyfus, Hannah Arendt concluiu que “como eram judeus, tornava-se possível transformá-los em bodes expiatórios quando fosse mister aplacar a indignação do público. Os antissemitas podiam imediatamente apontar para os parasitas judeus de uma sociedade corrupta para ‘provar’ que todos os judeus de toda parte não passavam de uma espécie de cupim que infestava o corpo do povo”.
O ódio racial semeado na sociedade alemã pelo hitlerismo ainda nos anos 1920 com uma pregação sistemática e metódica, progrediu para o racismo aberto, para a intolerância e o ódio às mulheres, aos ciganos, aos gays, aos pobres, aos comunistas e, é claro, aos judeus.
De personagem medíocre que pregava discursos racistas e anti-democráticos, Hitler foi alçado não à condição de líder de uma nação e de um povo, mas à condição de expoente do sentimento totalitário que deu luz à Alemanha nazista dos anos 1930. No Brasil, pregação análoga foi vocalizada sem nenhum pudor pela primeira vez em 2005 pelo então senador Jorge Bornhausen/DEM, aliado de sempre do FHC/PSDB. Na época, o precursor da atual onda fascista declarou ser preciso acabar com a “raça” dos petistas.
Com a ascensão do Hitler ao poder em 1933 – pela via institucional, importa lembrar – as casas dos judeus passaram a ser identificadas com a estrela de Davi para facilitar a localização dos integrantes da “raça inferior” que seriam oportunamente caçados e exterminados, quando o nazismo estivesse plenamente estabelecido.
A 2ª guerra mundial, auge da tragédia causada pelo nazismo, deixou o saldo de mais de 50 milhões de seres humanos mortos; grande parte deles incinerados em campos de extermínio.
No conturbado ano da eleição de 1932 que pavimentou o avanço hitlerista, o estalinismo cometeu o erro histórico de rechaçar a formação de uma frente única da democracia contra o fascismo, pois avaliava que o fascismo e a social-democracia eram a mesma coisa, eram como 2 faces duma mesma moeda.
A elite brasileira, seus partidos, suas organizações e sua mídia parecem decididos a incorrer no mesmo erro de abandonar a democracia e lavar as mãos ante o avanço bolsonarista. Iludem-se que seu mesquinho sonho de acabar com a “raça” petista será finalmente concretizado.
Apenas terminou o primeiro turno e a violência bolsonarista mostrou sua face pavorosa; alcançou níveis que seriam impensáveis mesmo nos piores pesadelos.
A escalada é assustadora: assassinato, ameaças, agressões físicas e verbais, intimidações, invasões na internet e estigmatização de petistas. A violência perpetrada covardemente por 3 homens em uma jovem de 19 anos, marcando com canivete a suástica nazista no corpo dela, é um símbolo eloquente do caráter anti-civilizatório e dantesco que o bolsonarismo representa.
O antipetismo é um fenômeno entranhado na subjetividade das pessoas pela campanha subliminar e às vezes direta em especial da Globo, mas do conjunto da mídia, que converteu os petistas nos judeus da Alemanha nos anos 1930 – a “espécie de cupim que infestava o corpo do povo”, como Hannah Arendt dolorosamente definiu.
O antipetismo viceja nas igrejas partidarizadas por pastores inescrupulosos que abusam do poder religioso e manipulam a palavra de Deus para pregar o ódio, a intolerância e a violência contra Lula e os petistas, ao mesmo tempo que atuam como comitês eleitorais do bolsonarismo.
O antipetismo ganhou propulsão com a perseguição implacável de procuradores, policiais federais e juízes que aparelharam as instituições do Estado para estigmatizar petistas como seres imprestáveis, corruptos.
O nazismo não começou com o holocausto, porque os alicerces sociais, políticos e culturais que favoreceram a hegemonia e a legitimidade nazista foram criados passo por passo, anos antes.
O holocausto, a monstruosidade somente conhecida tarde demais, representou o apogeu de um regime que foi sendo institucionalmente e socialmente preparado num contexto social de aceitação irresponsável e de naturalização da perseguição e da intolerância, de condescendência com o arbítrio e de tolerância com práticas e valores fascistas que foram se banalizando na cotidianidade.
É difícil prever-se o exato momento em que o fascismo começa. É impossível, porém, à luz da experiência histórica, desconhecer o ambiente de terror e barbárie do Brasil se o bolsonarismo não for vencido.
O antipetismo, em todas dimensões e matizes, é o passaporte para o fascismo.
No livro A queda da França: o colapso da Terceira República, William Shirer sustenta que a acusação falsa a Dreyfus, judeu e oficial do exército francês injustamente acusado de traição e reconhecido inocente 20 anos depois, “convencera grande parte da população de que os judeus eram responsáveis não só pela chocante corrupção nos altos círculos políticos e financeiros, como também por traírem segredos militares em favor dos odiados alemães, solapando com isso a segurança da nação …”.
Analisando as origens do totalitarismo a partir do Caso Dreyfus, Hannah Arendt concluiu que “como eram judeus, tornava-se possível transformá-los em bodes expiatórios quando fosse mister aplacar a indignação do público. Os antissemitas podiam imediatamente apontar para os parasitas judeus de uma sociedade corrupta para ‘provar’ que todos os judeus de toda parte não passavam de uma espécie de cupim que infestava o corpo do povo”.
O ódio racial semeado na sociedade alemã pelo hitlerismo ainda nos anos 1920 com uma pregação sistemática e metódica, progrediu para o racismo aberto, para a intolerância e o ódio às mulheres, aos ciganos, aos gays, aos pobres, aos comunistas e, é claro, aos judeus.
De personagem medíocre que pregava discursos racistas e anti-democráticos, Hitler foi alçado não à condição de líder de uma nação e de um povo, mas à condição de expoente do sentimento totalitário que deu luz à Alemanha nazista dos anos 1930. No Brasil, pregação análoga foi vocalizada sem nenhum pudor pela primeira vez em 2005 pelo então senador Jorge Bornhausen/DEM, aliado de sempre do FHC/PSDB. Na época, o precursor da atual onda fascista declarou ser preciso acabar com a “raça” dos petistas.
Com a ascensão do Hitler ao poder em 1933 – pela via institucional, importa lembrar – as casas dos judeus passaram a ser identificadas com a estrela de Davi para facilitar a localização dos integrantes da “raça inferior” que seriam oportunamente caçados e exterminados, quando o nazismo estivesse plenamente estabelecido.
A 2ª guerra mundial, auge da tragédia causada pelo nazismo, deixou o saldo de mais de 50 milhões de seres humanos mortos; grande parte deles incinerados em campos de extermínio.
No conturbado ano da eleição de 1932 que pavimentou o avanço hitlerista, o estalinismo cometeu o erro histórico de rechaçar a formação de uma frente única da democracia contra o fascismo, pois avaliava que o fascismo e a social-democracia eram a mesma coisa, eram como 2 faces duma mesma moeda.
A elite brasileira, seus partidos, suas organizações e sua mídia parecem decididos a incorrer no mesmo erro de abandonar a democracia e lavar as mãos ante o avanço bolsonarista. Iludem-se que seu mesquinho sonho de acabar com a “raça” petista será finalmente concretizado.
Apenas terminou o primeiro turno e a violência bolsonarista mostrou sua face pavorosa; alcançou níveis que seriam impensáveis mesmo nos piores pesadelos.
A escalada é assustadora: assassinato, ameaças, agressões físicas e verbais, intimidações, invasões na internet e estigmatização de petistas. A violência perpetrada covardemente por 3 homens em uma jovem de 19 anos, marcando com canivete a suástica nazista no corpo dela, é um símbolo eloquente do caráter anti-civilizatório e dantesco que o bolsonarismo representa.
O antipetismo é um fenômeno entranhado na subjetividade das pessoas pela campanha subliminar e às vezes direta em especial da Globo, mas do conjunto da mídia, que converteu os petistas nos judeus da Alemanha nos anos 1930 – a “espécie de cupim que infestava o corpo do povo”, como Hannah Arendt dolorosamente definiu.
O antipetismo viceja nas igrejas partidarizadas por pastores inescrupulosos que abusam do poder religioso e manipulam a palavra de Deus para pregar o ódio, a intolerância e a violência contra Lula e os petistas, ao mesmo tempo que atuam como comitês eleitorais do bolsonarismo.
O antipetismo ganhou propulsão com a perseguição implacável de procuradores, policiais federais e juízes que aparelharam as instituições do Estado para estigmatizar petistas como seres imprestáveis, corruptos.
O nazismo não começou com o holocausto, porque os alicerces sociais, políticos e culturais que favoreceram a hegemonia e a legitimidade nazista foram criados passo por passo, anos antes.
O holocausto, a monstruosidade somente conhecida tarde demais, representou o apogeu de um regime que foi sendo institucionalmente e socialmente preparado num contexto social de aceitação irresponsável e de naturalização da perseguição e da intolerância, de condescendência com o arbítrio e de tolerância com práticas e valores fascistas que foram se banalizando na cotidianidade.
É difícil prever-se o exato momento em que o fascismo começa. É impossível, porém, à luz da experiência histórica, desconhecer o ambiente de terror e barbárie do Brasil se o bolsonarismo não for vencido.
O antipetismo, em todas dimensões e matizes, é o passaporte para o fascismo.
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