Por Altamiro Borges
O mercenário Silvio Santos, que confessadamente construiu seu império midiático graças ao apoio do regime militar, adora bajular os ditadores. Nesta terça-feira (6), o SBT, emissora privada que explora uma concessão pública, passou a exibir várias vinhetas com mensagens fascistoides e as cores da bandeira nos intervalos comerciais da sua programação. Na que repercutiu mais, o hino nacional é tocado enquanto é exibido um dos principais slogans da ditadura, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, que foi a marca do governo sanguinário do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). A vinheta causou imediata indignação nas redes sociais e foi retirada do ar na mesma noite. Mas outras quatro com o mesmo conteúdo seguem na sua programação.
Diante da repercussão negativa, a direção do SBT argumentou que a escolha do slogan foi um equívoco. “A emissora não teria notado que a frase remete a uma das épocas mais duras do regime. A empresa de Silvio Santos afirma que não há qualquer conotação política nos vídeos. E nega que haja relação com a eleição de Jair Bolsonaro... Segundo o SBT, a intenção foi exibir uma mensagem positiva, de unificação e de incentivo aos seus espectadores. Pelo menos mais quatro vinhetas ainda estão em exibição. Em comum, todas seguem o mesmo formato... A música ‘Pra Frente, Brasil’, que ficou famosa na Copa de 1970, durante a ditadura, compõe outra das chamadas. As vinhetas são exibidas desde o final da manhã de terça-feira”, informa a Folha.
A desculpa do SBT, porém, não convenceu ninguém. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi uma das que reagiu indignada. "'Ame-o ou deixe-o' é a coisa mais triste que uma concessão pública pode se prestar em pleno 2018. Resgatar uma expressão da ditadura em que a frase, tida como nacionalista, na verdade era para sufocar o contraditório e os movimentos sociais. A disputa pela verba publicitária não pode fazer com que empresas de comunicação se tornem 'lambedoras de botas' bizarras”, disparou no seu Twitter. Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Presidência, também detonou: “O SBT está usando o lema da ditadura militar: 'Brasil, ame-o ou deixe-o'. A mesma imprensa que foi censurada na ditadura revela um saudosismo masoquista na tentativa de agradar Bolsonaro. O medo de perder verba publicitária é maior que a dignidade”.
Jornalistas especializados em mídia também criticaram a propaganda da emissora e rejeitaram suas desculpas esfarrapadas. Flávio Ricco, do UOL, informou que Silvio Santos planeja se aproximar ainda mais de Bolsonaro e que estaria disposto até a retomar o programa “Semana do Presidente”, boletim exibido pelo SBT durante mais de 20 anos da ditadura militar. Como lembra, o mercenário nunca escondeu o apreço pelo general João Figueiredo, que entregou-lhe a concessão do canal lançado em 19 de agosto de 1981. Já Mauricio Stycer, autor do livro “Topa tudo por dinheiro: As muitas faces do empresário Silvio Santos”, também ironizou as vinhetas fascistoides:
“Para espanto geral, inclusive dos funcionários do SBT, Silvio Santos determinou que a emissora levasse ao ar uma série de mensagens de 15 segundos enaltecendo o Brasil. Os spots resgatam músicas e slogans de campanhas nacionalistas promovidas durante o governo do general Médici (1969-1974), um dos períodos mais repressivos da ditadura militar (1964-1985). Como em várias outras situações, o dono do SBT não consultou ninguém, nem deu explicações. Chamou um assistente, transmitiu as mensagens que gostaria de ver no ar e ponto final... As mensagens não trazem a assinatura do SBT, nem de qualquer anunciante. A assessoria da emissora confirma que é uma criação própria, mas não recebeu nenhuma explicação sobre ‘as questões estratégicas’ que levaram esta enigmática campanha ao ar”.
Em tempo: A exemplo da Record e da Band, o SBT virou um “saco de bosta” de Jair Bolsonaro, uma mera extensão sem filtro do recém-eleito. O puxassaquismo beira as raias do ridículo. Nesta semana, por exemplo, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, fez uma apaixonada defesa da nomeação do juiz Sergio Moro para ministro da Justiça e ainda chamou de “canastrões” e “canalhas” os jornalistas da GloboNews que têm feito críticas tímidas ao novo governo. “O presidente escolheu muito bem. O Sergio Moro será o melhor ministro do Brasil e o Paulo Guedes será um baita ministro. E não adianta chorar”, rosnou Ratinho, que atacou a emissora rival e acusou sem apresentar provas alguns colegas:
"Eu queria pedir para que alguns jornalistas do Brasil parem. Todo ministro que o Bolsonaro convida, tem sempre alguns jornalistas debochando. Eu acho que o período de deboche já passou. Perderam as eleições. As redes sociais ganharam. Então parem de ser canastrão (sic), um bando de canalhas. É um bando de jornalistas que fica pegando dinheiro 'do outro lado', porque aqui ninguém é besta. E não fiquem me xingando não, porque se me xingarem eu falo o nome e aguento o processo, inclusive.. Eu tenho televisão a cabo em minha casa. Eu pago, não é de graça. Queria avisar isso à Globo News. Eu não sou obrigado a escutar deboches".
O mercenário Silvio Santos, que confessadamente construiu seu império midiático graças ao apoio do regime militar, adora bajular os ditadores. Nesta terça-feira (6), o SBT, emissora privada que explora uma concessão pública, passou a exibir várias vinhetas com mensagens fascistoides e as cores da bandeira nos intervalos comerciais da sua programação. Na que repercutiu mais, o hino nacional é tocado enquanto é exibido um dos principais slogans da ditadura, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, que foi a marca do governo sanguinário do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). A vinheta causou imediata indignação nas redes sociais e foi retirada do ar na mesma noite. Mas outras quatro com o mesmo conteúdo seguem na sua programação.
Diante da repercussão negativa, a direção do SBT argumentou que a escolha do slogan foi um equívoco. “A emissora não teria notado que a frase remete a uma das épocas mais duras do regime. A empresa de Silvio Santos afirma que não há qualquer conotação política nos vídeos. E nega que haja relação com a eleição de Jair Bolsonaro... Segundo o SBT, a intenção foi exibir uma mensagem positiva, de unificação e de incentivo aos seus espectadores. Pelo menos mais quatro vinhetas ainda estão em exibição. Em comum, todas seguem o mesmo formato... A música ‘Pra Frente, Brasil’, que ficou famosa na Copa de 1970, durante a ditadura, compõe outra das chamadas. As vinhetas são exibidas desde o final da manhã de terça-feira”, informa a Folha.
A desculpa do SBT, porém, não convenceu ninguém. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi uma das que reagiu indignada. "'Ame-o ou deixe-o' é a coisa mais triste que uma concessão pública pode se prestar em pleno 2018. Resgatar uma expressão da ditadura em que a frase, tida como nacionalista, na verdade era para sufocar o contraditório e os movimentos sociais. A disputa pela verba publicitária não pode fazer com que empresas de comunicação se tornem 'lambedoras de botas' bizarras”, disparou no seu Twitter. Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Presidência, também detonou: “O SBT está usando o lema da ditadura militar: 'Brasil, ame-o ou deixe-o'. A mesma imprensa que foi censurada na ditadura revela um saudosismo masoquista na tentativa de agradar Bolsonaro. O medo de perder verba publicitária é maior que a dignidade”.
Jornalistas especializados em mídia também criticaram a propaganda da emissora e rejeitaram suas desculpas esfarrapadas. Flávio Ricco, do UOL, informou que Silvio Santos planeja se aproximar ainda mais de Bolsonaro e que estaria disposto até a retomar o programa “Semana do Presidente”, boletim exibido pelo SBT durante mais de 20 anos da ditadura militar. Como lembra, o mercenário nunca escondeu o apreço pelo general João Figueiredo, que entregou-lhe a concessão do canal lançado em 19 de agosto de 1981. Já Mauricio Stycer, autor do livro “Topa tudo por dinheiro: As muitas faces do empresário Silvio Santos”, também ironizou as vinhetas fascistoides:
“Para espanto geral, inclusive dos funcionários do SBT, Silvio Santos determinou que a emissora levasse ao ar uma série de mensagens de 15 segundos enaltecendo o Brasil. Os spots resgatam músicas e slogans de campanhas nacionalistas promovidas durante o governo do general Médici (1969-1974), um dos períodos mais repressivos da ditadura militar (1964-1985). Como em várias outras situações, o dono do SBT não consultou ninguém, nem deu explicações. Chamou um assistente, transmitiu as mensagens que gostaria de ver no ar e ponto final... As mensagens não trazem a assinatura do SBT, nem de qualquer anunciante. A assessoria da emissora confirma que é uma criação própria, mas não recebeu nenhuma explicação sobre ‘as questões estratégicas’ que levaram esta enigmática campanha ao ar”.
Em tempo: A exemplo da Record e da Band, o SBT virou um “saco de bosta” de Jair Bolsonaro, uma mera extensão sem filtro do recém-eleito. O puxassaquismo beira as raias do ridículo. Nesta semana, por exemplo, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, fez uma apaixonada defesa da nomeação do juiz Sergio Moro para ministro da Justiça e ainda chamou de “canastrões” e “canalhas” os jornalistas da GloboNews que têm feito críticas tímidas ao novo governo. “O presidente escolheu muito bem. O Sergio Moro será o melhor ministro do Brasil e o Paulo Guedes será um baita ministro. E não adianta chorar”, rosnou Ratinho, que atacou a emissora rival e acusou sem apresentar provas alguns colegas:
"Eu queria pedir para que alguns jornalistas do Brasil parem. Todo ministro que o Bolsonaro convida, tem sempre alguns jornalistas debochando. Eu acho que o período de deboche já passou. Perderam as eleições. As redes sociais ganharam. Então parem de ser canastrão (sic), um bando de canalhas. É um bando de jornalistas que fica pegando dinheiro 'do outro lado', porque aqui ninguém é besta. E não fiquem me xingando não, porque se me xingarem eu falo o nome e aguento o processo, inclusive.. Eu tenho televisão a cabo em minha casa. Eu pago, não é de graça. Queria avisar isso à Globo News. Eu não sou obrigado a escutar deboches".
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