Por Bepe Damasco, em seu blog:
O monstro do fascismo foi crescendo a olhos vistos, se retroalimentando do próprio ódio disseminado por ele. Aproveitando-se da guerra suja deflagrada pelo oligopólio da mídia contra os governos do PT, a besta saiu da garrafa e foi à luta. Primeiro, enxergando terreno fértil na histeria moralista das classes média e alta, capturou boa parte deste estrato social. Não tardaria também em contaminar as camadas populares, última etapa antes de atingir o objetivo final de levar à presidência da República um dos seus.
De uns tempos para cá, passamos a ouvir dos mais pobres expressões e convicções racistas, sexistas e homofóbicas numa frequência sem precedentes em nossa história. Lado a lado com a propagação desses preconceitos se fortalecia um discurso kamikase, com sinal de classe invertido: aplauso a políticos e partidos cuja razão de ser é liquidar com os direitos do povo e crítica às teses e aos posicionamentos justamente daqueles que lutam para acabar com a pobreza.
É inegável o papel deletério da mídia comercial e mafiosa na formação da opinião dos mais humildes, que têm dificuldades de acessar meios alternativos de informação. Mas aqui me limito a esboçar um recorte específico para o exame deste fenômeno.
Todos os dias, principalmente na parte da tarde, doses maciças de obscurantismo são aplicadas na veia dos brasileiros pelos programas policiais, tipo mundo cão, levados ao ar por canais abertos de televisão, tais como Bandeirantes, Record, SBT e Rede TV. As pesquisas mostram a grande audiência desses programas nas classes C, D e E.
Durante horas a fio, âncoras e apresentadores vociferam contra os direitos humanos, defendem e incentivam a violência da polícia, pregam o extermínio de criminosos (na linha, bandido bom é bandido morto) e clamam pelo combate à corrupção, desde que os acusados do pretenso malfeito sejam adversários políticos de seus chefes.
Imagina a quantidade de donas de casa, desempregados e estudantes residentes nas favelas e demais bairros populares e periféricos alcançados diariamente por esse lixo televisivo? É fato público e notório que esses programas caíram no gosto popular. Também é certo que uma das causas a explicar tamanho sucesso tem a ver com o nosso baixo nível educacional. Mas a questão demanda um estudo mais complexo, envolvendo, dentre outros, aspectos psicossociais e culturais.
No entanto, é fácil entender a trilha da poderosa disseminação dessa ideologia das trevas: a dona de casa passa para o marido e as vizinhas, enquanto os jovens a transmitem aos colegas de escola e parceiros de lazer.
Essas mesmas emissoras violam as regras de concessão de um bem público (cabe sempre lembrar que as ondas eletromagnéticas pertencem à sociedade) e alugam um latifúndio de tempo para as igrejas evangélicas.
Os telepastores fazem a festa, explorando a fé dos mais humildes e enchendo as burras de dinheiro. De quebra, ainda fazem política, de direita, claro, reforçando os valores mais reacionários, atrasados e obtusos.
A transformação dos púlpitos neopetencostais em palanques bolsonaristas nas eleições foi só o desfecho de um longo processo. Vale lembrar que, na agenda política nacional, não é de hoje que esses mercadores da fé se posicionam contra os interesses de seu rebanho.
Moral da história: a concentração midiática está por trás de toda a desgraça que se abateu sobre o Brasil. Sem democratização das comunicações, não há democracia.
O monstro do fascismo foi crescendo a olhos vistos, se retroalimentando do próprio ódio disseminado por ele. Aproveitando-se da guerra suja deflagrada pelo oligopólio da mídia contra os governos do PT, a besta saiu da garrafa e foi à luta. Primeiro, enxergando terreno fértil na histeria moralista das classes média e alta, capturou boa parte deste estrato social. Não tardaria também em contaminar as camadas populares, última etapa antes de atingir o objetivo final de levar à presidência da República um dos seus.
De uns tempos para cá, passamos a ouvir dos mais pobres expressões e convicções racistas, sexistas e homofóbicas numa frequência sem precedentes em nossa história. Lado a lado com a propagação desses preconceitos se fortalecia um discurso kamikase, com sinal de classe invertido: aplauso a políticos e partidos cuja razão de ser é liquidar com os direitos do povo e crítica às teses e aos posicionamentos justamente daqueles que lutam para acabar com a pobreza.
É inegável o papel deletério da mídia comercial e mafiosa na formação da opinião dos mais humildes, que têm dificuldades de acessar meios alternativos de informação. Mas aqui me limito a esboçar um recorte específico para o exame deste fenômeno.
Todos os dias, principalmente na parte da tarde, doses maciças de obscurantismo são aplicadas na veia dos brasileiros pelos programas policiais, tipo mundo cão, levados ao ar por canais abertos de televisão, tais como Bandeirantes, Record, SBT e Rede TV. As pesquisas mostram a grande audiência desses programas nas classes C, D e E.
Durante horas a fio, âncoras e apresentadores vociferam contra os direitos humanos, defendem e incentivam a violência da polícia, pregam o extermínio de criminosos (na linha, bandido bom é bandido morto) e clamam pelo combate à corrupção, desde que os acusados do pretenso malfeito sejam adversários políticos de seus chefes.
Imagina a quantidade de donas de casa, desempregados e estudantes residentes nas favelas e demais bairros populares e periféricos alcançados diariamente por esse lixo televisivo? É fato público e notório que esses programas caíram no gosto popular. Também é certo que uma das causas a explicar tamanho sucesso tem a ver com o nosso baixo nível educacional. Mas a questão demanda um estudo mais complexo, envolvendo, dentre outros, aspectos psicossociais e culturais.
No entanto, é fácil entender a trilha da poderosa disseminação dessa ideologia das trevas: a dona de casa passa para o marido e as vizinhas, enquanto os jovens a transmitem aos colegas de escola e parceiros de lazer.
Essas mesmas emissoras violam as regras de concessão de um bem público (cabe sempre lembrar que as ondas eletromagnéticas pertencem à sociedade) e alugam um latifúndio de tempo para as igrejas evangélicas.
Os telepastores fazem a festa, explorando a fé dos mais humildes e enchendo as burras de dinheiro. De quebra, ainda fazem política, de direita, claro, reforçando os valores mais reacionários, atrasados e obtusos.
A transformação dos púlpitos neopetencostais em palanques bolsonaristas nas eleições foi só o desfecho de um longo processo. Vale lembrar que, na agenda política nacional, não é de hoje que esses mercadores da fé se posicionam contra os interesses de seu rebanho.
Moral da história: a concentração midiática está por trás de toda a desgraça que se abateu sobre o Brasil. Sem democratização das comunicações, não há democracia.
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