Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O Uruguai está julgando agora seus “estupradores fardados”. Um general foi preso no final do ano passado.
Nós os festejamos.
Os apologistas fazem o que querem. Seviciadores subiram em carros de som na avenida Paulista ao lado de senhoras carregando cartazes nos quais se lia “por que não mataram todos em 64?”.
O Brasil mal discutiu o assunto. Não estabelecemos uma linha, um limite civilizatório.
Passados esses anos, a sombra e a mistificação são muito mais intensas que a luz.
Os adoradores de Ustra e seus métodos não levam em conta o seguinte: o que faria a turma do coronel do Exército para forçar, digamos, Flávio Bolsonaro ou Fabrício Queiroz a abrirem o bico?
Pau de arara? Cadeira do dragão?
Como ele mesmo disse: “Tem que acabar com essa impunidade. O cara faz o que quer e não acontece nada?”
O Brasil da lama bolsonarista conseguiu transformar o assassino Carlos Alberto Brilhante Ustra em algo próximo de um ícone pop.
Saímos definitivamente do armário. A hashtag “Ustra Vive” é um dos assuntos mais comentados do Twitter.
O filósofo e professor da USP Vladimir Safatle foi uma das personalidades entrevistadas no programa que o DCM fazia com produção da TVT.
Safatle falou da nova configuração da sociedade brasileira no pós-golpe. O Brasil precisa encarar, dizia ele, que “não é um país”.
“Somos completamente divididos”, afirmou. “O Brasil encarou de uma vez por todas que não é um país. É completamente dividido”.
“Nós nem sequer conseguimos constituir uma narrativa unificada sobre a ditadura militar. Nós não conseguimos estabelecer que isso é uma linha vermelha e jamais ocorrerá”, declarou.
“Tanto é que temos aí Jair Bolsonaro”.
No nosso pacto, na nossa vocação conciliatória, na Anistia, as Forças Armadas não foram forçadas a reconhecer os crimes no período entre 1964 e 1985.
Ao contrário da Argentina, por exemplo, ninguém pagou pelas torturas, mortes, estupros, ocultações de cadáveres.
Saímos definitivamente do armário. A hashtag “Ustra Vive” é um dos assuntos mais comentados do Twitter.
O filósofo e professor da USP Vladimir Safatle foi uma das personalidades entrevistadas no programa que o DCM fazia com produção da TVT.
Safatle falou da nova configuração da sociedade brasileira no pós-golpe. O Brasil precisa encarar, dizia ele, que “não é um país”.
“Somos completamente divididos”, afirmou. “O Brasil encarou de uma vez por todas que não é um país. É completamente dividido”.
“Nós nem sequer conseguimos constituir uma narrativa unificada sobre a ditadura militar. Nós não conseguimos estabelecer que isso é uma linha vermelha e jamais ocorrerá”, declarou.
“Tanto é que temos aí Jair Bolsonaro”.
No nosso pacto, na nossa vocação conciliatória, na Anistia, as Forças Armadas não foram forçadas a reconhecer os crimes no período entre 1964 e 1985.
Ao contrário da Argentina, por exemplo, ninguém pagou pelas torturas, mortes, estupros, ocultações de cadáveres.
O Uruguai está julgando agora seus “estupradores fardados”. Um general foi preso no final do ano passado.
Nós os festejamos.
Os apologistas fazem o que querem. Seviciadores subiram em carros de som na avenida Paulista ao lado de senhoras carregando cartazes nos quais se lia “por que não mataram todos em 64?”.
O Brasil mal discutiu o assunto. Não estabelecemos uma linha, um limite civilizatório.
Passados esses anos, a sombra e a mistificação são muito mais intensas que a luz.
Os adoradores de Ustra e seus métodos não levam em conta o seguinte: o que faria a turma do coronel do Exército para forçar, digamos, Flávio Bolsonaro ou Fabrício Queiroz a abrirem o bico?
Pau de arara? Cadeira do dragão?
Como ele mesmo disse: “Tem que acabar com essa impunidade. O cara faz o que quer e não acontece nada?”
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