Hoje, neste dia 13 de maio, não vou falar sobre o genocídio da juventude negra, que mata 23 mil jovens negros por ano no país. Nem sobre o racismo insidioso que nos apaga, nos invisibiliza e nos cala na história que nos é contada e também em nosso sistema de mídia.
Também não vou falar que 63,7% dos 13 milhões de desempregados no Brasil são negros; que a reforma da previdência vai impactar principalmente a vida de mulheres negras; nem tampouco que 61,7% dos presos no sistema carcerário brasileiro são negros.
Também não quero falar sobre a importância de se repensar nossa representatividade pública nos espaços de poder. E que ter mais negros e negras comprometidos com a luta antirracista ocupando esses espaços é fundamental para mudar a lógica da elaboração e implementação das políticas públicas neste país.
E não falando de nada disso, gostaria apenas de convidar meus amigos e amigas brancos a fazerem uma reflexão sobre sua branquitude, sobre como este lugar da “não raça”, que é o lugar da normatividade branca, os possibilita herdar e reproduzir privilégios quase nunca reconhecidos (visto que são tidos como naturais) e como isto, assentado na passividade de quem se diz “não racista”, contribui para a manutenção do racismo estrutural no Brasil. Leiam o material no link. Enxerguem-se no espelho da sociedade racializada. Repensem-se! É um convite fraterno!
Parafraseando Angela Davis “numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”. E ser antirracista é mais do que fazer discursos bonitos contra o racismo, é combatê-lo veemente nas práticas sociais cotidianas, reconhecendo privilégios da branquitude para não reproduzi-los.
* Artigo publicado originalmente no site UOL.
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