Editorial do site Vermelho:
A economia do Brasil passa por um daqueles momentos em que as conhecidas Leis de Murphy se cumprem integralmente. Cada número divulgado revela a dimensão do buraco em que o país foi enfiado pela marcha golpista, o caminho que levou a extrema direita ao poder, impulsionada sobretudo por uma massacrante propaganda de um futuro colorido que viria com a aplicação da agenda ultraliberal e neocolonial. Alguns dos dados que atestam a falsidade dessa promessa estão na pesquisa Focus, do Banco Central (BC), que apura as "previsões" de instituições do "mercado" para diversas variáveis macroeconômicas.
As projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da pesquisa para este ano estão em queda há 11 semanas seguidas. Os indicadores apontam desaceleração na produção industrial, nas vendas do varejo e no setor de serviços. Além dos efeitos desastrosos para o país, que atinge com mais intensidade os trabalhadores, esses números têm servido para o governo renovar os argumentos de que só a “reforma” da Previdência Social proporcionaria o milagre da salvação da economia. Na prática, isso quer dizer procrastinar decisões fundamentais para a retomada do crescimento.
É um engodo, está claro. No mundo das realidades, o que se prevê é o prosseguimento da crise, com possibilidade de mais uma recessão. Quem diz isso são os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que projetam dois trimestres neste ano com números negativos da economia, o que caracteriza uma recessão técnica. Números como esses aparecem diariamente, sem que o governo faça qualquer pronunciamento — muito menos movimento —, afora a panaceia da “reforma” da Previdência Social e a promessa de mais cortes orçamentários, para enfrentar a dura realidade anunciada.
O problema tem fundo ideológico. Uma prova disso é que o governo Bolsonaro se aproveitou do clima criado por sua agenda ultraliberal e neocolonial, baseada nos cânones da “Escola de Chicago” pregados pelo ministro da Economia Paulo Guedes como dogmas, para editar a Medida Provisória 881, intitulada “Declaração de Direitos de Liberdade Econômica”, alterando inclusive itens do Código Civil — uma corruptela para imitar históricas declarações humanitárias —, na prática mais uma ação para enfraquecer o Estado na defesa dos direitos do povo e fortalecer o poder do capital. Em seu artigo 421 ela instaura o “princípio da intervenção mínima do Estado”.
Esse é um ponto chave para se entender a natureza da crise que se arrasta desde o início da marcha golpista, um cenário que se liga às quebras de Wall Street de 2007-2008. O crescimento econômico em um país como o Brasil é essencial para o desenvolvimento e o progresso social. A constatação de que o impacto do crescimento sobre o bem-estar da população é decisivo leva imediatamente à pergunta (particularmente importante para os países com muitas pessoas pobres, como é o caso do Brasil): como distribuir esta riqueza de forma eficiente?
Entre os fatores determinantes para a melhor utilização dos recursos disponíveis está o papel do Estado como ente preparado para impulsionar e até condicionar o desenvolvimento econômico, prestar serviços sociais e estimular a elevação dos salários. Abrir mão desse papel só revela que esse governo nutre profundo descompromisso com as necessidades do povo. No lugar dessa premissa, o que se vê são verdadeiras metafísicas econômicas, uma prática que deforma a natureza dos reais problemas da economia brasileira e abomina a ideia de desenvolvimento.
A economia do Brasil passa por um daqueles momentos em que as conhecidas Leis de Murphy se cumprem integralmente. Cada número divulgado revela a dimensão do buraco em que o país foi enfiado pela marcha golpista, o caminho que levou a extrema direita ao poder, impulsionada sobretudo por uma massacrante propaganda de um futuro colorido que viria com a aplicação da agenda ultraliberal e neocolonial. Alguns dos dados que atestam a falsidade dessa promessa estão na pesquisa Focus, do Banco Central (BC), que apura as "previsões" de instituições do "mercado" para diversas variáveis macroeconômicas.
As projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da pesquisa para este ano estão em queda há 11 semanas seguidas. Os indicadores apontam desaceleração na produção industrial, nas vendas do varejo e no setor de serviços. Além dos efeitos desastrosos para o país, que atinge com mais intensidade os trabalhadores, esses números têm servido para o governo renovar os argumentos de que só a “reforma” da Previdência Social proporcionaria o milagre da salvação da economia. Na prática, isso quer dizer procrastinar decisões fundamentais para a retomada do crescimento.
É um engodo, está claro. No mundo das realidades, o que se prevê é o prosseguimento da crise, com possibilidade de mais uma recessão. Quem diz isso são os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que projetam dois trimestres neste ano com números negativos da economia, o que caracteriza uma recessão técnica. Números como esses aparecem diariamente, sem que o governo faça qualquer pronunciamento — muito menos movimento —, afora a panaceia da “reforma” da Previdência Social e a promessa de mais cortes orçamentários, para enfrentar a dura realidade anunciada.
O problema tem fundo ideológico. Uma prova disso é que o governo Bolsonaro se aproveitou do clima criado por sua agenda ultraliberal e neocolonial, baseada nos cânones da “Escola de Chicago” pregados pelo ministro da Economia Paulo Guedes como dogmas, para editar a Medida Provisória 881, intitulada “Declaração de Direitos de Liberdade Econômica”, alterando inclusive itens do Código Civil — uma corruptela para imitar históricas declarações humanitárias —, na prática mais uma ação para enfraquecer o Estado na defesa dos direitos do povo e fortalecer o poder do capital. Em seu artigo 421 ela instaura o “princípio da intervenção mínima do Estado”.
Esse é um ponto chave para se entender a natureza da crise que se arrasta desde o início da marcha golpista, um cenário que se liga às quebras de Wall Street de 2007-2008. O crescimento econômico em um país como o Brasil é essencial para o desenvolvimento e o progresso social. A constatação de que o impacto do crescimento sobre o bem-estar da população é decisivo leva imediatamente à pergunta (particularmente importante para os países com muitas pessoas pobres, como é o caso do Brasil): como distribuir esta riqueza de forma eficiente?
Entre os fatores determinantes para a melhor utilização dos recursos disponíveis está o papel do Estado como ente preparado para impulsionar e até condicionar o desenvolvimento econômico, prestar serviços sociais e estimular a elevação dos salários. Abrir mão desse papel só revela que esse governo nutre profundo descompromisso com as necessidades do povo. No lugar dessa premissa, o que se vê são verdadeiras metafísicas econômicas, uma prática que deforma a natureza dos reais problemas da economia brasileira e abomina a ideia de desenvolvimento.
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