Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Toda quinta-feira agora, o presidente Jair Bolsonaro junta alguns ministros à sua volta na mesa para fazer mais uma “live” sobre as grandes conquistas do governo.
O inacreditável programa humorístico gerado nas redes sociais é dirigido aos devotos do bolsonarismo, mas pode ser visto no mundo inteiro.
Na Califórnia, onde mora há vários anos, minha sobrinha Renata Kotscho Velloso, médica e mãe de três filhas, não perde um programa.
Em sua página no Facebook, ela relata:
“A dinâmica foi assim: os ministros falando de assuntos mais ou menos importantes (ninguém falou de desemprego, PIB ou previdência), e o tiozão do chinelão falando dos temas que interessam aos tiozões do chinelão (multas de trânsito e de pesca).
Pelo pouco que vi até agora, o nível é o mesmo dos programas dos seus ídolos Silvio Santos e Ratinho, e não tem nada a ver com os dramas da vida real dos brasileiros.
Ali o país funciona que é uma beleza, todos os objetivos estão sendo alcançados e, se não está melhor, é porque o Congresso e a imprensa não deixam.
Essa é a lógica por trás de toda a aparente loucura: Bolsonaro baixa decretos kamikase, como a liberação de armas e o afrouxamento das leis de transito, que são criticados na imprensa “comunista” e depois derrubados pelo Congresso.
Assim ele alimenta os cachorros loucos das redes sociais, cada vez mais raivosos, que convocam “protestos a favor”, em que são demonizados os parlamentares e os jornalistas.
O Judiciário agora saiu da lista negra dos inimigos do regime, depois do “pacto” dos três poderes, que levou o STF a aprovar leis de interesse do governo a toque de caixa.
No último programa, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falou do reconhecimento oficial pelos argentinos da cachaça como produto de origem brasileira, “um gesto simbólico, mas importante”.
Com a deixa, o capitão aproveitou para falar mais uma vez que a questão da exportação das bananas do Vale do Ribeira está resolvida. Menos mal…
Outro assunto que não pode faltar é a liberação da pesca na baía de Angra dos Reis. Com isso, garante o presidente, “a região será o maior polo turístico do Brasil, quiçá do mundo”.
Para a próxima semana, Bolsonaro promete falar da legalização dos garimpos, certamente para proteger o meio ambiente, mas antes anunciou uma enquete sobre o radar móvel: “Então, se você gosta de pagar multa, vota lá a favor. Eu vou votar contra porque tem lugar que o limite de velocidade é 80, mas é um retão que dá pra bater 110, 120 sem problema nenhum”.
E por aí foi a conversa na “live” presidencial.
Neste mundo globalizado, fico sabendo destas boas notícias sobre o Brasil pela minha sobrinha que mora na Califórnia, vejam só…
Deve ser por isso que nossa imagem está cada vez melhor no exterior, como vimos na quinta-feira nos protestos dos argentinos contra a visita de Bolsonaro, que a TV não mostrou.
Bom final de semana.
Vida que segue.
O inacreditável programa humorístico gerado nas redes sociais é dirigido aos devotos do bolsonarismo, mas pode ser visto no mundo inteiro.
Na Califórnia, onde mora há vários anos, minha sobrinha Renata Kotscho Velloso, médica e mãe de três filhas, não perde um programa.
Em sua página no Facebook, ela relata:
“A dinâmica foi assim: os ministros falando de assuntos mais ou menos importantes (ninguém falou de desemprego, PIB ou previdência), e o tiozão do chinelão falando dos temas que interessam aos tiozões do chinelão (multas de trânsito e de pesca).
Pelo pouco que vi até agora, o nível é o mesmo dos programas dos seus ídolos Silvio Santos e Ratinho, e não tem nada a ver com os dramas da vida real dos brasileiros.
Ali o país funciona que é uma beleza, todos os objetivos estão sendo alcançados e, se não está melhor, é porque o Congresso e a imprensa não deixam.
Essa é a lógica por trás de toda a aparente loucura: Bolsonaro baixa decretos kamikase, como a liberação de armas e o afrouxamento das leis de transito, que são criticados na imprensa “comunista” e depois derrubados pelo Congresso.
Assim ele alimenta os cachorros loucos das redes sociais, cada vez mais raivosos, que convocam “protestos a favor”, em que são demonizados os parlamentares e os jornalistas.
O Judiciário agora saiu da lista negra dos inimigos do regime, depois do “pacto” dos três poderes, que levou o STF a aprovar leis de interesse do governo a toque de caixa.
No último programa, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falou do reconhecimento oficial pelos argentinos da cachaça como produto de origem brasileira, “um gesto simbólico, mas importante”.
Com a deixa, o capitão aproveitou para falar mais uma vez que a questão da exportação das bananas do Vale do Ribeira está resolvida. Menos mal…
Outro assunto que não pode faltar é a liberação da pesca na baía de Angra dos Reis. Com isso, garante o presidente, “a região será o maior polo turístico do Brasil, quiçá do mundo”.
Para a próxima semana, Bolsonaro promete falar da legalização dos garimpos, certamente para proteger o meio ambiente, mas antes anunciou uma enquete sobre o radar móvel: “Então, se você gosta de pagar multa, vota lá a favor. Eu vou votar contra porque tem lugar que o limite de velocidade é 80, mas é um retão que dá pra bater 110, 120 sem problema nenhum”.
E por aí foi a conversa na “live” presidencial.
Neste mundo globalizado, fico sabendo destas boas notícias sobre o Brasil pela minha sobrinha que mora na Califórnia, vejam só…
Deve ser por isso que nossa imagem está cada vez melhor no exterior, como vimos na quinta-feira nos protestos dos argentinos contra a visita de Bolsonaro, que a TV não mostrou.
Bom final de semana.
Vida que segue.
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