Por Altamiro Borges
A mídia brasileira, que andava tão excitada com os revezes das forças de esquerda na América Latina – quase sempre rotuladas pejorativamente de “bolivarianas” –, tem evitado dar maior destaque às eleições na Bolívia (20 de outubro) e na Argentina e no Uruguai (27 de outubro). A razão é simples: todas as pesquisas sinalizam uma reversão do cenário, com a derrota dos candidatos neoliberais, o que desaponta a imprensa burguesa.
Como registra a edição nativa do jornal espanhol El País, a onda de direita na região não se consolidou. “As três importantes eleições previstas para as próximas semanas indicam que essa imagem de marés ideológicas homogêneas de longa duração está perdendo vigência. À luz dos dados das pesquisas publicadas até agora, a tendência eleitoral latina se move da direita do último ano para esquerdas de diferentes nuances”.
Na Bolívia, todas as pesquisas apontam para a vitória de Evo Morales, mas não garantem se o líder indígena terá votação suficiente para vencer no primeiro turno – precisa de metade dos votos válidos ou de 40% com 10 pontos de diferença do segundo colocado. Já no Uruguai, a Frente Ampla – que está no poder desde 2005 – lidera com Daniel Martínez, o ex-prefeito de Montevidéu. Ele tem uma vantagem de 15 a 20 pontos sobre as duas candidaturas de direita. O esforço é para resolver a parada no primeiro turno.
A demagogia de Mauricio Macri
O pleito que tem despertado maiores atenções é o da Argentina. Nas pesquisas divulgadas nessa semana, a chamada dupla Fernández (Alberto e Cristina) ampliou a diferença das eleições primárias e pode vencer o ricaço Mauricio Macri já no primeiro turno. Os “calunistas” da mídia, o clã Bolsonaro e os fascistas mirins do MBL, que apostaram todas as suas fichas no presidente ultraneoliberal, devem estar tristes e decepcionados.
Esse processo eleitoral revela a inconsistência das forças neoliberais no continente. Mauricio Macri prometeu que bastava derrotar Cristina Kirchner para transformar a Argentina num paraíso. Ocorreu o inverso. O país afundou na crise econômica, voltou a ser refém do Fundo Monetário Internacional (FMI) e assiste a explosão dos índices de desemprego e miséria. Diante da tragédia, agora o oportunista tenta se travestir de popular.
Sem qualquer tom crítico à demagogia, a jornalista Sylvia Colombo, correspondente da Folha, registra que “à beira da derrota, Macri adota perfil peronista em campanha”. O notório elitista, que teme ser enxotado já no primeiro turno, “peregrina por bairros populares, deixa-se fotografar abraçado a idosos e bebês e comanda as multidões aos gritos. Em Tucumán, chegou a beijar os pés de uma senhora de 70 anos”.
A mídia brasileira, que andava tão excitada com os revezes das forças de esquerda na América Latina – quase sempre rotuladas pejorativamente de “bolivarianas” –, tem evitado dar maior destaque às eleições na Bolívia (20 de outubro) e na Argentina e no Uruguai (27 de outubro). A razão é simples: todas as pesquisas sinalizam uma reversão do cenário, com a derrota dos candidatos neoliberais, o que desaponta a imprensa burguesa.
Como registra a edição nativa do jornal espanhol El País, a onda de direita na região não se consolidou. “As três importantes eleições previstas para as próximas semanas indicam que essa imagem de marés ideológicas homogêneas de longa duração está perdendo vigência. À luz dos dados das pesquisas publicadas até agora, a tendência eleitoral latina se move da direita do último ano para esquerdas de diferentes nuances”.
Na Bolívia, todas as pesquisas apontam para a vitória de Evo Morales, mas não garantem se o líder indígena terá votação suficiente para vencer no primeiro turno – precisa de metade dos votos válidos ou de 40% com 10 pontos de diferença do segundo colocado. Já no Uruguai, a Frente Ampla – que está no poder desde 2005 – lidera com Daniel Martínez, o ex-prefeito de Montevidéu. Ele tem uma vantagem de 15 a 20 pontos sobre as duas candidaturas de direita. O esforço é para resolver a parada no primeiro turno.
A demagogia de Mauricio Macri
O pleito que tem despertado maiores atenções é o da Argentina. Nas pesquisas divulgadas nessa semana, a chamada dupla Fernández (Alberto e Cristina) ampliou a diferença das eleições primárias e pode vencer o ricaço Mauricio Macri já no primeiro turno. Os “calunistas” da mídia, o clã Bolsonaro e os fascistas mirins do MBL, que apostaram todas as suas fichas no presidente ultraneoliberal, devem estar tristes e decepcionados.
Esse processo eleitoral revela a inconsistência das forças neoliberais no continente. Mauricio Macri prometeu que bastava derrotar Cristina Kirchner para transformar a Argentina num paraíso. Ocorreu o inverso. O país afundou na crise econômica, voltou a ser refém do Fundo Monetário Internacional (FMI) e assiste a explosão dos índices de desemprego e miséria. Diante da tragédia, agora o oportunista tenta se travestir de popular.
Sem qualquer tom crítico à demagogia, a jornalista Sylvia Colombo, correspondente da Folha, registra que “à beira da derrota, Macri adota perfil peronista em campanha”. O notório elitista, que teme ser enxotado já no primeiro turno, “peregrina por bairros populares, deixa-se fotografar abraçado a idosos e bebês e comanda as multidões aos gritos. Em Tucumán, chegou a beijar os pés de uma senhora de 70 anos”.
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