Tales Faria, hoje, no UOL, relata que Jair Bolsonaro ficou irritado coma as movimentações do Presidente da Câmara – sobretudo com sua visita ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández – e estaria mobilizando esforços para atacar Rodrigo Maia.
Na visão de Bolsonaro, os dois filmetes (que quase ninguém viu) de propaganda do Centrão seriam uma “formação de cacife” do grupo de Maia para apoiar um adversário do Planalto em 2022 ou até mesmo uma candidatura do próprio Maia.
A visão de Bolsonaro, entretanto, parece ter a acuidade da do famoso violeiro Aderaldo, porque Maia pode até fazer-se de candidato, mas candidato não é. E se for, é a vice, porque sabe que tem muito mais trânsito político do que voto.
E hoje, na entrevista a O Globo – que vai ao ar amanhã no formato de podcast – o presidente da Câmara mostrou que gostou do jogo, que só o torna mais simpático a quem não quer ficar com “o Capitão acima de Tudo”.
Criticou as propostas erráticas do Governo na economia e cometeu a suprema heresia de dizer que o centro não teria dificuldades em apoiar um candidato mais próximo à esquerda, citando Ciro Gomes como alguém que “tem palavra” como exemplo.
Cada pedaço de mármore do Congresso sabe que, se é um problema não repetir a condenação a Lula de público, nas conversas de bastidor a maioria do Centrão conversa dez vezes com ele que uma com o ex-governador do Ceará.
Quem quiser se fiar nesta história de que o Congresso funcionará numa posição de “neutralidade amistosa” com Bolsonaro que se fie.
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