Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Já passa do meio dia, e até o momento não houve nenhuma manifestação do governo brasileiro sobre a nova edição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pela ONU na manhã desta segunda-feira.
Bolsonaro ainda não deu o ar da sua graça na porta do Alvorada nem nas redes sociais, de onde sumiu desde a quarentena imposta ao filho Carlucho, o O2.
Se estivesse interessado em conhecer o que acontece na vida real dos brasileiros, o presidente ficaria sabendo que no ranking de 189 nações, o Brasil caiu para o 79º lugar, nivelado a países como Bósnia Herzegovina e Macedônia do Norte, atrás de Chile, Argentina e Uruguai.
No discurso que fez esta manhã, em mais uma cerimonia militar de promoção de oficiais, o presidente só comentou que seu governo “está no caminho certo”.
Desde o golpe de 2016, que levou Jair Bolsonaro ao poder pelo voto numa eleição fraudada, o país só piora no IDH, que analisa fatores como emprego, saúde e acesso à educação.
Em compensação, registramos a maior diferença entre ricos e pobres nos últimos sete anos, o que coloca o Brasil no 102º lugar em distribuição de renda.
Com 33% de todas as riquezas produzidas no país nas mãos do 1% mais rico da população, temos a segunda maior concentração de renda do mundo, apenas atrás dos sheiks do petróleo do Catar.
Nada disso parece comover a equipe de Paulo Guedes, que continua preparando reformas para aumentar ainda mais essa desigualdade, apenas preocupado com o corte de despesas, sem apresentar nenhum projeto de criação de empregos e de políticas sociais.
O máximo que o governo fez até agora foi liberar R$ 500 do Fundo de Garantia dos trabalhadores, um dos motivos apontados para o aumento de 0,6 no PIB no último trimestre, comemorado como um grande feito para a recuperação da economia.
Se os “Chicago Boys” formados no Chile de Pinochet saíssem de seus gabinetes para um passeio noturno no Rio ou em São Paulo, encontrariam uma realidade que não está em suas planilhas: famílias inteiras jogadas nas calçadas, sem teto nem renda, relegadas ao mais completo abandono.
Daqui a pouco, haverá mais gente vendendo comida na rua do que comprando: mais de metade da força de trabalho do país já está na informalidade, sem qualquer direito trabalhista nem assistência médica, cada vez mais precária por falta de recursos.
Enquanto isso, os três ou quatro bancos brasileiros continuam batendo recordes após recordes de lucro nos seus balanços.
Além dos banqueiros, também não podem se queixar os militares, que receberam um bônus de 40% nos seus salários para aderir à reforma da Previdência, aquela que prometeu “aposentadoria igual para todos”.
A prosseguir assim, em breve o Brasil passará o Catar como campeão mundial de concentração de renda e distribuição de miséria, que só é comparável aos mais pobres países africanos.
Em Brasília, que fica cada vez mais longe do Brasil, estão todos preocupados apenas com eleições e formação de novos partidos.
Ninguém está querendo saber desta pesquisa da ONU, que mostra com fatos e números a degradação de um país onde nos últimos anos o IDH cresceu à media de 0,78% ao ano.
De um ano para outro, de Michel a Bolsonaro, agora o crescimento foi de apenas 0,001%, com viés de baixa.
Como estaremos em 2022?
Vida que segue.
Bolsonaro ainda não deu o ar da sua graça na porta do Alvorada nem nas redes sociais, de onde sumiu desde a quarentena imposta ao filho Carlucho, o O2.
Se estivesse interessado em conhecer o que acontece na vida real dos brasileiros, o presidente ficaria sabendo que no ranking de 189 nações, o Brasil caiu para o 79º lugar, nivelado a países como Bósnia Herzegovina e Macedônia do Norte, atrás de Chile, Argentina e Uruguai.
No discurso que fez esta manhã, em mais uma cerimonia militar de promoção de oficiais, o presidente só comentou que seu governo “está no caminho certo”.
Desde o golpe de 2016, que levou Jair Bolsonaro ao poder pelo voto numa eleição fraudada, o país só piora no IDH, que analisa fatores como emprego, saúde e acesso à educação.
Em compensação, registramos a maior diferença entre ricos e pobres nos últimos sete anos, o que coloca o Brasil no 102º lugar em distribuição de renda.
Com 33% de todas as riquezas produzidas no país nas mãos do 1% mais rico da população, temos a segunda maior concentração de renda do mundo, apenas atrás dos sheiks do petróleo do Catar.
Nada disso parece comover a equipe de Paulo Guedes, que continua preparando reformas para aumentar ainda mais essa desigualdade, apenas preocupado com o corte de despesas, sem apresentar nenhum projeto de criação de empregos e de políticas sociais.
O máximo que o governo fez até agora foi liberar R$ 500 do Fundo de Garantia dos trabalhadores, um dos motivos apontados para o aumento de 0,6 no PIB no último trimestre, comemorado como um grande feito para a recuperação da economia.
Se os “Chicago Boys” formados no Chile de Pinochet saíssem de seus gabinetes para um passeio noturno no Rio ou em São Paulo, encontrariam uma realidade que não está em suas planilhas: famílias inteiras jogadas nas calçadas, sem teto nem renda, relegadas ao mais completo abandono.
Daqui a pouco, haverá mais gente vendendo comida na rua do que comprando: mais de metade da força de trabalho do país já está na informalidade, sem qualquer direito trabalhista nem assistência médica, cada vez mais precária por falta de recursos.
Enquanto isso, os três ou quatro bancos brasileiros continuam batendo recordes após recordes de lucro nos seus balanços.
Além dos banqueiros, também não podem se queixar os militares, que receberam um bônus de 40% nos seus salários para aderir à reforma da Previdência, aquela que prometeu “aposentadoria igual para todos”.
A prosseguir assim, em breve o Brasil passará o Catar como campeão mundial de concentração de renda e distribuição de miséria, que só é comparável aos mais pobres países africanos.
Em Brasília, que fica cada vez mais longe do Brasil, estão todos preocupados apenas com eleições e formação de novos partidos.
Ninguém está querendo saber desta pesquisa da ONU, que mostra com fatos e números a degradação de um país onde nos últimos anos o IDH cresceu à media de 0,78% ao ano.
De um ano para outro, de Michel a Bolsonaro, agora o crescimento foi de apenas 0,001%, com viés de baixa.
Como estaremos em 2022?
Vida que segue.
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