Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
A queda espetacular de Roberto Alvim não deve produzir ilusões.
Se a permanência do Goebells tropical no ministério tornou-se insustentável, o projeto que pretende modelar a cultura brasileira por princípios inaceitáveis, típicos do nazismo, não foi revogado e deve ser combatido com o mesmo ardor.
Isso quer dizer que, após celebrar a queda de um fanfarrão perigoso, será necessário compreender e denunciar o Premio Nacional das Artes, no qual o governo Bolsonaro pretende gastar R$ 20 milhões para amaciar a rejeição corajosa, admirável, de um dos principais polos de resistência a seu governo, aquele universo onde se encontram os mais influentes artistas e intelectuais brasileiros.
Vamos entender que a encenação em vídeo não foi uma fantasia pessoal ou distração moral. Expressa um projeto que tem a mesma inspiração deixada por Goebells, conhecido por manter uma relação com a intelectualidade alemã por uma frase cristalina - chegou a dizer que sentia impulso de sacar um revólver quando ouvia falar em Cultura.
(Mais fanático dos integrantes da corte de Hitler, quando a derrota militar do nazismo tornou-se inevitável, Goebells não só cometeu suicídio, mas fez questão de assassinar os filhos, ainda crianças, impedindo criminosamente que cada um tivesse direito de desfrutar a própria vida).
O projeto Alvim/Goebelles não fala de cultura nem de arte, mas Propaganda. Não quer estimular obras capazes de refletir o país, de forma ampla e plural, produzidas com a indispensável independência em relação ao poder do Estado. Pelo contrário. O espírito republicano é do feitio Waintraub e Damares.
Com um cheque de 20 milhões de reais, o mesmo governo que tem feito o possível para sabotar todos os meios de auto-financiamento de nossa cultura, que conheceu um revigoramento impressionante na última década, pretende colocar uma parcela dos artistas brasileiros a serviço do bolsonarismo. Este terá a palavra final sobre forma e conteúdo.
Caso o macabro projeto Alvim/Goebells seja levado adiante, podemos imaginar uma deprimente cena final. No dia combinado, de preferência num estádio de futebol, o novo Secretário (será Regina Duarte?) irá anunciar os vencedores para uma platéia extasiada, gritando Anauê, Heil-Hitler e assim por diante.
Alguma dúvida?
A queda espetacular de Roberto Alvim não deve produzir ilusões.
Se a permanência do Goebells tropical no ministério tornou-se insustentável, o projeto que pretende modelar a cultura brasileira por princípios inaceitáveis, típicos do nazismo, não foi revogado e deve ser combatido com o mesmo ardor.
Isso quer dizer que, após celebrar a queda de um fanfarrão perigoso, será necessário compreender e denunciar o Premio Nacional das Artes, no qual o governo Bolsonaro pretende gastar R$ 20 milhões para amaciar a rejeição corajosa, admirável, de um dos principais polos de resistência a seu governo, aquele universo onde se encontram os mais influentes artistas e intelectuais brasileiros.
Vamos entender que a encenação em vídeo não foi uma fantasia pessoal ou distração moral. Expressa um projeto que tem a mesma inspiração deixada por Goebells, conhecido por manter uma relação com a intelectualidade alemã por uma frase cristalina - chegou a dizer que sentia impulso de sacar um revólver quando ouvia falar em Cultura.
(Mais fanático dos integrantes da corte de Hitler, quando a derrota militar do nazismo tornou-se inevitável, Goebells não só cometeu suicídio, mas fez questão de assassinar os filhos, ainda crianças, impedindo criminosamente que cada um tivesse direito de desfrutar a própria vida).
O projeto Alvim/Goebelles não fala de cultura nem de arte, mas Propaganda. Não quer estimular obras capazes de refletir o país, de forma ampla e plural, produzidas com a indispensável independência em relação ao poder do Estado. Pelo contrário. O espírito republicano é do feitio Waintraub e Damares.
Com um cheque de 20 milhões de reais, o mesmo governo que tem feito o possível para sabotar todos os meios de auto-financiamento de nossa cultura, que conheceu um revigoramento impressionante na última década, pretende colocar uma parcela dos artistas brasileiros a serviço do bolsonarismo. Este terá a palavra final sobre forma e conteúdo.
Caso o macabro projeto Alvim/Goebells seja levado adiante, podemos imaginar uma deprimente cena final. No dia combinado, de preferência num estádio de futebol, o novo Secretário (será Regina Duarte?) irá anunciar os vencedores para uma platéia extasiada, gritando Anauê, Heil-Hitler e assim por diante.
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