Editorial do site Vermelho:
O arquivamento pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República da denúncia sobre possível conflito de interesses envolvendo o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, sem instaurar investigação, se inscreve como mais um absurdo na galeria de absurdos desse governo. É mais um caso que despe Bolsonaro do falso manto da moralidade.
Ao não apurar as fortes evidências de ilicitudes, a tal Comissão deixa no ar a certeza de que nesse governo vale a velha máxima de que aos amigos tudo, aos inimigos o que seria o rigor da lei. A condicionalidade se aplica porque, num Estado Democrático de Direito, a lei é uma virtude, coisa distante de ser regra no governo Bolsonaro.
Na ausência da lei da democracia, prevalece o nepotismo, o compadrismo e o mais vulgar patrimonialismo. Esse caso se junta a outros, como a tentativa de Bolsonaro de emplacar o filho Eduardo embaixador nos Estados Unidos e a proposta para que o ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, ocupasse a embaixada no Canadá, sob a justificativa de que a esposa e o filho dele moram naquele país.
Esse festival de sinecuras não surpreende quem conhece a lógica desse projeto de poder autoritário, avesso à ideia do Estado como casa de força da democracia, o império da legalidade. Suas leis são próprias e seguem a máxima de passar o seu pirão à frente quando há escassez de farinha. Tratam o Estado e suas instituições como se fossem extensões das suas cozinhas.
O caso de Wajngarten tem o agravante de ser uma possível operação de compra de apoio midiático, o que exigiria uma apuração mais abrangente, incluindo corruptos e corruptores. Mas prevaleceu o vício histórico do patrimonialismo, em que o público se vê refém do privado. Os comportamentos de certos setores da mídia, que atuam como meros assessores de imprensa do governo, já atingiram proporções de escândalo.
Na verdade, o Brasil está novamente diante da situação de ser governado por um projeto de poder distante dos interesses do povo. Para essa ideia, simplesmente não interessa que os processos institucionais funcionem. Ela representa um setor do Brasil que, de geração em geração, vive da troca de favores, construindo atalhos, traficando influência.
O bolsonarismo não tem mais como esconder o uso da ilegalidade e a prática de ilicitudes como seu jeito de governar. São flagrantes os rompimentos com a lógica da função pública para favorecer determinados interesses, em detrimento de outros, visando a alguma forma de benefício.
A sucessão de crises vai configurando uma catástrofe política, moral e ética, além dos sinais de agravamento nos indicadores sociais e econômicos. Sem respostas para a situação, o governo parece entregue à inércia dos planos propagados com potencial para salvar a pátria que, submetidos à realidade, se revelam um projeto de destruição nacional.
O arquivamento pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República da denúncia sobre possível conflito de interesses envolvendo o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, sem instaurar investigação, se inscreve como mais um absurdo na galeria de absurdos desse governo. É mais um caso que despe Bolsonaro do falso manto da moralidade.
Ao não apurar as fortes evidências de ilicitudes, a tal Comissão deixa no ar a certeza de que nesse governo vale a velha máxima de que aos amigos tudo, aos inimigos o que seria o rigor da lei. A condicionalidade se aplica porque, num Estado Democrático de Direito, a lei é uma virtude, coisa distante de ser regra no governo Bolsonaro.
Na ausência da lei da democracia, prevalece o nepotismo, o compadrismo e o mais vulgar patrimonialismo. Esse caso se junta a outros, como a tentativa de Bolsonaro de emplacar o filho Eduardo embaixador nos Estados Unidos e a proposta para que o ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, ocupasse a embaixada no Canadá, sob a justificativa de que a esposa e o filho dele moram naquele país.
Esse festival de sinecuras não surpreende quem conhece a lógica desse projeto de poder autoritário, avesso à ideia do Estado como casa de força da democracia, o império da legalidade. Suas leis são próprias e seguem a máxima de passar o seu pirão à frente quando há escassez de farinha. Tratam o Estado e suas instituições como se fossem extensões das suas cozinhas.
O caso de Wajngarten tem o agravante de ser uma possível operação de compra de apoio midiático, o que exigiria uma apuração mais abrangente, incluindo corruptos e corruptores. Mas prevaleceu o vício histórico do patrimonialismo, em que o público se vê refém do privado. Os comportamentos de certos setores da mídia, que atuam como meros assessores de imprensa do governo, já atingiram proporções de escândalo.
Na verdade, o Brasil está novamente diante da situação de ser governado por um projeto de poder distante dos interesses do povo. Para essa ideia, simplesmente não interessa que os processos institucionais funcionem. Ela representa um setor do Brasil que, de geração em geração, vive da troca de favores, construindo atalhos, traficando influência.
O bolsonarismo não tem mais como esconder o uso da ilegalidade e a prática de ilicitudes como seu jeito de governar. São flagrantes os rompimentos com a lógica da função pública para favorecer determinados interesses, em detrimento de outros, visando a alguma forma de benefício.
A sucessão de crises vai configurando uma catástrofe política, moral e ética, além dos sinais de agravamento nos indicadores sociais e econômicos. Sem respostas para a situação, o governo parece entregue à inércia dos planos propagados com potencial para salvar a pátria que, submetidos à realidade, se revelam um projeto de destruição nacional.
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