Do site Vermelho:
O caso em que o secretário de Educação do estado de Rondônia, Suamy Vivecananda, mandou censurar 43 livros - entre eles autores clássicos brasileiros como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca - não se encerra em si mesmo.
Ele se insere na praxe bolsonarista de agredir aquilo que não tolera, em geral manifestações de democracia, arte e cultura. Sintomaticamente, o governador rondoniense, coronel Marcos Rocha, é filiado ao PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, com tendência de acompanhá-lo em seu novo partido, o Aliança.
O bolsonarismo é um polo irradiador de intolerância e obscurantismo. O presidente da República tem dado sucessivas demonstrações disso. Há poucos dias ele encenou mais um ato de bestialidade ao dar “banana” para jornalistas que o aguardavam para uma entrevista. Em outras ocasiões, vociferou, com decibéis elevados, contra merecidas críticas da imprensa ao seu comportamento.
O caso de Rondônia não é isolado. Ele se liga, entre outros fatos, à fala recente do então secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim, que encenou Joseph Goeebels, o famoso marqueteiro de Adolf Hitler, ao anunciar sua ideia sobre a “nova cultura nacional”. E se iguala a fatos de quando a ideologia nazista governou a Alemanha, queimando livros como uma das práticas do seu rol de barbaridades e selvagerias. Ou às bestialidades do regime militar brasileiro.
Lembra ainda o processo movido na França contra Flaubert, acusado de ultrajar a moral pública e a religião com seu Madame Bovary. E o famoso caso de David Herbert Lawrence, que por motivos alegadamente religiosos teve seu livro O Amante de Lady Chatterley proibido e a obra Mulheres Apaixonadas recusada pelos conservadores editores ingleses do começo do século XX.
O caso de Rondônia não foi um acontecimento fortuito, isolado, sem maiores consequências. É mais um degrau da estruturação do autoritarismo bolsonarista. Faz parte do projeto de poder que Bolsonaro anuncia como um governo de violência e barbárie. Com ações assim, esse projeto vai testando o limite da resistência democrática e difundindo suas ideias, a exemplo do que fizeram projetos semelhantes no passado.
A cultura é, naturalmente, uma barreira para essa ideologia agressiva, de ojeriza à democracia. É a antítese do protofascismo, da baixa erudição, numa definição. Uma sociedade em condições de fruir arte, absorver informação, ter acesso ao patrimônio cultural da humanidade dificilmente se submete ao autoritarismo e ao obscurantismo.
Esse desprezo pela cultura não é imotivado; em todos os tempos, o progresso social esteve contra a opressão. E a recíproca é verdadeira: nenhum opressor admite o pensamento avançado. O nome disso é terrorismo cultural. Querem afastar do debate os que se irmanam pela causa da liberdade.
Nessa cruzada, o bolsonarismo imagina-se uma divindade, com a pretensão de tirar do ambiente social aquilo que faz a alegria e a cultura de um povo: as liberdades de palavra, de reunião, de organização, de opinião, de discordar ou concordar sem prêmio ou castigo. São essas liberdades que fazem o povo viver numa sociedade alegre e evoluída. E quem diz alegria pressupõe solidariedade, ou, pelo menos, ausência de maldade. Sem bolsonarismo, em resumo.
O caso em que o secretário de Educação do estado de Rondônia, Suamy Vivecananda, mandou censurar 43 livros - entre eles autores clássicos brasileiros como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca - não se encerra em si mesmo.
Ele se insere na praxe bolsonarista de agredir aquilo que não tolera, em geral manifestações de democracia, arte e cultura. Sintomaticamente, o governador rondoniense, coronel Marcos Rocha, é filiado ao PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, com tendência de acompanhá-lo em seu novo partido, o Aliança.
O bolsonarismo é um polo irradiador de intolerância e obscurantismo. O presidente da República tem dado sucessivas demonstrações disso. Há poucos dias ele encenou mais um ato de bestialidade ao dar “banana” para jornalistas que o aguardavam para uma entrevista. Em outras ocasiões, vociferou, com decibéis elevados, contra merecidas críticas da imprensa ao seu comportamento.
O caso de Rondônia não é isolado. Ele se liga, entre outros fatos, à fala recente do então secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim, que encenou Joseph Goeebels, o famoso marqueteiro de Adolf Hitler, ao anunciar sua ideia sobre a “nova cultura nacional”. E se iguala a fatos de quando a ideologia nazista governou a Alemanha, queimando livros como uma das práticas do seu rol de barbaridades e selvagerias. Ou às bestialidades do regime militar brasileiro.
Lembra ainda o processo movido na França contra Flaubert, acusado de ultrajar a moral pública e a religião com seu Madame Bovary. E o famoso caso de David Herbert Lawrence, que por motivos alegadamente religiosos teve seu livro O Amante de Lady Chatterley proibido e a obra Mulheres Apaixonadas recusada pelos conservadores editores ingleses do começo do século XX.
O caso de Rondônia não foi um acontecimento fortuito, isolado, sem maiores consequências. É mais um degrau da estruturação do autoritarismo bolsonarista. Faz parte do projeto de poder que Bolsonaro anuncia como um governo de violência e barbárie. Com ações assim, esse projeto vai testando o limite da resistência democrática e difundindo suas ideias, a exemplo do que fizeram projetos semelhantes no passado.
A cultura é, naturalmente, uma barreira para essa ideologia agressiva, de ojeriza à democracia. É a antítese do protofascismo, da baixa erudição, numa definição. Uma sociedade em condições de fruir arte, absorver informação, ter acesso ao patrimônio cultural da humanidade dificilmente se submete ao autoritarismo e ao obscurantismo.
Esse desprezo pela cultura não é imotivado; em todos os tempos, o progresso social esteve contra a opressão. E a recíproca é verdadeira: nenhum opressor admite o pensamento avançado. O nome disso é terrorismo cultural. Querem afastar do debate os que se irmanam pela causa da liberdade.
Nessa cruzada, o bolsonarismo imagina-se uma divindade, com a pretensão de tirar do ambiente social aquilo que faz a alegria e a cultura de um povo: as liberdades de palavra, de reunião, de organização, de opinião, de discordar ou concordar sem prêmio ou castigo. São essas liberdades que fazem o povo viver numa sociedade alegre e evoluída. E quem diz alegria pressupõe solidariedade, ou, pelo menos, ausência de maldade. Sem bolsonarismo, em resumo.
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