Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Sintoma inequívoco do largo isolamento de Bolsonaro foi o rompimento do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, seu aliado, rejeitando o caminho desatinado proposto por ele no desastroso pronunciamento de ontem e optando pela manutenção das medidas restritivas para mitigar os danos e perdas de vidas que nos serão impostos pelo coronavírus.
É preciso deter Bolsonaro, que se tornou um perigo para o Brasil, dizem todos, pública ou reservadamente. Mas para isso, é imperativo que se crise uma frente ampla com este objetivo, reunindo as mais diferentes forças da racionalidade, de centro, esquerda e direita.
Serão os líderes políticos capazes disso?
Bolsonaro ainda tem base social, e essa é uma questão importante.
Ela inibe as articulações em busca de uma saída política. Na tarde desta quarta-feira os governadores farão teleconferência, todos eles, das 27 unidades da federação.
Ficarão nas medidas de cooperação para o enfrentamento da pandemia ou avançarão no debate sobre a gravíssima situação política?
Sim, temos crise sanitária, econômica e também política, na medida em que o presidente voltou-se contra a realidade, a ciência e todos os atores que estão seguindo as melhores práticas internacionais para mitigar os efeitos da pandemia.
O país, entretanto, não pode ser prisioneiro de Bolsonaro porque ele tem apoio de uma parcela da sociedade, que pensa como ele sobre muitas coisas, inclusive sobre o coronavírus.
Este espantalho terá que ser enfrentado.
E para isso faz-se necessária a tal frente ampla e democrática anti-Bolsonaro.
Em outros momentos ela foi possível: contra a ditadura, na eleição de Tancredo-Sarney, depois da derrota das diretas-já e no impeachment de Collor. No de Dilma, o país cindiu-se, e as consequências estão aí.
E havendo afastamento, dentro do Estado de Direito, todos precisam assimilar que o vice Mourão deve toma posse. Aliás, num dia como hoje, ele vai dar entrevista.
A esquerda, dividida e debilitada, precisa entender que não haverá afastamento de Bolsonaro se não houver aliança com o centro e com setores de direita não-bolsonaristas.
Como Dória, que pode ter seu cálculo eleitoral mas está tendo coragem de enfrentá-lo.
Como aconteceu nesta quarta-feira, na teleconferência entre Bolsonaro e governadores do Sudeste, em que os dois protagonizaram uma acirrada troca de farpas.
Não se trata de frente para disputar eleições ou para compor um eventual futuro governo.
O futuro está lá adiante, depois de passarmos pela grande provação da pandemia.
Trata-se de uma frente democrática para livrar o país de um presidente que se tornou um perigo para o país.
Mas como fazer um impeachment correndo contra o tempo e contra o risco de um desastre?
Um impeachment leva meses, e ademais o Congresso está funcionando virtualmente.
Há um atalho, que ouso sugerir.
Uma denúncia contra Bolsonaro por crime comum pode ser apresentada ao STF, que por sua vez pode encaminhá-la imediatamente à Câmara, pedindo a licença para o processar, como fez no caso de Temer.
Se a Câmara concede a licença, o presidente é imediatamente afastado, até que o julgamento ocorra. Temer comprou votos e barrou a licença. Havendo uma frente ampla, Bolsonaro não terá tais votos. Pensem nisso, senhores da política.
Sintoma inequívoco do largo isolamento de Bolsonaro foi o rompimento do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, seu aliado, rejeitando o caminho desatinado proposto por ele no desastroso pronunciamento de ontem e optando pela manutenção das medidas restritivas para mitigar os danos e perdas de vidas que nos serão impostos pelo coronavírus.
É preciso deter Bolsonaro, que se tornou um perigo para o Brasil, dizem todos, pública ou reservadamente. Mas para isso, é imperativo que se crise uma frente ampla com este objetivo, reunindo as mais diferentes forças da racionalidade, de centro, esquerda e direita.
Serão os líderes políticos capazes disso?
Bolsonaro ainda tem base social, e essa é uma questão importante.
Ela inibe as articulações em busca de uma saída política. Na tarde desta quarta-feira os governadores farão teleconferência, todos eles, das 27 unidades da federação.
Ficarão nas medidas de cooperação para o enfrentamento da pandemia ou avançarão no debate sobre a gravíssima situação política?
Sim, temos crise sanitária, econômica e também política, na medida em que o presidente voltou-se contra a realidade, a ciência e todos os atores que estão seguindo as melhores práticas internacionais para mitigar os efeitos da pandemia.
O país, entretanto, não pode ser prisioneiro de Bolsonaro porque ele tem apoio de uma parcela da sociedade, que pensa como ele sobre muitas coisas, inclusive sobre o coronavírus.
Este espantalho terá que ser enfrentado.
E para isso faz-se necessária a tal frente ampla e democrática anti-Bolsonaro.
Em outros momentos ela foi possível: contra a ditadura, na eleição de Tancredo-Sarney, depois da derrota das diretas-já e no impeachment de Collor. No de Dilma, o país cindiu-se, e as consequências estão aí.
E havendo afastamento, dentro do Estado de Direito, todos precisam assimilar que o vice Mourão deve toma posse. Aliás, num dia como hoje, ele vai dar entrevista.
A esquerda, dividida e debilitada, precisa entender que não haverá afastamento de Bolsonaro se não houver aliança com o centro e com setores de direita não-bolsonaristas.
Como Dória, que pode ter seu cálculo eleitoral mas está tendo coragem de enfrentá-lo.
Como aconteceu nesta quarta-feira, na teleconferência entre Bolsonaro e governadores do Sudeste, em que os dois protagonizaram uma acirrada troca de farpas.
Não se trata de frente para disputar eleições ou para compor um eventual futuro governo.
O futuro está lá adiante, depois de passarmos pela grande provação da pandemia.
Trata-se de uma frente democrática para livrar o país de um presidente que se tornou um perigo para o país.
Mas como fazer um impeachment correndo contra o tempo e contra o risco de um desastre?
Um impeachment leva meses, e ademais o Congresso está funcionando virtualmente.
Há um atalho, que ouso sugerir.
Uma denúncia contra Bolsonaro por crime comum pode ser apresentada ao STF, que por sua vez pode encaminhá-la imediatamente à Câmara, pedindo a licença para o processar, como fez no caso de Temer.
Se a Câmara concede a licença, o presidente é imediatamente afastado, até que o julgamento ocorra. Temer comprou votos e barrou a licença. Havendo uma frente ampla, Bolsonaro não terá tais votos. Pensem nisso, senhores da política.
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