Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
Sem muito disfarce, o governo Jair Bolsonaro inicia uma nova sequencia ao esforço para enfraquecer resistência de brasileiras e brasileiros ao coronavírus.
"Brasil reabre sem fazer a lição de casa", denuncia Italo Iamarino, doutor em Ciências pela USP (Folha, 28/5/2020), sintetizado um temor comum a vários estudiosos.
Combinando a pressão de Bolsonaro contra o isolamento e o noticiário de vários países europeus, a desmobilização das quarentenas começa a ser imposta de cima para baixo, em vários pontos do país, inclusive São Paulo, capital e arredores.
Num país onde falecimentos e contágios continuam em alta, o movimento aponta para mais mortes e mais doentes, num quadro terrível para uma nação que já é a primeira do mundo em óbitos/dia.
Numa primeira medida, revogou-se uma portaria de março, quando o Estado brasileiro vivia um período de relativa mobilização no combate à pandemia.
Assinada pelos ministros da Saúde da época (Luiz Henrique Mandetta), e da Justiça (Sérgio Moro), a portaria previa até pena de detenção - 15 dias a um ano - a quem infringisse determinação do poder público destinada "a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa".
Recém-assinada pelo general Eduardo Panzuela, da Saúde, e pelo ministro André Mendonça, da Justiça, a revogação equivale a boicote oficializado. Ninguém pode ser importunado pelas autoridades caso resolva descumprir medidas de de proteção em vigor no seu Estado, na sua cidade.
Outra iniciativa envolve a criminalização dos governos e prefeituras que combatem o coronavírus, em particular na compra de equipamentos e insumos importados, empregando a bandeira da luta anti-corrupção.
Mesmo num governo enrolado em escândalos federais - pagamento de fake-news, laranjais do Turismo, milicias de Fabrício Queiroz - toda investigação sobre corrupção, como ocorreu nesta segunda feira no Rio de Janeiro, deve ser apoiada.
Em meio a uma pandemia, num ambiente político dilacerado, todo cuidado é pouco - até porque a necessária investigação de quadrilhas abrigadas à sombra do Estado brasileiro não pode prejudicar a saúde de uma população que nada tem a ver com isso.
Iniciada pelo Rio de Janeiro, a operação "Covidão", como antecipou a deputada Carla Zambelli, uma das estrelas do bolsonarismo, ameaça fazer sua aparição em outros lugares, contribuindo para desmobilizar um esforço necessário para salvar homens e mulheres que tiveram a vida sacrificada sem necessidade.
Alguma dúvida?
Sem muito disfarce, o governo Jair Bolsonaro inicia uma nova sequencia ao esforço para enfraquecer resistência de brasileiras e brasileiros ao coronavírus.
"Brasil reabre sem fazer a lição de casa", denuncia Italo Iamarino, doutor em Ciências pela USP (Folha, 28/5/2020), sintetizado um temor comum a vários estudiosos.
Combinando a pressão de Bolsonaro contra o isolamento e o noticiário de vários países europeus, a desmobilização das quarentenas começa a ser imposta de cima para baixo, em vários pontos do país, inclusive São Paulo, capital e arredores.
Num país onde falecimentos e contágios continuam em alta, o movimento aponta para mais mortes e mais doentes, num quadro terrível para uma nação que já é a primeira do mundo em óbitos/dia.
Numa primeira medida, revogou-se uma portaria de março, quando o Estado brasileiro vivia um período de relativa mobilização no combate à pandemia.
Assinada pelos ministros da Saúde da época (Luiz Henrique Mandetta), e da Justiça (Sérgio Moro), a portaria previa até pena de detenção - 15 dias a um ano - a quem infringisse determinação do poder público destinada "a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa".
Recém-assinada pelo general Eduardo Panzuela, da Saúde, e pelo ministro André Mendonça, da Justiça, a revogação equivale a boicote oficializado. Ninguém pode ser importunado pelas autoridades caso resolva descumprir medidas de de proteção em vigor no seu Estado, na sua cidade.
Outra iniciativa envolve a criminalização dos governos e prefeituras que combatem o coronavírus, em particular na compra de equipamentos e insumos importados, empregando a bandeira da luta anti-corrupção.
Mesmo num governo enrolado em escândalos federais - pagamento de fake-news, laranjais do Turismo, milicias de Fabrício Queiroz - toda investigação sobre corrupção, como ocorreu nesta segunda feira no Rio de Janeiro, deve ser apoiada.
Em meio a uma pandemia, num ambiente político dilacerado, todo cuidado é pouco - até porque a necessária investigação de quadrilhas abrigadas à sombra do Estado brasileiro não pode prejudicar a saúde de uma população que nada tem a ver com isso.
Iniciada pelo Rio de Janeiro, a operação "Covidão", como antecipou a deputada Carla Zambelli, uma das estrelas do bolsonarismo, ameaça fazer sua aparição em outros lugares, contribuindo para desmobilizar um esforço necessário para salvar homens e mulheres que tiveram a vida sacrificada sem necessidade.
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