Por Luis Felipe Miguel
"Um jornal a serviço da democracia", diz o novo slogan da Folha.
É o jornal que apoiou o golpe de 1964 e não fez nem a autocrítica hipócrita que a Rede Globo fez.
É o jornal que cedia seus furgões para que a Operação Bandeirantes levasse prisioneiros para os porões da ditadura, mas que até hoje finge que isso não ocorreu.
É o jornal cujo pranteado "publisher" dizia que no Brasil não teve ditadura: foi uma "ditabranda", que prendeu, exilou, torturou e matou tão pouquinha gente.
É o jornal que apoiou o golpe de 2016 e não permite que, nas suas páginas, se diga que o golpe foi golpe.
O jornal que fez coro a todos os outros na defesa da Lava Jato e de suas arbitrariedades, do lawfare contra o ex-presidente Lula, da criminalização da esquerda.
O jornal que bateu na tecla de que PT e Bolsonaro eram radicalismos simétricos, como forma de favorecer o apoio envergonhado da direita que se deseja civilizada a um projeto com nítidos tons neofascistas.
O jornal que é defensor infatigável da retirada de direitos da classe trabalhadora, da redução do Estado e da desnacionalização da economia.
E que age, de forma deliberada e cuidadosa, com o objetivo de estreitar o debate público sobre todas essas questões.
Fiel a seu espírito megalômano, a Folha se coloca agora no papel de timoneira da luta pela democracia.
Decidiu até fazer uma exortação para que todos usem amarelo. É, obviamente, mais uma tentativa de reforçar o paralelo mentiroso com a campanha das diretas.
A Folha quer derrubar Bolsonaro - acho ótimo. Fico feliz, de verdade.
Quanto mais gente, melhor.
Mas, aliada na luta contra Bolsonaro, a Folha não o é na luta pela democracia.
O que ela quer nos vender como democracia está longe até da encarnação mais pálida do ideal democrático.
Não merece seu nome uma "democracia" em que o campo popular tem papel fixo - o papel de derrotado, já que, quando há o risco dele obter alguma vitória, os poderosos têm a alternativa de virar a mesa.
Não merece seu nome uma "democracia" que quer tirar Bolsonaro, mas blindar Guedes (ou, pelo menos, suas políticas).
Antes de dar lições de democracia, a Folha tem que estar disposta a abrir mão do seu golpismo.
É o jornal que apoiou o golpe de 1964 e não fez nem a autocrítica hipócrita que a Rede Globo fez.
É o jornal que cedia seus furgões para que a Operação Bandeirantes levasse prisioneiros para os porões da ditadura, mas que até hoje finge que isso não ocorreu.
É o jornal cujo pranteado "publisher" dizia que no Brasil não teve ditadura: foi uma "ditabranda", que prendeu, exilou, torturou e matou tão pouquinha gente.
É o jornal que apoiou o golpe de 2016 e não permite que, nas suas páginas, se diga que o golpe foi golpe.
O jornal que fez coro a todos os outros na defesa da Lava Jato e de suas arbitrariedades, do lawfare contra o ex-presidente Lula, da criminalização da esquerda.
O jornal que bateu na tecla de que PT e Bolsonaro eram radicalismos simétricos, como forma de favorecer o apoio envergonhado da direita que se deseja civilizada a um projeto com nítidos tons neofascistas.
O jornal que é defensor infatigável da retirada de direitos da classe trabalhadora, da redução do Estado e da desnacionalização da economia.
E que age, de forma deliberada e cuidadosa, com o objetivo de estreitar o debate público sobre todas essas questões.
Fiel a seu espírito megalômano, a Folha se coloca agora no papel de timoneira da luta pela democracia.
Decidiu até fazer uma exortação para que todos usem amarelo. É, obviamente, mais uma tentativa de reforçar o paralelo mentiroso com a campanha das diretas.
A Folha quer derrubar Bolsonaro - acho ótimo. Fico feliz, de verdade.
Quanto mais gente, melhor.
Mas, aliada na luta contra Bolsonaro, a Folha não o é na luta pela democracia.
O que ela quer nos vender como democracia está longe até da encarnação mais pálida do ideal democrático.
Não merece seu nome uma "democracia" em que o campo popular tem papel fixo - o papel de derrotado, já que, quando há o risco dele obter alguma vitória, os poderosos têm a alternativa de virar a mesa.
Não merece seu nome uma "democracia" que quer tirar Bolsonaro, mas blindar Guedes (ou, pelo menos, suas políticas).
Antes de dar lições de democracia, a Folha tem que estar disposta a abrir mão do seu golpismo.
2 comentários:
Parafraseando o profeta, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que a Folha de São Paulo mudar sua postura ideológica. É um jornal "de rabo preso com o patrocinador". Não me espantaria se houver dinheiro da CIA em jogo.
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