A prisão do miliciano Fabrício Queiroz, o faz-tudo do clã Bolsonaro, parece que baqueou os generais que arrumaram uma boquinha no laranjal do governo. Segundo informa a Folha neste sábado (20), “incomodada com Queiroz, a ala militar do governo fala em 'ministério de notáveis'”. As articulações estariam aceleradas!
A proposta evidencia a preocupação dos milicos, que temem os "desdobramentos imprevisíveis da prisão de Queiroz". A expressão "ministério de notáveis" remonta a 1992, quando Fernando Collor encarou denúncias de corrupção que levaram à abertura do processo do seu impeachment e à sua renúncia no mesmo ano.
Bolsonaro está num beco sem saída
A mudança ministerial começaria pela pasta da Saúde, hoje ocupada pelo general da ativa Eduardo Pazuello. Ela também incluiria a Educação, vaga com a demissão e fuga do covardão Abraham Weintraub. Mas, aponta a Folha, “o óbice inicial à maquinação chama-se Bolsonaro, que ainda não foi consultado sobre a ideia".
A ideia do "ministério de notáveis" decorre do consenso de que Bolsonaro está totalmente isolado e de que seu laranjal está num beco sem saída, próximo do fim. "Os fardados do governo não aceitam essa hipótese, mas concedem que o governo enfrenta dificuldades políticas enormes", relata o jornal.
A Folha garante que "a prisão de Queiroz calou fundo entre militares, do governo e da ativa. Um general exemplificou que uma coisa seria defender retoricamente o governo ante o que consideram exageros do Judiciário. Outra, diz, seria manter tal apoio" com a revelação de novos escândalos da família presidencial.
Como afirma a Folha, os militares conhecem bem a atuação das milícias. O general Walter Braga Netto, hoje ministro da Casa Civil, comandou a intervenção militar no Rio de Janeiro em 2018. Se a sujeira vier à tona, comprovando as ligações das milícias com o clã Bolsonaro, a situação ficaria insustentável para os generais.
Queda da imagem da corporação militar
A ideia do "ministério de notáveis" decorre do consenso de que Bolsonaro está totalmente isolado e de que seu laranjal está num beco sem saída, próximo do fim. "Os fardados do governo não aceitam essa hipótese, mas concedem que o governo enfrenta dificuldades políticas enormes", relata o jornal.
A Folha garante que "a prisão de Queiroz calou fundo entre militares, do governo e da ativa. Um general exemplificou que uma coisa seria defender retoricamente o governo ante o que consideram exageros do Judiciário. Outra, diz, seria manter tal apoio" com a revelação de novos escândalos da família presidencial.
Como afirma a Folha, os militares conhecem bem a atuação das milícias. O general Walter Braga Netto, hoje ministro da Casa Civil, comandou a intervenção militar no Rio de Janeiro em 2018. Se a sujeira vier à tona, comprovando as ligações das milícias com o clã Bolsonaro, a situação ficaria insustentável para os generais.
Queda da imagem da corporação militar
O maior temor dos generais é com a perda de credibilidade da instituição Forças Armadas. Os oficiais sabem o trabalho que deu para tentar recuperar a imagem “profissional” após a desastrosa experiência da ditadura militar. E já há sinais de que a aventura bolsonarista poderá custar um altíssimo preço.
O jornal Valor Econômico desta quinta-feira (18) trouxe uma pesquisa que evidencia a queda de apoio dos militares nas redes sociais. “Instituição que precisou reconquistar a confiança da sociedade depois do golpe de 1964 e do longo período em que impôs uma ditadura militar ao país, as Forças Armadas estão perdendo apoio nas redes sociais na medida em que se associam à radicalização do governo Bolsonaro”, afirma.
A pesquisa foi feita pela consultoria Quaest, a pedido do Valor. Ela avaliou a imagem dos milicos no Twitter, a plataforma mais voltada à ação política. “De acordo com o levantamento, os meses de abril e maio foram os primeiros, desde o início do mandato de Bolsonaro, em que as referências a militares foram mais negativas do que positivas na rede social”.
Em abril, 54% das postagens foram negativas, enquanto 46% se mostraram favoráveis às Forças Armadas. Em maio, reforçando a queda, o percentual de publicações críticas subiu para 55% e as positivas desceram mais, para 45%. “A impopularidade contrasta com o clima predominante no ano passado, quando o volume de menções favoráveis, em dezembro, chegou a ser mais do que o dobro (69% a 31%) do que o de interações negativas”.
Piora coincide com escalada autoritária
Para o cientista político Felipe Nunes, da Quaest, o resultado coincide com a escalada do autoritarismo no discurso de generais que são ministros no governo Bolsonaro, como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), com ameaças de golpe expressas em notas e cartas abertas, assim como as frequentes manifestações de rua em que bolsonaristas pedem intervenção militar, por meio do fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
“Em 2020, começa esse processo de queda da imagem, que está relacionado à exposição negativa dos militares, sobretudo quando ameaçam as instituições democráticas”, afirma Felipe Nunes. A pesquisa colheu cerca de 600 mil tuítes por mês, desde janeiro de 2019, de forma aleatória, que mencionavam alguma das duas dezenas de palavras relacionadas ao mundo da caserna e suas variantes.
Para o cientista político Felipe Nunes, da Quaest, o resultado coincide com a escalada do autoritarismo no discurso de generais que são ministros no governo Bolsonaro, como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), com ameaças de golpe expressas em notas e cartas abertas, assim como as frequentes manifestações de rua em que bolsonaristas pedem intervenção militar, por meio do fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
“Em 2020, começa esse processo de queda da imagem, que está relacionado à exposição negativa dos militares, sobretudo quando ameaçam as instituições democráticas”, afirma Felipe Nunes. A pesquisa colheu cerca de 600 mil tuítes por mês, desde janeiro de 2019, de forma aleatória, que mencionavam alguma das duas dezenas de palavras relacionadas ao mundo da caserna e suas variantes.
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