Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:
Morre, mas não vacina.
Queima a floresta, mas ofereça parceria para explorá-la melhor.
Ataca o jornalismo, mas triplica o gasto com publicidade.
Impede o trabalho dos repórteres, mas defende o próprio emprego.
Escore-se em paladinos da moralidade quando precisar, mas não se esqueça de chutá-los na hora certa.
Escore-se em generais de prestígio quando precisar, mas não se esqueça de chutá-los na hora certa.
Despreze a ciência, mas não deixe de se cuidar com recursos públicos.
Cerque-se de nulidades capazes do serviço sujo, mas não deixe que cresçam demais, essa primazia é do PR.
Se abolete num partido de ocasião, mas rife seus caciques quando chegar a fatura.
Escore-se em advogados, magistrados e juristas ambiciosos e submissos, mas não esqueça de deixá-los inseguros sobre a única vaga à vista no STF.
Sucateie a tecnologia instalada, mas anuncie a compra de satélites desnecessários.
Fale da saúde dos homens e mulheres, mas entregue seu cuidado aos veterinários.
Bata, mas não deixe marcas.
Mate jovens negros, mas garanta que foi cumprimento do dever.
Achincalhe os direitos humanos, mas não se esqueça de fomentar o ódio.
Corte direitos trabalhistas, mas diga que é para preservar empregos.
Incense um ministro, mas não deixe de manter vivo o fogo da fritura.
Acuse uma menina violentada de assassinato, mas defenda invasores de hospitais.
Libere as armas, mas não esqueça de falar em liberdade e segurança.
Crie confrontos internacionais com nações livres, mas garanta que são todos comunistas.
Abdique da liderança regional, mas não abra mão de se curvar aos EUA.
Conte os mortos às dezenas de milhares, mas desconverse: e daí?
Elogie milicianos, mas não fique só nas palavras: adoce suas bocas com chocolates.
Acuse os artistas de inimigos, mas não deixe de elogiar os que batem em mulher.
Nomeie um colaborador filonazista, mas no primeiro escorregão o substitua por quem ache tortura natural.
Crie protocolos para indicação de cloroquina na rede pública e constranja os planos de saúde a adotá-los, mas convoque uma junta médica para monitorar sua própria ingesta do medicamento, com eletros quatro vezes ao dia.
Eduque os filhos no ódio, mas sempre em nome do amor à família.
Escolha um guru bizarro, mas não precisa ler seus livros.
Faça um cercadinho na porta de casa, mas não alimente os animais com promessas, basta grosseria e desprezo.
Entre cidadãos e gado, fique com os bovinos, mas não se esqueça das emas.
Crie um ministério da família, mulheres e direitos humanos, mas não deixe de nomear para seu comando alguém comprometido com práticas antigênero, masculinistas e fascistas.
Entregue-se aos interesses do mercado e aos evangélicos, mas não deixe de defender o casal perfeito formado por um liberal em economia e um conservador em costumes.
Condene a politicagem na cozinha da política, mas não se esqueça de convidar o Centrão para a sala de visitas dos acordos.
Insista no combate à corrupção, mas não permita que se coloque família no meio.
Cerque-se de militares, mas para enfraquecê-los não deixe de indicá-los para funções para as quais não estão preparados.
Use sempre a metáfora do namoro para falar de outros homens, mas não precisa explicar.
Escolha ministro do meio ambiente que deteste meio ambiente, mas não o deixe sozinho, afinal a tarefa é grande e um foco de incêndio na Amazônia é uma agulha no palheiro.
Faça questão de indicar os três piores ministros da educação da história, mas não se satisfaça com isso, é preciso agir contra o conhecimento e a cultura.
Convoque atos contra a democracia, mas afirme que se trata de liberdade de expressão.
Defenda o direito de ir e vir, mas não deixe de estendê-lo aos vírus.
Estupra, mas não mata.
Mata, mas não se divorcie.
Queima a floresta, mas ofereça parceria para explorá-la melhor.
Ataca o jornalismo, mas triplica o gasto com publicidade.
Impede o trabalho dos repórteres, mas defende o próprio emprego.
Escore-se em paladinos da moralidade quando precisar, mas não se esqueça de chutá-los na hora certa.
Escore-se em generais de prestígio quando precisar, mas não se esqueça de chutá-los na hora certa.
Despreze a ciência, mas não deixe de se cuidar com recursos públicos.
Cerque-se de nulidades capazes do serviço sujo, mas não deixe que cresçam demais, essa primazia é do PR.
Se abolete num partido de ocasião, mas rife seus caciques quando chegar a fatura.
Escore-se em advogados, magistrados e juristas ambiciosos e submissos, mas não esqueça de deixá-los inseguros sobre a única vaga à vista no STF.
Sucateie a tecnologia instalada, mas anuncie a compra de satélites desnecessários.
Fale da saúde dos homens e mulheres, mas entregue seu cuidado aos veterinários.
Bata, mas não deixe marcas.
Mate jovens negros, mas garanta que foi cumprimento do dever.
Achincalhe os direitos humanos, mas não se esqueça de fomentar o ódio.
Corte direitos trabalhistas, mas diga que é para preservar empregos.
Incense um ministro, mas não deixe de manter vivo o fogo da fritura.
Acuse uma menina violentada de assassinato, mas defenda invasores de hospitais.
Libere as armas, mas não esqueça de falar em liberdade e segurança.
Crie confrontos internacionais com nações livres, mas garanta que são todos comunistas.
Abdique da liderança regional, mas não abra mão de se curvar aos EUA.
Conte os mortos às dezenas de milhares, mas desconverse: e daí?
Elogie milicianos, mas não fique só nas palavras: adoce suas bocas com chocolates.
Acuse os artistas de inimigos, mas não deixe de elogiar os que batem em mulher.
Nomeie um colaborador filonazista, mas no primeiro escorregão o substitua por quem ache tortura natural.
Crie protocolos para indicação de cloroquina na rede pública e constranja os planos de saúde a adotá-los, mas convoque uma junta médica para monitorar sua própria ingesta do medicamento, com eletros quatro vezes ao dia.
Eduque os filhos no ódio, mas sempre em nome do amor à família.
Escolha um guru bizarro, mas não precisa ler seus livros.
Faça um cercadinho na porta de casa, mas não alimente os animais com promessas, basta grosseria e desprezo.
Entre cidadãos e gado, fique com os bovinos, mas não se esqueça das emas.
Crie um ministério da família, mulheres e direitos humanos, mas não deixe de nomear para seu comando alguém comprometido com práticas antigênero, masculinistas e fascistas.
Entregue-se aos interesses do mercado e aos evangélicos, mas não deixe de defender o casal perfeito formado por um liberal em economia e um conservador em costumes.
Condene a politicagem na cozinha da política, mas não se esqueça de convidar o Centrão para a sala de visitas dos acordos.
Insista no combate à corrupção, mas não permita que se coloque família no meio.
Cerque-se de militares, mas para enfraquecê-los não deixe de indicá-los para funções para as quais não estão preparados.
Use sempre a metáfora do namoro para falar de outros homens, mas não precisa explicar.
Escolha ministro do meio ambiente que deteste meio ambiente, mas não o deixe sozinho, afinal a tarefa é grande e um foco de incêndio na Amazônia é uma agulha no palheiro.
Faça questão de indicar os três piores ministros da educação da história, mas não se satisfaça com isso, é preciso agir contra o conhecimento e a cultura.
Convoque atos contra a democracia, mas afirme que se trata de liberdade de expressão.
Defenda o direito de ir e vir, mas não deixe de estendê-lo aos vírus.
Estupra, mas não mata.
Mata, mas não se divorcie.
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