quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

PGE pede quebra de sigilo do “véio da Havan”


Por Altamiro Borges


Em matéria publicada nesta quarta-feira (2), o jornal O Globo revela que a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu "a quebra de sigilo de Luciano Hang e quatro empresas em ação sobre irregularidades na campanha de Bolsonaro em 2018". Será que agora o "véio da Havan" vai ser finalmente investigado?

Segundo o jornal, a PGE enviou a solicitação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No pedido formal, o órgão "apontou a existência de novos indícios de disparo em massa de mensagens no WhatsApp para favorecer a campanha do então candidato Jair Bolsonaro". Milhões foram despejados para espalhar fake news!

O "comportamento anormal" nas eleições

O documento defende a quebra do sigilo bancário e fiscal do patético ricaço bolsonarista e de quatro firmas no período de 1º de julho a 30 de novembro de 2018. Além do dono da Havan, deverão ser investigadas as empresas Quick Mobile, Yacows, Croc Services e SMS Market, suspeitas de financiarem os disparos ilegais.

O vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, pediu ainda ao TSE que “reabra a instrução e julgue em conjunto as quatro ações de investigação judicial eleitoral (Aije) que pedem a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação social”.

O novo pedido da PGE volta a agitar o caso, que estranhamente se encaminhava para o arquivamento sob a desculpa da ausência de provas. Um ofício enviado pelo WhatsApp já havia detectado o "comportamento anormal, indicativo do envio automatizado de mensagens em massa" bancado pelos empresários citados.

Modus operandi no WhatsApp e no Facebook

"Como o documento do WhatsApp só chegou após o encerramento da fase de instrução, a PGE se manifestou pela reabertura do caso em duas ações que já estavam prestes a serem finalizadas. Com isso, o vice da PGE adotou novo entendimento e recomendou as quebras ao TSE", explica O Globo.

"É incontroverso que o surgimento dessa relevante informação - que converge harmonicamente com os fatos narrados na representação inaugural - consiste em indícios suficientes para a revisitação da decisão de indeferimento das medidas cautelares", justificou Renato Brill de Góes.

"Para além desses fatos, deve-se agregar que o modus operandi (contratação de empresas para disparo em massa com o objetivo de divulgação do conteúdo eleitoral) guarda notória semelhança com o adotado por Luciano Hang em relação ao Facebook para o impulsionamento de conteúdo", enfatizou o procurador.

Diante desse aperto do cerco, a defesa do dono da Havan divulgou nota em que afirma que o ricaço "jamais financiou disparo ou impulsionou mensagens pelo WhatsApp durante a campanha eleitoral de 2018". Ela diz ainda que o bravateiro "nada tem a esconder" em seu sigilo bancário. Será? A conferir!

Os novos bonecos de Luciano Hang

Em tempo: Em meados de outubro passado, a Folha informou que “o empresário Luciano Hang, das Lojas Havan, ganhou um boneco para chamar de seu: o Capitão Brasil. O brinquedo começou a ser vendido na última semana, nas vésperas do Dia da Criança, nas lojas da rede por R$ 14,99”.

Na ocasião, o oportunista Kiko Smitas, presidente da Sulamericana, empresa de fantasias e brinquedos que fabrica a miniatura, explicou o motivo da babação. “Por conta da visibilidade que o Luciano estava tendo como patriota, levantando a bandeira do Brasil, a Sulamericana decidiu homenageá-lo e criar um boneco”.

Segundo a matéria, a empresa “também comercializa a fantasia do Capitão Patriota, inspirada em Hang, e tem a expectativa de lançar uma linha dos bonecos com vários figurinos diferentes, como o terno verde e amarelo e as camisetas com mensagens políticas pelos quais o empresário é conhecido nas redes sociais”.

Dependendo da nova linha de investigação sugerida pela Procuradoria-Geral Eleitoral, a Sulamericana poderá fabricar um boneco com o empresário bolsonarista vestindo a camisa de presidiário. Vai ser o maior sucesso!

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