domingo, 4 de julho de 2021

Nas ruas cheias, a volta dos provocadores

Por Fernando Brito, em seu blog:


É preciso leniência zero com os grupos de arruaceiros que, depois de uma longa hibernação, voltaram a aparecer no final da manifestação de ontem, em São Paulo.

Um ato concorrido, pacífico e intenso – como outras três centenas deles por todos o país – não pode e não será maculado por grupos que, desde muitos anos, sabemos ao que servem.

Não é – como acontece na história, por vezes – a fúria de massas contra a injustiça.

São 20 ou trinta sujeitos – certamente parte deles de “otários” cooptados – que planejam isso e espreita, sorrateiramente, os momentos finais, de dispersão para fazer seus ataques, quando os manifestantes, já espalhados e ralos, não podem agir para detê-los.

Não, não é democrático protegê-los em nome da liberdade, porque não há liberdade pessoal em aproveitar-se da manifestação de dezenas de milhares de outras pessoas para fazerem sua “tática”,

Ou, como já vimos naquele caso do capitão do Exército que açulava jovens a partirem para os quebra-quebras, liberdades para serem agentes provocadores.

Quem joga a favor de dar aos inimigos da democracia o discurso de que ela é só quebrar vidraças e atear fogo em lojas é tão inimigo da democracia quanto eles.

Estamos cansados e sem paciência com estes sujeitos, mas vai além disso.

Há muita coisa em jogo: a liberdade, a democracia, o direito de elegermos nossos governantes para que sejam deixada nas mãos de gente que está nitidamente interessada em fazer com que a imagem dos atos seja a de vandalismo e depredação.

Atualização óbvia: Jair Bolsonaro está publicando as cenas de seus “gatinhos” fazendo depredações para posar de democrata. Alguém tem dúvida de a quem estes caras servem?

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