terça-feira, 7 de setembro de 2021

Atos do 7 de setembro repercutem no mundo

Por Altamiro Borges


As imagens dos patéticos dos atos bolsonaristas do 7 de Setembro, que pedem fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, intervenção militar, expulsão do embaixador chinês e outras aberrações, já circulam pelo mundo. O Brasil afunda de vez como pária internacional, o que terá reflexos inclusive na economia.

A repercussão negativa na imprensa internacional é generalizada. O jornal britânico The Guardian deu capa e foi duro na crítica ao "combalido líder brasileiro". Segundo seu site, Jair Bolsonaro está "em uma aparente tentativa de projetar força no pior momento de sua presidência" ao convocar os atos do 7 de setembro.

"Os apoiadores linha-dura de Bolsonaro vão às ruas para defender um líder cujos índices de popularidade despencaram como resultado de escândalos de corrupção envolvendo seus aliados e parentes e pela forma como lidou com a pandemia de Covid, que matou mais de 580 mil pessoas. Outros temem que, com o apoio dos militares, ele possa estar prestes a tentar um autogolpe, pelo qual tomaria poderes ditatoriais fechando as instituições democráticas do Brasil”, descreve o jornal.

Der Spiegel e Le Monde

Já a revista alemã Der Spiegel destacou a invasão da Esplanada dos Ministérios na noite anterior ao ato, comparando-a com o ataque terrorista ao Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro deste ano, por fanáticos seguidores do derrotado Donald Trump. "Apoiadores do presidente extremista de direita Jair Bolsonaro romperam uma linha policial na capital brasileira”. Na avaliação da influente revista, a ação revela o desespero do presidente e de seus seguidores. “Jair Bolsonaro está sob pressão um ano antes da eleição, devido aos números extremamente baixos das pesquisas e à economia em declínio".

O jornal francês Le Monde prefere não tirar conclusões sobre os atos fascistas desta terça-feira. No artigo intitulado “No Brasil, feriado nacional e manifestações de alto risco”, afirma que o resultado dos atos é "totalmente imprevisível" para o futuro do Brasil.

La Nacion e Clarín

Já o jornal argentino La Nación afirma que a motivação do presidente tupiniquim foi puramente eleitoral. “Faltando mais de um ano para as eleições presidenciais, e com seu odiado rival Lula na frente nas preferências dos eleitores, Jair Bolsonaro decidiu queimar os navios e reverter sua sorte com as manifestações”.

Ainda de acordo com a análise do período conservador, a aposta de Jair Bolsonaro “é arriscada” porque a sua investida contra o STF e o Congresso estaria sendo "mal digerida por alguns de seus aliados mais próximos", como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Outro jornal argentino, o Clarín, afirma que se as manifestações forem um fiasco – prometeram 2 milhões de pessoas na Avenida Paulista –, o presidente brasileiro ficará “ainda mais acuado, sob o risco de ser abandonado por seus aliados políticos e pelo mundo empresarial”.

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