Por Altamiro Borges
Após “carta do arrego”, o presidente Jair Bolsonaro anda quieto. Até quando vai durar essa calmaria? Nesta quarta-feira (15), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu investigar quem financiou os atos fascistas do 7 de Setembro. O objetivo é apurar se houve abuso de poder econômico e político, uso indevido de mídias, corrupção e campanha eleitoral antecipada, entre outros crimes. Diante dessa inflamável investigação, o “capetão” pode surtar novamente.
Segundo revelou a GloboNews, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Luís Felipe Salomão, quer saber quem foram os patrocinadores das manifestações – públicos e privados – e qual a motivação do aporte financeiro. Ele pretende apurar também se houve pagamento de transporte, hospedagem, diárias, etc. A investigação pode revelar os nomes de muitos empresários – principalmente do agronegócios – e também apontar o uso indevido de recursos públicos.
Vídeo do ônibus de Pompeia
Reportagem da agência internacional de notícias Reuters, despachada para centenas de veículos no mundo, relata que “um dos materiais que será alvo de investigação é um vídeo divulgado nas redes sociais que mostra cenas do interior de um ônibus supostamente oriundo de Pompeia (SP) em que aparece um homem trajando camiseta com dizeres de apoio ao voto impresso e que distribui dinheiro para os ocupantes do veículo. Para o corregedor, os materiais podem denotar abuso de poder econômico e político, que devem ser inseridos no escopo do inquérito”.
Em sua sentença, o corregedor do TSE foi enfático: “Determino a juntada aos autos do respectivo arquivo de vídeo e seu encaminhamento à Policial Federal responsável pelas apurações deste procedimento, com cópia desta decisão, para que seja providenciada sua transcrição e o aprofundamento das investigações junto às pessoas envolvidas, no prazo de 20 dias".
Muito dinheiro com ônibus e hotéis
Conforme relembra a Reuters, “no mês passado, em uma reação a ataques de Bolsonaro, o TSE abriu um inquérito administrativo para apurar se houve abuso de poder político e econômico, além de outras irregularidades, nas falas que o presidente vinha fazendo insinuando haver fraude no atual sistema de votação e por ameaças à eleição do próximo ano. É nessa apuração que as manifestações do Dia da Independência serão escrutinadas”.
Já o site Metrópoles enfatiza que os atos bolsonaristas custaram muita grana e envolveram uma estrutura pesada. “Brasília e São Paulo concentraram as manifestações. Na capital federal, por exemplo, recebeu caravanas com ônibus fretados de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Tocantins, Bahia e Rio Grande do Sul. Na data, os hotéis do centro da capital operaram com quase 100% da capacidade, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF)”.
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