Por João Guilherme Vargas Netto
Felizmente os terremotos previstos para acontecer no 7 de Setembro não derrubaram nada, embora façam tremer a superfície e invertam a sabedoria portuguesa: as piores consequências já aconteciam antes.
Com efeito, os problemas do povo e particularmente dos trabalhadores continuaram como antes – doença, desemprego, carestia – e muito pouco se falou de seu enfrentamento (exceto algumas manifestações no campo oposicionista, com destaque para o pronunciamento do ex-presidente Lula na véspera do 7 de Setembro) e muito menos o presidente da República, obcecado por sua pregação golpista, minoritária e contestada.
Para o movimento sindical, cuja cúpula dirigente se dividiu sobre as manifestações e continua se dividindo agora em torno da Avenida Paulista, urge reconstruir a unidade de ação com subida às bases, o que deve ser feito sem recriminações, sem bravatas e com inteligência.
Para tanto os dirigentes devem se preocupar prioritariamente com os problemas que afligem os trabalhadores, sem prejuízo de uma orientação oposicionista clara e democrática.
As campanhas salariais em curso precisam ser intensificadas. Os ganhos reais de salário sofrem ataques mais fortes com uma inflação crescente, os direitos conquistados são contestados e a grande vitória na luta contra a MP 1.045 precisa ser consolidada.
A ação sindical – principalmente nas campanhas salariais – deve se preocupar com a urgente e necessária aproximação entre as direções e os trabalhadores representados, consultando-os em suas necessidades e orientando-os em sua unidade e luta.
Costuma-se dizer que um dia depois do outro deve ser vivido; os dias que antecederam ao 7 de Setembro prefiguram os que lhe seguem, porque a luta continua.
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