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Em 17 de março de 2019, poucas semanas após sua posse, o neofascista Jair Bolsonaro obrou para um grupo de extrema-direita reunido na residência oficial do embaixador brasileiro em Washington (EUA): “O Brasil não é um terreno aberto, onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo... Nós temos é que desconstruir muita coisa”.
Nesse caso, o famoso farsante disse a verdade. O processo de fascistização do país virou uma política de terra arrasada. Na sexta-feira passada (27), por exemplo, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o bloqueio de R$ 3,23 bilhões no seu orçamento. O drástico corte afetará principalmente a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, com redução média de 14,5% em cada unidade federal de ensino – perda de cerca de R$ 10 milhões em cada instituição.
Logo após a confirmação do golpe, Claudio Alex da Rocha, reitor do Instituto Federal do Pará e presidente do Conselho Nacional das Instituições Federais (Conif), advertiu que as unidades precisarão cortar gastos com pesquisas científicas, projetos de extensão, manutenção e assistência estudantil para alunos de baixa renda. “O impacto será muito grande”.
“Isso principalmente por dois aspectos: a gente já sofre com a diminuição do orçamento, que é insuficiente para darmos conta das nossas ações; e afeta também nossa retomada presencial”. Criado em 2009, o Conif reúne os reitores dos 38 institutos federais, dois centros federais de educação tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II. O conselho está ligado à Rede Federal, que contabiliza mais de 600 unidades de ensino no país.
Orçamento secreto (RP9) não sofre cortes
Já nesta segunda-feira (30), o destruidor Jair Bolsonaro editou decreto com novas facadas no Orçamento – totalizando R$ 8,239 bilhões. “Com a medida, o governo pretende atingir um corte total no Orçamento 2022 de aproximadamente R$ 14 bilhões, valor necessário para garantir o reajuste salarial de servidores e abrir espaço para os gastos com despesas obrigatórias. Para isso, será necessário novo corte de quase R$ 6 bilhões no Orçamento”, registra o site Metrópoles.
Segundo o Estadão, “o detalhamento sobre quais programas e ministérios vão ser mais atingidos [pelo novo corte] ainda não foi fechado, mas a reportagem apurou que Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia devem ser os mais afetados”. O jornal registra, com ironia, que “não deve haver cortes de emendas de relator, chamadas de RP9, do orçamento secreto, revelado pelo Estadão, e nem das emendas parlamentares de bancada”.
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