Por Altamiro Borges
As manchetes dos jornalões privatistas desta terça-feira (21) só reforçam o jogo de cena de Jair Bolsonaro. Folha: "Pressão derruba presidente da Petrobrás". Estadão: "Pressão política faz o presidente da Petrobrás deixar o cargo". O Globo: "Pressão acelera mudanças no comando da Petrobrás". Valor: "Sob ataque, Petrobrás agora tem presidente interino".
Nos últimos dias, temendo sua queda de popularidade em função dos aumentos seguidos dos preços dos combustíveis, o farsante que governa o país rosnou contra a empresa estatal – apesar dele ser o responsável pela indicação do presidente e da maioria do conselho da Petrobras e por manter a dolarização suicida do Preço de Paridade de Importação (PPI).
Numa típica cortina de fumaça, ele jurou que pediria a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a situação da companhia. “Nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e membros do Conselho. Queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque não é possível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes”, afirmou o bravateiro à Rádio 96 FM de Natal, na sexta-feira (17).
Neofascista tenta desviar as atenções
Com essa manobra, o “fujão e vagal” tentou mais uma vez escapar de suas responsabilidades como presidente. Com fake news e factoides – e a ajudinha da mídia –, o neofascista visou desviar a atenção da sociedade e ainda saciar o apetite da cloaca burguesa privatista com seus ataques à Petrobras. É tudo uma cortina de fumaça para enganar os inocentes!
Como afirma Fernando Brito, no imperdível blog Tijolaço, a tal da CPI da Petrobras rosnada pelo próprio presidente é só mais “um teatrinho”. “Era tudo conversa para que Bolsonaro atirasse a responsabilidade pelo aumento de preços sobre a empresa e posasse de Capitão Abaixa Preço, embora preço nenhum vá baixar tão cedo, especialmente o do óleo diesel”.
Farsante mantém o "discurso de guerra"
Até os oportunistas de plantão, como o fisiológico guloso Arthur Lira, cacique do Centrão e presidente da Câmara Federal, já parecem recuar no seu apoio à abertura de uma comissão de inquérito. Os malandros profissionais sabem que essa CPI pode se tornar um tiro no pé para o próprio governo federal, com prejuízos ainda maiores na disputa presidencial.
Segundo garante a jornalista Carla Araújo, no site UOL, “o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve deixar de lado a ideia de criação de uma CPI da Petrobras, que ganhou força no último final de semana, com mais um aumento dos preços dos combustíveis. Apesar disso, ele deve manter o discurso contra a política da estatal, justamente porque o tema tem sido apontado como um dos maiores problemas ao seu projeto de reeleição... Mesmo sem a CPI, nas palavras de um auxiliar, Bolsonaro vai manter o discurso de ‘guerra aos preços’”. Ou seja: é um farsante descarado, sem-vergonha!
"Cortina de fumaça" do oportunista
Já setores da oposição, que até ensaiaram apoiar a comissão para fustigar o governo, também reavaliam a intenção. “Isso que o Bolsonaro fez, de propor a CPI da Petrobras, é a mesma coisa da receita de cloroquina. Ou seja, é cortina de fumaça para não investir em vacinas”, explica o deputado Reginaldo Lopes (MG), líder do PT na Câmara Federal, que acrescenta:
“Nosso objetivo é acabar com a PPI que não deixa baixar os preços dos combustíveis. O que o Bolsonaro faz é demagogia para acabar com a Petrobras”. Já o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), definiu a criação da CPI como um “balão de ensaio... É mais uma trapalhada que afeta a credibilidade da empresa e gera ganhos para especuladores”.
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