Charge: Rayma Suprani |
Com algum esforço, consigo conter o ímpeto de defender que Lula não participe de debates com Bolsonaro.
Sei que o comando da campanha sabe o que está fazendo e que, através de pesquisas qualitativas internas, conhecidas como “qualis”, detectou que a eventual ausência de Lula traria prejuízo eleitoral.
Escrevo a três dias do debate promovido pela Band e outros veículos de comunicação, marcado para o próximo domingo (16).
De todas as provações enfrentadas por um homem de 76 anos, um estadista mundial que poderia estar desfrutando de sua aposentadoria, mas que é obrigado a voltar ao centro da luta política para salvar a nação da destruição fascista, participar de um debate, cara a cara, com um ser tão repulsivo como Bolsonaro é, sem dúvida, a maior de todas.
Debate político pressupõe um mínimo de civilidade e educação, requisitos que Bolsonaro está longe de possuir.
Confronto de ideias entre dois candidatos à presidência da República, aqui e em qualquer outro lugar, só tem sentido se servir para a apresentação de propostas e projetos para o país. Mas isso é impossível quando um dos candidatos é o mais desprovido de virtudes entre os 7 bilhões e 600 milhões de habitantes do Planeta Terra.
De Bolsonaro, só se esperam agressões, acusações levianas, mentirosas e criminosas, com o propósito de criar confusão e abalar a tranquilidade de Lula.
De ponta a ponta, do início ao fim do debate, Bolsonaro, com certeza, lançará mão de golpes abaixo da linha da cintura e do jogo mais sujo que se possa imaginar. Não tem jeito, é do seu DNA.
Não invejo a sorte do ex-presidente por ter que respirar por algumas horas o mesmo ar que esse sujeito.
Ficou para trás o tempo em que performance em debate era decisivo, ainda mais quando a intenção de voto apresenta altíssimo nível de consolidação como agora. Pode ser que atraia, residualmente, um pequeno percentual de indecisos. E só.
Mais do que torcer para que Lula mantenha a calma, compare governos e não deixe ataques sem resposta à altura, quero agradecer ao maior líder popular da história do Brasil por se submeter a agendas penosas como essa por amor ao povo brasileiro.
Venceremos.
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