Charge: Quinho |
A jornalista Bela Megale revelou no jornal O Globo nesta terça-feira (3) que “Jair Bolsonaro não poderá contar com o salário que vai receber do PL, seu partido, até retornar dos Estados Unidos. O ex-presidente viajou para a Flórida dois dias antes do fim de seu mandato e está sem data para voltar. Aliados acreditam que permanecerá no país por três meses. Michelle Bolsonaro também não terá direito ao pagamento no período em que estiver fora com o marido”.
Se confirmada, a notícia deve azedar ainda mais a relação já ácida entre o fisiológico chefão do PL e o neofascista que alugou a legenda. Segundo a matéria, “Valdemar Costa Neto chegou a ser cobrado por membros da sigla sobre a condição de Bolsonaro e disse que o pagamento só será feito após o retorno do capitão. O montante acertado com o ex-presidente foi de R$ 39,2 mil mensais, valor equivalente ao teto constitucional do setor público”.
A desculpa apresentada para não bancar a mamata do “capetão” foi a de que o partido foi multado e teve seus recursos bloqueados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Mas, como aponta o jornal, a justificativa é esfarrapada. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, já “atendeu a um pedido da legenda e liberou verbas para pagar a folha de pagamento do PL de dezembro, mas o contracheque de Bolsonaro não foi contabilizado”.
Há fortes indícios de que o casamento entre o pragmático Valdemar Costa Neto e o truculento Jair Bolsonaro não vai durar muito tempo. A união foi meramente por conveniência – não foi ideológica, mas por interesse. O clima já anda tenso entre as milícias bolsonaristas e os velhacos profissionais da legenda. Na segunda-feira (2), a Folha noticiou que “a parcela da bancada eleita do PL na Câmara que tem maior identificação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já dá sinais de que vai se comportar de forma autônoma. Com cerca de 40 dos 99 deputados federais, ela criou até um grupo separado de WhatsApp”. Ninguém confia em ninguém no covil!
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