Foto: Carl Court |
No berço do capitalismo, os trabalhadores reagem à exploração e retomam grandes jornadas de luta. Nesta quarta-feira (1), o Reino Unido completou sua maior greve em 11 anos. Segundo os sindicatos britânicos, ela já conta com a adesão de mais de 500 mil grevistas de diversos setores. A paralisação envolve maquinistas de dez empresas ferroviárias, servidores de 150 universidades, 300 mil professores e cerca de 100 mil funcionários de ministérios, portos e aeroportos. É a mais expressiva desde a greve dos servidores públicos em 2011.
Segundo despachos das agências de notícias Reuters e AFP, a principal reivindicação é por aumento dos salários em meio a uma inflação que em dezembro bateu em 10,5%. Nos últimos meses, o Reino Unido viu uma onda de greves nos setores públicos e privados, incluindo os de saúde, transporte e correios. Em dezembro, enfermeiros realizaram sua primeira greve nacional nos mais de cem anos de história do sindicato da área. Outros ramos de atividades também podem aderir ao movimento nas próximas semanas.
Na quarta-feira, milhares de professores marcharam até o Parlamento, sob aplausos de pedestres e buzinas dos automóveis, carregando cartazes que pediam “salvem as nossas escolas”. Pesquisas apontam que 59% dos britânicos apoiam a paralisação das enfermeiras; 43%, a dos professores; e 36%, a dos ferroviários. Segundo o Centro de Economia e Pesquisa Empresarial, o custo das greves até agora foi de 1,7 bilhão de libras (R$ 10,6 bilhões). O custo maior, porém, é político, com o rápido derretimento da imagem do primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador.
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