sexta-feira, 11 de agosto de 2023

PF pede quebra de sigilo do corrupto Bolsonaro

Charge: Gilmar
Por Altamiro Borges


O cerco está se fechando contra o golpista e corrupto Jair Bolsonaro. Nesta sexta-feira (11), a Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente após apontar que ele usou a estrutura do governo para desviar joias de alto valor presenteadas por autoridades sauditas. Além da quebra de sigilo, a PF também pretende tomar depoimento do “capetão” e de outros suspeitos de envolvimento na trambicagem.

A decisão sobre os pedidos cabe agora ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que expediu os mandados de busca e apreensão contra os envolvidos nas negociatas. Os alvos da operação da PF foram o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro, o advogado da famiglia Frederick Wassef e Osmar Crivelatti, tenente do Exército que atuou na ajudância de ordens do ex-presidente.

Três "presentinhos" de quase R$ 900 mil  

Segundo o relatório da PF, apenas três “presentinhos” desviados totalizam quase R$ 900 mil – cerca de R$ 588 mil de um kit de joias com relógio da marca Chopard, que foi colocado à venda em uma leiloeira de Nova Iorque, e R$ 333 mil de dois relógios, sendo um Rolex, que chegou a ser vendido, mas depois foi recomprado para devolução ao patrimônio público.

Segundo o ministro do STF, o relatório aponta “indícios de que alguns presentes recebidos por Jair Messias Bolsonaro em razão do cargo teriam sido desviados sem sequer terem sido submetidos à avaliação do GADH/GPPR [o gabinete de documentação]”. Em um dos trechos, a PF descreve a existência de um áudio em que o ex-faz-tudo relata, em 18 de janeiro deste ano, a existência de US$ 25 mil (cerca de R$ 122 mil) em posse de seu pai, general Mauro Lourena Cid, “possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro”.

Uso do avião presidencial para o trambique

“Na mensagem, Mauro Cid deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro ao ex-presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai”, prossegue o relatório da PF. Em outro áudio, o tenente coronel afirma: “Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Meu pai estava querendo inclusive ir falar com o presidente... E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos, mas também pode depositar na conta... Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor, né?”.

As investigações da PF ainda apontaram que Jair Bolsonaro e sua equipe usaram o avião presidencial em 30 de dezembro de 2022 para retirar do Brasil vários bens de elevado valor. Levados para os EUA, na sequência eles foram encaminhados para lojas especializadas em venda e leilão de objetos nas cidades americanas de Miami, Nova York e Willow Grove. O relatório ainda cita outro voo em que presentes foram levados para o exterior — em junho de 2022, quando Jair Bolsonaro foi aos Estados Unidos para a Cúpula das Américas.

Pedido de retenção imediata dos passaportes

Diante das provas contundentes da Polícia Federal, que justificam o pedido de quebra dos seus sigilos bancário e fiscal, a situação de Jair Bolsonaro vai ficando desesperadora. Não é para menos que nesta mesma sexta-feira (11), os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) requisitaram a retenção imediata dos passaportes do ex-presidente fujão e da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Segundo matéria de Mônica Bergamo no site UOL, a demanda foi apresentada junto ao STF, à PF e à CPMI dos Atos Golpistas. “Os parlamentares justificam que a medida é necessária diante das ‘graves denúncias’ de que Bolsonaro teria utilizado a estrutura do governo federal para desviar presentes de alto valor oferecidos a ele por autoridades estrangeiras.

“O extravio internacional de presentes oficiais por meio do avião presidencial, no mesmo voo que transportou o ex-presidente para fora do Brasil no dia 30 de dezembro de 2022, possibilitou, conforme informações da Polícia Federal, a venda ilegal de bens pertencentes ao Estado brasileiro... Há fortes indícios que os valores obtidos com a venda do Rolex e outras movimentações serviram como fonte de financiamento para o golpe contra os Três Poderes da República e o enriquecimento ilícito do ex-presidente. A PF indica ainda a venda de 'várias joias novas', não apontadas nas investigações anteriores”, argumentam os deputados no ofício para justificar a retenção dos passaportes.

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