terça-feira, 19 de setembro de 2023

Alexandre Garcia engole direito de resposta

Charge: Brum
Por Altamiro Borges


O jornalista Alexandre Garcia, que foi porta-voz do último general da ditadura militar e que hoje é conhecido por difundir fake news, acaba de sofrer mais uma humilhação na sua decadente carreira. Por decisão da Justiça, ele foi obrigado a ler durante o programa “Revista Oeste” o direito de resposta pedido pela Advocacia-Geral da União (AGU) após compartilhar informações falsas que culparam o “governo petista” pelas mortes causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

“O Ministério de Minas e Energia esclarece que a operação das três usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, citadas pelo comentarista, não contribuíram ou agravaram a tragédia que atingiu a região serrana e do Vale do Rio Taquari... As três usinas são do tipo vertedouro de soleira livre, não possuindo comportas para armazenamento ou retenção de água para a geração de energia, não controlando, portanto, o fluxo de água nos rios... O Ministério de Minas e Energia lamenta a politização de tragédia que, infelizmente, assolou cidades gaúchas e trouxe imenso sofrimento a inúmeras famílias”, afirma o texto enviado pela AGU e lido ao vivo pelo jagunço bolsonarista com cara de nádega.

A politização criminosa da tragédia no RS

Como registra o Estadão, “os comentários de Alexandre Garcia sobre a abertura das comportas de três usinas construídas pelas gestões anteriores do PT à frente do governo federal já haviam sido desmentidos por diversos veículos de checagem de informação, inclusive o Estadão Verifica. Diferentemente do alegado pelo comentarista, as três usinas hidrelétricas citadas no vídeo não possuem comportas que armazenam ou retêm água para geração de energia... Antes de fazer a leitura do documento enviado pela AGU, Garcia disse que fazia questão de ler o pedido de resposta por ser um direito constitucional ‘sagrado’. O comentarista, no entanto, contemporizou dizendo que a garantia de resposta vem depois do direito de ‘expressão do pensamento e da liberdade de expressão’ na Constituição Federal”.

O metido a valentão, que gosta de andar ridiculamente fardado de militar e é chamado por seus antigos parceiros de jornalismo da TV Globo de “gagá”, ainda poderá ter outros problemas na Justiça. A humilhação pode ser ainda maior. Na semana passada, o ministro Flávio Dino, da Justiça, postou nas suas redes sociais que a Polícia Federal vai investigar a conduta do difusor de mentiras. “Reitero que fake news é crime, não é ‘piada’ ou instrumento legítimo de luta política. O crime é ainda mais grave quando se refere a uma crise humanitária, pois pode gerar pânico e aumentar o sofrimento das famílias. A PF já tem conhecimento dos fatos e adotará as disposições previstas na lei”.

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