segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Globo não renova com TV do corrupto Collor

Por Altamiro Borges


A situação do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que encerrou a sua tóxica carreira política como cabo eleitoral do fascista Jair Bolsonaro, está cada dia mais complicada. O colunista Carlos Madeiro postou neste domingo (19) no site UOL que a TV Globo não renovará o contrato com a TV Gazeta, sua emissora em Alagoas, após 48 anos de parceria. “A alegação é de que Collor foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal porque usou a tevê em um esquema de corrupção. A TV Gazeta já está em recuperação judicial desde 2019”.

Diante desse anúncio, a emissora do fracassado bolsonarista “ingressou com um pedido dentro do processo de recuperação judicial para exigir que a Globo renove seu contrato de retransmissão em Alagoas e assim ‘evite a falência’ do conglomerado de comunicação do ex-presidente Fernando Collor, que está mergulhado em dívidas e é investigado por fraudes. O pedido da Gazeta foi feito em 8 de novembro, e a resposta da Globo foi anexada ao processo no dia 17 de novembro, obtido com exclusividade por UOL”.

O contrato entre o império global e a empresa de Fernando Collor termina em 31 de dezembro. Caso não sofra um revés judicial, a partir de 1º de janeiro de 2024 a emissora carioca terá uma nova afiliada em Alagoas: Asa Branca. Na resposta à Justiça, o Grupo Globo criticou a ex-parceira: “Com toda franqueza, é covarde a conduta da TV Gazeta. Por não ter se preparado para o termo da relação contratual, da qual era indubitavelmente conhecida há meses, vem agora usar argumentos de terror, de prejuízo a funcionários ou ao soerguimento da empresa, como se fosse a Globo (e não ela própria) a responsável pelas consequências do termo da relação”.

"Gravíssimo dano reputacional"

O Grupo Globo ainda afirma que a continuidade da parceria geraria “gravíssimo dano reputacional”, já que Fernando Collor e a direção da Organização Arnon de Mello foram condenados pelo STF por corrupção. “A Globo não deseja mais permanecer associada à TV Gazeta por ser público e notório que um de seus sócios e seu principal executivo foram condenados pela mais alta corte do país pelo cometimento de crimes, em cuja execução, segundo a decisão do STF, a própria TV Gazeta teria sido utilizada. A manutenção dessa associação contratual traria gravíssimos prejuízos à Globo, maculando sua boa imagem junto à sociedade brasileira”.

O bolsonarista Collor de Mello foi condenado pelo STF em maio passado a uma pena de oito anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – mas segue em liberdade. Já seus negócios empresariais estão afundando. “A gestão das empresas do grupo foi questionada em vários momentos da recuperação judicial, que renegociou R$ 64 milhões de débitos com credores. Ao longo dos anos, só em ‘empréstimos’ da TV aos sócios (todos da família) foram R$ 125 milhões, que nunca foram pagos, deixando de lado a quitação de verbas trabalhistas e fornecedores. O valor, por exemplo, é quase o dobro do valor devido aos credores”.

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