terça-feira, 19 de novembro de 2024

Jornalões aliviam para emissário de Trump

Por Moisés Mendes, em seu blog:


Todos os jornalões brasileiros passam pano para a decisão do anarcocapitalista Javier Milei de esculhambar com a reunião e a declaração final da reunião do G20. Todos.

Todos ignoram a afronta do argentino às decisões de consenso sobre clima, igualdade de gênero e a aliança global de combate à fome e à miséria. Apenas registram o que chamam de impasse.

Não há nos jornais de hoje um editorial, um só, que condene as atitudes desrespeitosas do fascistão com todos os outros governantes presentes no Rio.

Por quê? Porque Milei é o emissário de Trump. Os jornalões se acovardaram, não diante de Milei, mas diante do chefe dele.

Há nos jornais ataques a Janja, para que Elon Musk, o cordial, seja defendido. Mas não há uma linha de opinião da grande mídia criticando a afronta do argentino, que decidiu assinar a declaração final com restrições.

O homem que mata idosos e crianças de fome assinou, sob pressão, uma declaração que dá prioridade ao combate à fome no mundo.

Globo, Folha e Estadão têm seis editoriais. Nenhum enfrenta o presidente argentino, que virou preposto do líder mundial da extrema direita e ontem atacou Lula dentro do Brasil, reproduzindo nas redes sociais conteúdo bolsonarista ofensivo ao presidente que o recebeu.

A cúpula no Rio reuniu 34 chefes de Estados de países membros e convidados. Um só, apenas um, sabotou as questões essenciais do encontro, agindo como emissário da extrema direita americana. Apenas um ofendeu o anfitrião.

Nenhum dos jornalões destaca o protagonismo do Brasil no mutirão mundial contra a fome. Não precisavam destacar Lula. Que fossem menos vira-latas e exaltassem a projeção do país no mundo.

Mas Janja foi, segundo a Folha, o maior problema da reunião dos líderes. Por ter atacado Elon Musk. Só na ditadura os jornalões foram tão subservientes e covardes. Mas pelo menos fingiam defender os interesses do Brasil.

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