quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O manifesto e a malandragem de O Globo

Por Altamiro Borges

Na segunda-feira (24), um grupo de intelectuais, lutadores sociais e ativistas digitais – de várias origens e partidos políticos – lançou o manifesto “Em defesa do programa vitorioso nas urnas”. O objetivo era criticar a violenta ofensiva da direita derrotada nas eleições, que tenta enquadrar a presidenta Dilma Rousseff e, ao mesmo tempo, cobrar do novo governo uma postura mais ousada para avançar nas mudanças no Brasil. O texto teve ampla repercussão nas redes sociais, ecoou no Palácio do Planalto e foi objeto das intrigas e das futricas da mídia oposicionista. Nesta quinta-feira (27), o jornal O Globo reconheceu publicamente o impacto do documento e dedicou um editorial – intitulado malandramente de “Cegueira ideológica no manifesto petista” – para desqualificá-lo.

“Manchetômetro” segue vigiando a mídia

Por Altamiro Borges

Produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (Lemep), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o site “Manchetômetro” foi uma das melhores sacadas das eleições presidenciais deste ano. A academia, infelizmente tão distante da sociedade, deu uma importante contribuição para o avanço da democracia. Através de gráficos e análises, o site acompanhou as manchetes dos três principais jornais do país (Folha, Estadão e O Globo) e, ainda, do Jornal Nacional da TV Globo. Sem adjetivos, ele conseguiu comprovar a postura partidarizada da mídia privada, que priorizou as notícias negativas contra a presidente Dilma Rousseff e fez campanha escancarada para os candidatos da direita. Concluído o pleito, o Lemep informa agora que manterá o site!

O quarto país do mundo em internautas


Por Altamiro Borges

Apesar da banda larga ainda ser cara e lenta, o Brasil segue conquistando posições no ranking mundial dos internautas. Estudo divulgado nesta semana pela consultoria tecnológica eMarketer aponta que até o final deste ano o país deverá superar o Japão e ocupar o quarto lugar no mundo com o maior número de pessoas conectadas. A estimativa indica que o Brasil terá 107,7 milhões de internautas em 2014 – a China seguirá na liderança, com 643,6 milhões de usuários, seguida pelos EUA, com 252,9 milhões, e a Índia, com 215 milhões. No ano passado, o país contabilizou 99,2 milhões de internautas.

Para que serve a economia?

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

O escândalo da Petrobras fica fora das manchetes na quarta-feira (26/11), após longa permanência como o assunto principal dos diários de circulação nacional. Passam a compor as primeiras páginas especulações em torno do futuro ministro da Fazenda, ainda não anunciado oficialmente, e os novos indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Como é de rotina, os jornais reduzem a visibilidade dos novos dados sobre a violência em São Paulo: o número de latrocínios – roubos seguidos de morte – aumentou 41,6% na capital paulista no mês passado.

"Sabesp Day" e a crise da água em SP

Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:

Circula nas redes sociais essa semana um vídeo institucional resgatado de maio de 2012. Trata-se da comemoração dos 10 anos do lançamento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no mercado de capital. Há dois anos, a atual presidente Dilma Pena foi à Nova York, acompanhada de uma comitiva, para tocar os sinos da bolsa americana. Em 2002 que a Sabesp começou a atrair fortemente o interesse de investidores estrangeiros, hoje responsáveis pelo controle de 24,2% da empresa.

2014: o ano que não começou

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Vamos deixar para resolver tudo depois do Carnaval.

Só dá pra gente tratar desse assunto quando acabar a Copa do Mundo, se é que vai ter... Antes disso, é impossível decidir qualquer coisa.

Tem que esperar passar as eleições. Sei lá como as coisas vão ficar...

Só vou decidir o que fazer depois que a Dilma anunciar a nova equipe econômica.

EUA e China: Briga de cachorro grande

Por Ricardo Carneiro, no site Brasil Debate:

Nas últimas semanas, ocorreram dois encontros econômicos de grande relevância envolvendo, em um deles, os países das vinte maiores economias, o G-20, e, em outro, as economias mais dinâmicas do mundo, o Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico, APEC na sigla em inglês.

A imprensa brasileira deu grande destaque ao primeiro, embora seus resultados, afora os acordos envolvendo os BRICS, tenham deixado a desejar. Contudo, não atribuiu a merecida relevância ao da APEC, no qual se revelou com clareza uma disputa crucial entre a China e os EUA para o futuro da economia global.

Reforma tributária: quem paga a conta?

Por Paulo Gil Introíni, na revista Teoria e Debate:

"... O grau em que um sistema [de tributação] produz igualdade econômica, em comparação com o grau de igualdade econômica que prevaleceria sem ele, é uma questão que trata do sentido de justiça social dentro dessa comunidade. Depende da questão, puramente política, de quanta desigualdade quer tolerar a sociedade". Nicholas Kaldor, economista húngaro

No debate tributário, a primeira pergunta a ser feita é: afinal, quem paga a conta? Quem arca com o ônus do financiamento do Estado? Dito de outra forma, quais os segmentos sociais suportam, por meio dos tributos arrecadados, o financiamento das políticas públicas? Essa é a questão central. A pergunta é fundamental também para nos certificarmos, ou não, da eficácia redistributiva do sistema fiscal como um todo, ou seja, para sabermos se o Estado não está dando com uma mão e tirando com a outra.

Ministério de Dilma: verdades e fantasias

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Há um imenso alarido em torno do ministério de Dilma.

Pela esquerda, floresceu um sentimento de indignação assim que se surgiram nomes como o de Joaquim Levy e, mais ainda, Kátia Abreu.

Em sua coluna de hoje na Folha, o ativista Guilherme Boulos sugeriu, dado o andar da carruagem, que Dilma também levasse para sua equipe Lobão, Bolsonaro e Reinaldo Azevedo.

PSDB se aproxima da extrema-direita?

Por Renan Truffi, na revista CartaCapital:

Em junho de 1988, mês da fundação do PSDB, o ex-deputado tucano Nelton Friedrich, hoje no PV, definiu assim o perfil dos integrantes do partido que acabava de nascer: “Felizmente temos já um perfil ideológico claro: de liberais progressistas, de sociais democratas e de socialistas democráticos”, resumiu sob aplausos da plateia, formada por pessoas como Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso. Mais de 26 anos depois, integrantes da mesma legenda estão em meio a um processo de aproximação com a extrema direita que culminou com a participação ativa nos protestos que pedem o impeachment presidencial, mesmo diante de eleições legítimas, e intervenção militar no Brasil.

Dilma reitera abertura ao diálogo

Do blog de Zé Dirceu:

Temos todos os motivos para aplaudir, nós e todos os segmentos sociais brasileiros – nem há como não fazê-lo – a disposição manifestada pela presidenta Dilma em encontro com o teólogo Leonardo Boff e com o frade dominicano Frei Betto de “a partir de agora ter como um ponto alto do seu governo um diálogo permanente, orgânico, contínuo, com os movimentos sociais, e com a sociedade em geral”, segundo a declaração da chefe do governo reproduzida por Boff.

Palestinos recebem solidariedade dos povos

Editorial do site Vermelho:

No Ano Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino e nas vésperas do 29 de novembro, Dia Internacional comemorado pelo mesmo motivo, a Organização das Nações Unidas (ONU) debateu a causa palestina e a ocupação em importante sessão na última segunda-feira (24) e na terça-feira (25). Os palestinos pretendem pedir ao Conselho de Segurança uma resolução estabelecendo um prazo para o fim da ocupação, mas preocupam-se com a oposição certeira e o veto dos EUA.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pesquisas eleitorais serão reguladas?

Por Altamiro Borges

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve votar ainda nesta semana a proposta que proíbe a divulgação de pesquisas nos 15 dias que antecedem o 1º e o 2º turnos das eleições. Segundo a Folha, “a tendência é de aprovação. Defensores da emenda afirmam que institutos têm cometido reiterados erros e que a veiculação dos levantamentos na reta final da disputa influencia indevidamente o voto do eleitor”. Entre os senadores que defendem a limitação há, porém, divergências sobre o tempo. “O relator da proposta, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), diz estar inclinado a aceitar sugestões de reduzir a vedação para algo entre dois e cinco dias pré-eleição”. Mesmo assim, a pressão dos institutos de pesquisas e da mídia privada é violenta para impedir qualquer limitação.

Metrô censura livro sobre black blocs

Por Altamiro Borges

Numa decisão arbitrária, a direção tucana do Metrô paulista se recusou a veicular nas suas estações e trens um anúncio publicitário do livro "Mascarados: A verdadeira história dos adeptos da tática black bloc", da Geração Editorial – a mesma editora que publicou "A privataria tucana" e "O príncipe da privataria". A obra, de autoria da cientista social Esther Solano e dos jornalistas William Novaes e Bruno Paes Manso – analisa os protestos da famosa jornada de junho em São Paulo, que se alastraram pelo país após as cenas de violência amplamente divulgadas pela mídia.

Demissões no CQC: “Um pezão na bunda”

Por Altamiro Borges

O programa CQC, famoso por sua linha “humorística” invasiva e desmoralizadora, bem que poderia fazer um especial sobre a postura truculenta dos donos dos meios de comunicação no país. Enquanto ostentam fortunas e circulam em festas luxuosas, eles demitem sem vacilar seus serviçais. Daria uma bela pauta, com direito a risíveis escrachos. Na segunda-feira (24), foi a vez do “humorista” Oscar Filho comunicar aos seus seguidores que foi dispensado. "Fui mandado embora, me deram um pezão na bunda", afirmou em seu blog. Antes dele, Guga Noblat e Ronald Rios já tinham sido descartados pela direção da Band. Marcelo Tas, o chefão da turma de preto, foi mais esperto e pediu as contas antes – talvez já temendo o pior ou com base em algum acordo de bastidor.

­

Tucanos tomaram gosto pelo tapetão

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Depois de tentarem anular no tapetão do TSE as eleições, agora os tucanos escrevem a crônica da derrota anunciada na votação do projeto que retira da meta fiscal as isenções de impostos (mais de R$ 80 bilhões, só este ano) da meta de superávit fiscal.

Mídia e a violência contra as mulheres

Por Sarah Fernandes, na Rede Brasil Atual:

A mídia tem grande responsabilidade sobre os casos de violência contra a mulher, em principal por transmitir a ideia de que o corpo feminino é um objeto que pode estar à disposição do prazer masculino. A observação é da secretária-adjunta de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), Rosângela Rigo.

Ferguson: A explosão da revolta nos EUA

Do site Opera Mundi:

A Justiça dos Estados Unidos decidiu na noite desta segunda-feira (24/11) não indiciar o policial que matou o jovem negro Michael Brown no mês de agosto em Ferguson, Missouri. Após ouvir 60 testemunhas, o júri anunciou que não existe "causa provável" para acusar o oficial Darren Wilson - que, no dia 9 de agosto, disparou seis vezes contra o adolescente de 18 anos, que estava desarmado na ocasião.

"Regulação da mídia é medida sanitária"

Por Roberto Requião, no blog Viomundo:

Há nesta Casa senadoras e senadores que são radicalmente contra qualquer tipo de regulação da mídia.

A justificativa é sempre a mesma: a defesa da liberdade de imprensa. Mas, respondam-me. A propriedade cruzada de meios de comunicação, isto é, o fato de o mesmo grupo empresarial controlar jornais, revistas, rádios, televisões, internet não favorece a monopolização da informação e o consequente manejo de opinião?

Dilma e os poderes de Joaquim Levy

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Depois de promover uma campanha permanente pela saída de Guido Mantega do Ministério da Fazenda, a oposição já se mostra impaciente para garantir plenos poderes a seu sucessor anunciado, Joaquim Levy.

Aloizio Mercadante, ministro-chefe da Casa Civil, já foi até criticado porque sublinhou, recentemente, que o governo Dilma não irá abandonar os compromissos com a defesa do emprego e do salário - senha que, na agenda atual do país, ajuda a distinguir rapidamente aqueles pontos que separam o governo Lula-Dilma de seus adversários.