quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O quarto país do mundo em internautas


Por Altamiro Borges

Apesar da banda larga ainda ser cara e lenta, o Brasil segue conquistando posições no ranking mundial dos internautas. Estudo divulgado nesta semana pela consultoria tecnológica eMarketer aponta que até o final deste ano o país deverá superar o Japão e ocupar o quarto lugar no mundo com o maior número de pessoas conectadas. A estimativa indica que o Brasil terá 107,7 milhões de internautas em 2014 – a China seguirá na liderança, com 643,6 milhões de usuários, seguida pelos EUA, com 252,9 milhões, e a Índia, com 215 milhões. No ano passado, o país contabilizou 99,2 milhões de internautas.

A explosão da internet no país já tinha sido confirmada por outros estudos recentes. Segundo pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, o número de casas com computadores conectados no país passou de 25%, em 2008, para 49%, em 2013. Apesar destes avanços, ainda há gravíssimos problemas. A banda larga no Brasil é avaliada como uma das mais caras do mundo; a qualidade dos serviços prestados pelas operadoras privadas, a maioria delas multinacionais, também é das piores. Nas zonas rurais, 7,5 milhões de lares ainda não possuem qualquer conexão à internet.

Segundo a consultoria eMarketer, o crescimento da internet no Brasil ocorreu, principalmente, devido à oferta de aparelhos com preços mais acessíveis. As vendas de celulares e tablets, com acesso à banda larga móvel, ajudaram na rápida expansão. O pacto de dados da internet com ofertas diferenciadas para a necessidade de acesso de cada consumidor também ajudaram no aumento do número de internautas. Um decreto da presidenta Dilma Rousseff, de abril do ano passado, que reduziu os impostos dos smartphones e dos roteadores digitais, também ajudou o aumento do número de usuários neste período.

A explosão da internet no Brasil deve angustiar os latifundiários da mídia. Ela agrava a crise do seu modelo de negócio, com milhões de brasileiros que migram dos jornalões, das revistonas e, inclusive, das emissoras de tevê para as novas tecnologias da informação. As tiragens e audiências despencam. Até o mercado publicitário reavalia os seus investimentos. O monopólio privado da palavra privada perde nacos de poder. Nas eleições presidenciais deste ano, a força das redes sociais e da blogosfera ficou ainda mais evidente, despertando uma onda de ódio dos barões da mídia. O estudo da eMarketer deve gerar mais medo.

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