domingo, 10 de julho de 2016

CPMF, Cide e os patos da Fiesp

Por Altamiro Borges

Nas marchas pelo impeachment de Dilma, muitos "midiotas" carregaram felizes os patinhos amarelos distribuídos gratuitamente - com recursos públicos do Sistema S - pela eterna golpista Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Manipulados, eles acharam que a derrubada de um governo eleito democraticamente permitiria a brusca redução da carga tributária no Brasil. Agora, porém, os menos idiotas devem estar com a pulga atrás da orelha. Todo dia pinta um boato de que o governo do Judas Michel Temer pretende elevar os impostos. E, como diz o ditado popular, onde há fumaça, há fogo!

A resistência não dá trégua aos golpistas

Virada Cultural em Belo Horizonte. Foto: Jornalistas Livres
Por Jeferson Miola

Mudou a qualidade da resistência democrática. Nas últimas semanas, diminuiu a freqüência das manifestações de massas contra o golpe no Brasil. Elas passaram a acontecer em intervalos maiores de tempo e, muitas vezes, aglutinando segmentos específicos da sociedade.

Essa realidade, entretanto, ao contrário do que avaliam alguns, de maneira alguma significa o arrefecimento ou o declínio da luta contra o golpe e em defesa da democracia.

Diplomacia das patadas ou das pataquadas?

Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Sigamos algumas acepções do Aurélio para o termo "diplomacia": "ciência ou arte das negociações"; "circunspecção e gravidade nas maneiras"; "delicadeza, finura";"astúcia ou consumada habilidade com que se trata qualquer negócio". Convenhamos, é tudo o que falta ao senador e ministro provisório das Relações Exteriores, José Serra, que desde que se tornou o interventor no Itamaraty, está implantando a sua "diplomacia das patadas".

Os golpistas e a entrega do pré-sal

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

Um projeto em tramitação no Congresso Nacional, de autoria do senador José Serra (PSDB/SP), com apoio do governo interino, prevê a possibilidade de ampliação da presença de empresas estrangeiras na exploração do petróleo do Pré-Sal. Os depósitos de óleo ali existentes, pelo que já se conhece, coloca o Brasil entre os três maiores produtores mundiais.

O senador, pré-candidato à Presidência da República nas próximas eleições, ocupa o cargo de ministro das Relações Exteriores no governo interino de Michel Temer. No comando do Itamaraty, participa de fóruns internacionais que tratam dessa questão.

Osmar Serraglio, o moralista de Cunha

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O deputado Osmar Serraglio emergiu como guardião da moralidade ao presidir a CPI dos Correios em 2005, quando pediu a cassação de 18 deputados por envolvimento com o chamado mensalão. Em seu relatório minucioso e permeado por considerações sobre moralidade e ética na política, Serraglio usou uma citação bíblica como epígrafe: “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não venha a ser revelado, e nada há de escondido que não venha a ser conhecido.” Jesus Cristo, in Mateus, 10:26. De fato, onze anos depois, sua rigidez moral também está sendo revelada. Ele tornou-se um dos arqueiros de Eduardo Cunha para postergar decisões do Conselho de Ética e evitar sua cassação.

A crise e o diagnóstico medíocre de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Temos de reconhecer que Michel Temer é insuperável na sua mediocridade.

Sua capacidade de falar o óbvio e esgotar seu pensamento na superficialidade é, convenhamos, extraordinária.

E usando uma forma de falar e um gestual que dá a impressão de, sobre qualquer assunto, estar falando de uma porcaria qualquer.

Voltar ao primeiro artigo da Constituição

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Quando há uma crise generalizada como esta que estamos vivendo e sofrendo sem perspectiva de uma saída que crie consenso, não temos outra alternativa senão voltar à fonte do poder politico, expressão da soberania de um povo. Temos que resgatar todo o valor do primeiro artigo da Constituição, parágrafo único:”Todo poder emana do povo”.

O povo é, pois, o sujeito ultimo do poder. Em momentos em que uma nação se encontra num voo cego e perdeu o rumo de seu destino, este povo deve ser convocado para dizer que tipo de país quer e que tipo de democracia deseja: esta com um presidencialismo de coalizão, feito de negócios e negociatas para garantir uma suficiente base parlamentar ou uma democracia de verdade, na qual os representantes eleitos representam efetivamente os eleitores e não os interesses corporativos e empresariais que lhe garantiram a eleição? Urge avançar mais: precisamos dar forma política à vontade de participação por parte do povo organizado nos destinos do país, mostrada nas jornadas de 2013.

Serra e o servilismo na política externa

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Roberto Amaral, no Jornal GGN:

No discurso de transmissão do cargo de ministro das Relações Exteriores ao professor e empresário Celso Lafer (2001), aquele chanceler que se notabilizaria por tirar os sapatos e as meias para ingressar nos EUA, o ministro Luiz Felipe Lampreia, resumindo a política externa do governo FHC (a dependência encantada), proclamou:

"O Brasil não pode querer ser mais do que é".

Golpe vai cercear a liberdade de expressão

Do site Carta Maior:

Por que o governo interino – e ilegítimo – de Michel Temer quebrou contratos na ordem de irrisórios R$ 11,2 milhões (0,6% do orçamento da Secom em 2015) com as microempresas da mídia alternativa? Por que tamanho ataque, também, contra a Empresa Brasil de Comunicação, a EBC?

Segundo Venício Lima, um dos maiores especialistas em democratização da comunicação no Brasil, “governos autoritários sempre começam cerceando a liberdade de expressão”. Em entrevista exclusiva à Carta Maior, ele dimensiona o papel dos blogs e sites progressistas e comenta a guerra travada pelo oligopólio da comunicação contra qualquer iniciativa em prol da pluralidade e diversidade de vozes no país.

Jornada de 80 horas para os "coxinhas"

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:



O lado obscuro da alma do blogueiro sente uma satisfação mórbida quando se materializam desgraças que os que sabiam que o golpe era golpe avisaram que sobreviriam. Apesar de que estar certo, nesse caso, significa que você também vai se dar mal, é analgésico saber que as hordas de imbecis que se fantasiaram com camisetas amarelas também pagarão alto preço.

Claro que muitos dos fascistas que inundaram as ruas pedindo golpe contra Dilma Rousseff serão, sim, beneficiados por medidas contra os trabalhadores que decorrerão da derrubada do governo eleito em 2014. São os que têm motivos para apoiar o golpe por serem beneficiários de medidas contra trabalhadores que o golpista Michel Temer já anunciou que tomará.

Cunha: Choro ou lágrimas de crocodilo?

Por Frei Betto, no site da Adital:

A história do Brasil é marcada por renúncias emblemáticas. D. Pedro I abdicou em favor do filho. Deodoro da Fonseca renunciou ao ver fracassar seu golpe de estado. Vargas idem, desgastado pelo Estado Novo. Jânio renunciou à presidência na tentativa de se tornar ditador, e Collor quando se viu ameaçado pelo impeachment.

Renúncia de político não costuma ser um reconhecimento de que seu futuro será apenas rememorar o passado. É uma artimanha. D. Pedro I agiu assim para que Portugal não perdesse a sua mais importante colônia. Deodoro, para garantir que o poder continuasse em mãos dos militares. Vargas, para evitar que seus direitos político fossem cassados. Jânio, inebriado pela ideia de voltar como ditador nos braços do povo. E Collor, para se antecipar ao processo de impeachment.

O que explica a popularidade de Bolsonaro

Por Tico Santa Cruz, no jornal Brasil de Fato:

O que explica o crescimento do nome do deputado Jair Bolsonaro entre usuários de redes sociais e até em alguns setores da sociedade? Ele vem ganhando adesão por conta do discurso raso e populista que adotou. Vem faturando em cima da indignação da população com os escândalos de corrupção, com os casos de violência e com a desilusão diante desse sistema falido que prospera há séculos nesse país.

Nesse contexto, a superficialidade de seu discurso cai como uma luva, já que ela não mostra a complexidade e as contradições dessas questões.

Liberdade para Julian Assange

Por Ignacio Ramonet, no site Sul-21:

Já se completaram quatro anos desde que, em 19 de junho de 2012, o ciberativista australiano Julian Assange, paladino da luta pela liberdade de informação, se viu obrigado a refugiar-se nas dependências da embaixada do Equador, em Londres. O pequeno país latino-americano teve a coragem de lhe oferecer asilo diplomático, quando o fundador do WiliLeaks se encontrava perseguido e acuado pelo governo dos Estados Unidos e vários de seus aliados (Reino Unido e Suécia, principalmente). A justiça sueca exige que Assange se apresente em Estocolmo para testemunhar pessoalmente sobre as acusações de agressão sexual feitas por duas mulheres a quem ele haveria mentido sobre o uso de preservativo.

sábado, 9 de julho de 2016

Jornada de 80 horas. Volta, Isabel!

Por Lindbergh Farias e Marcelo Zero

Há pouco tempo, escrevemos artigo no qual afirmávamos que o golpe ameaça desconstruir os legados sociais de Lula, Ulysses Guimarães e Getúlio Vargas.

Estávamos enganados.

O apetite reacionário e excludente dos golpistas vai além. Eles querem também acabar com o legado social da Princesa Isabel.

Com efeito, foi o que deu a entender o presidente da CNI, apoiadora do golpe, o qual, após encontro com o Interino Usurpador, anunciou que os brasileiros têm de trabalhar 80 horas por semana, ou 12 horas por dia.

Queda da tiragem de Folha, Globo e Estadão

Por Raymundo Gomes, no blog Diário do Centro do Mundo:

A informação que mais impressiona, no post de Fernando Rodrigues no UOL sobre os gastos do governo Dilma com publicidade na mídia, não é a manchete por ele escolhida, o corte de R$ 260 milhões sofrido pela Rede Globo em 2015. É um dado que passou despercebido em meio às muitas tabelas do post: a vertiginosa queda de tiragem dos três jornalões brasileiros, Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo.

O pecado original de Sergio Moro

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

A Operação Lava Jato, maquinada pelo juiz Sergio Moro, da 14ª Vara Criminal de Curitiba (PR), e executada por procuradores da República e pela Polícia Federal, no 27º mês de existência, enfrenta obstáculos de um lado e de outro. Ora por boas razões, ora por maus propósitos. Essas são metas guiadas pelo objetivo de “estancar a sangria”, segundo a frase suspeita do senador Romero Jucá.

Em essência são dois movimentos iguais com objetivos distintos. Um reage para conter os arrufos de Moro nos limites da legalidade, o outro costura um acordo, conforme as delações indicam, para conter e guarnecer a liberdade de empresários, funcionários públicos e políticos envolvidos com propinas bilionárias. Para esse grupo é preciso estancar a Lava Jato. A qualquer preço.

Brasil é o paraíso dos sonegadores

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Nessa semana Lionel Messi e seu pai foram condenados, na Espanha, a 21 meses de prisão, além de pagamento de multa, por fraude fiscal. Os dois são acusados de terem sonegado 4,1 milhões de euros em impostos. Neymar e seu pai também acumulam problemas com a justiça relacionados ao pagamento de impostos, tanto no Brasil quanto na Espanha. No Brasil o jogador teve R$ 188 milhões bloqueados por sonegação fiscal. Enganar o fisco parece ser um programa pai e filho apreciado pelos astros do futebol e seus genitores.

Kassab terá de explicar decreto pró-Globo

Do blog Viomundo:

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, terá que prestar esclarecimentos à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados sobre o decreto que “autoriza a transferência indireta da concessão de serviço de radiodifusão de sons e imagens outorgada à Globo”. O requerimento, de autoria do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), foi aprovado nesta quarta-feira (6).

Mata-se no Brasil por qualquer coisa

Por Jandira Feghali

Mata-se muito no Brasil. Matam pela cor da pele do menino que sai de casa com um saco de pipoca e matam aqueles que praticam sua sexualidade de forma livre, como o século 21 permite.

Matam mulheres por serem mulheres. Agridem, asfixiam, violentam. Somem com elas. As estatísticas se avolumam ano a ano, mostrando que a luta contra a intolerância é uma guerra constante em nosso país.

A OMS já emitiu um alerta quando o assunto é a morte de brasileiras. Com um registro de 4,8 mortes a cada 100 mil mulheres, o feminicídio nos coloca na vergonhosa e inaceitável quinta posição do ranking mundial de “mortes de mulheres por serem mulheres”. Quando há o recorte étnico, esse número se torna mais assustador. Segundo o Mapa da Violência sobre homicídios no público feminino, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875.

Rumo a uma Era da Desintegração?

Por Patrick Cockburn, no site Outras Palavras:

Vivemos numa era de desintegração. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que no Oriente Médio e na África. De lado a lado da vasta faixa de território entre o Paquistão e a Nigéria, há pelo menos sete guerras acontecendo – no Afeganistão, Iraque, Síria, Iêmen, Líbia, Somália e Sudão do Sul. Esses conflitos são extraordinariamente destrutivos. Despedaçam os países onde estão ocorrendo, a ponto que é de se duvidar se algum dia poderão recuperar-se. Cidades como Aleppo, na Síria; Ramadi, no Iraque; Taiz, no Iêmen; e Benghazi, na Líbia, foram reduzidas a ruínas, em parte ou totalmente. Há também pelo menos três outras sérias conflagrações: no sudeste da Turquia, onde as guerrilhas curdas estão combatendo o exército turco; na península do Sinai, no Egito, onde atua uma guerrilha pouco divulgada, porém feroz; e no nordeste da Nigéria e países vizinhos, onde o Boko Haram continua a fazer ataques assassinos.