quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

‘Pejotização’ acentua desigualdade de renda

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Segundo um estudo do pesquisador Fábio Castro, que busca contribuir com a compreensão dos mecanismos do Imposto de Renda de Pessoa Física e sua influência sobre as desigualdades no Brasil, um fator que gera distorções é a categoria de rendimentos isentos ou não-tributáveis no Imposto de Renda de Pessoa Física. Esta cresceu 154% entre 2003 e 2012: de R$ 221 bilhões para R$ 562 bilhões. No mesmo período, os rendimentos tributáveis cresceram bem menos, em torno de 86%.

Carnaval de Temer leva 60 para Marambaia

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Falam tanto que o Brasil está quebrado, gastando mais do que arrecada, mas este é um país rico para os donos do poder, que ganham todos acima de R$ 30 mil por mês.

Paga auxílio-moradia para a casta da Justiça que é dona de imóveis, mais um monte de penduricalhos, num país com 6 milhões de sem-teto.

Paga os melhores planos de saúde para os seus nobres parlamentares enquanto o povo morre nas filas dos hospitais.

Paga auxílio-pré-escola para procuradores como aquele herói que combate a corrupção.

Setor elétrico: Mais caro e mais sujo

Por Ikaro Chaves e Fabíola Latino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Não é verdade que o projeto do governo Temer para o setor elétrico brasileiro se resuma à privatização da Eletrobras. Ele vai muito além, mas assim como a irresponsável proposta de privatizar a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a mudança no marco legal do setor aponta para um perigoso e insustentável futuro para o país.

O Brasil construiu uma das matrizes energéticas mais limpas e renováveis do mundo, muito em função do setor elétrico. A título de comparação, no ano de 2016 quase 70% da energia elétrica produzida no Brasil teve origem hidráulica, enquanto que na China, maior consumidor desse produto no mundo, mais de 60% da produção teve por base o carvão mineral. Entretanto essa vantagem econômica e ambiental está seriamente ameaçada.

A Folha contra o Datafolha

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

O jornal Folha de S.Paulo não gosta do Datafolha. Manda-o fazer pesquisa, paga por ela, recebe os resultados e mete-se a bagunçá-los. Desde quando resolveu pisar no acelerador para alavancar a imagem de Michel Temer, vem fazendo isso, causando embaraços e ferindo suscetibilidades internas. Não que a direção do jornal se incomode. Ao que parece, o fim (acabar com o lulopetismo) justifica os meios (quaisquer que sejam). Os incomodados que se retirem. Na pesquisa mais recente, repetiu a dose.

O coronelismo midiático no Brasil

Do blog Socialista Morena:

O Brasil apresenta os piores indicadores para a pluralidade na mídia entre 12 países em desenvolvimento analisados pelo Monitor de Propriedade de Mídia (MOM, na sigla em inglês), uma iniciativa dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) com coordenação em nosso país do Intervozes, entidade da sociedade civil que atua em defesa do direito à comunicação. O estudo mostrou que o ex-presidente Lula está absolutamente correto quando diz que a mídia brasileira está nas mãos de meia dúzia de famílias, verdadeiros coronéis midiáticos.

Embraer não pode ser vendida nem dividida

Editorial do site Vermelho:

A pretensão da Boeing em adquirir a Embraer, expõe várias facetas da relação entre o “mercado” e o Estado, principalmente quando se trata de uma empresa estratégica com atuação direta na defesa nacional.

A Embraer nasceu em 1969, com apoio do Ministério da Aeronáutica, para fabricar aviões de pequeno porte para uso no mercado regional. Destacou-se, nestes quase cinqüenta anos, como uma das empresas de ponta da tecnologia brasileira, projetando e fabricando jatos para uso civil e militar de grande sucesso no mundo. Rapidamente se tornou um grande fabricante mundial no setor. Em 1994, o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso prestou ao Brasil o desserviço de privatizar a Embraer e, hoje, 85% de suas ações está nas mãos de investidores privados estrangeiros. Na época, em virtude das implicações para a defesa nacional que decorriam da privatização da empresa, foi criada a golden share (ação preferencial), nas mãos do governo federal e que dá ao presidente da República poder de veto sobre ações que envolvam a empresa.

País só é protagonista se for 'nacionalista'

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

"Eu não vejo como um país possa emergir de uma posição periférica para uma posição central sem ser profundamente nacionalista", diz o economista Paulo Nogueira Batista Jr., para quem atualmente não há debate de ideias, mas um pensamento único – "Não é pensamento, é único" –, predominante, do que ele chama de "turma da bufunfa", do sistema financeiro, nas políticas e na mídia. "Pensar é visto com desconfiança", afirma, em entrevista a blogs e sites, ontem (5), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, na região central de São Paulo.

Como a 'Folha' trata o contraditório

Por Gilberto Maringoni, no blog Diário do Centro do Mundo:

Neste domingo (4), o caderno Ilustríssima, da Folha de S. Paulo, publicou extenso artigo de Armínio Fraga e Robert Muggah, fazendo um diagnóstico da política externa brasileira e traçando rumos para o futuro. Postei ontem mesmo o texto aqui no Facebook.

Achei o artigo superficial e muito ruim.

Escrevi ao editor do caderno, cujo nome omito, para saber da possibilidade de publicarem uma réplica, que eu pretendia escrever.

STF estupra a Constituição para prender Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Nada que acontece no judiciário brasileiro é fortuito.

Na Suprema Corte, sorteios para distribuição de processos entre juízes, teoricamente baseados em complexos algoritmos, podem ser descobertos previamente.

E não é necessário ser vidente para antecipar o prognóstico. Basta conhecer-se a cara do “freguês” para conhecer-se antecipadamente quem será seu julgador e, mais importante, qual será o resultado do julgamento.

Boeing, Bombardier e o Brasil

Por Manuela d'Ávila, no Blog do Renato:

Dizer que os países desenvolvidos deixam o mercado agir livremente não passa de uma mentira mal-intencionada.

O jornal britânico “The Guardian” trouxe em janeiro reportagem sobre uma queda de braço entre os Estados Unidos e o Canadá a respeito da importação de aeronaves. De um lado, estava a norte-americana Boeing. Do outro, a canadense Bombardier.

A Boeing acusou a Bombardier de vender jatos abaixo do preço de custo para a companhia norte-americana Delta Airlines e disse que o dumping teria sido financiado por subsídios ilegais dos governos do Canadá e do Reino Unido (este último está interessado no tema porque uma das principais fábricas da Bombardier fica na Irlanda do Norte).

Grito de resposta engasgado no ar do Brasil

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O enredo dos filmes policiais ensina que matar é fácil, o problema dos assassinos é o que fazer com o cadáver.

Como destruir as pistas?

Como dissimular a cena do crime de modo a fundir, por exemplo, vítima e algoz num mesmo corpo e desautorizar assim suspeitas inconvenientes?

Como tornar isso crível aos olhos de uma atávica desconfiança popular, essa que no Brasil, com elevada porcentagem de acerto, considera que Getúlio foi empurrado à morte, Juscelino sofreu acidente criminoso e Tancredo teve fim suspeito.

Lula é o quase-morto da lista.

A grande manipulação da Lava-Jato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Para não se perder nas siglas, um pequeno glossário:

DOE – Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, que administrava o caixa 2 e as propinas do grupo.

Drousys – sistema criptografado de troca de mensagens.

MyWebDay – sistema criptografado que fazia a contabilidade do DOE.

Peça 1 - O livro de Tacla Duran


Temer vira garoto propaganda na mídia

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Nestes dias, o presidente instalado do Brasil, Michel Miguel Elias Temer Lulia, assumiu a condição de publicitário e foi à emissoras de rádio e televisão fazer propaganda da Reforma da Previdência.

Assisti pacientemente o desfile midiático de Temer no SBT – primeiro no programa Silvio Santos e depois no Ratinho –, na estreia do Amauri Jr. na Band, e sua participação na rádio Bandeirantes. Uma overdose para ninguém botar defeito.

Um programa de auditório, um “talk show” e um de celebridades.

Somados, foram 59 minutos e 57 segundos de publicidade da Reforma da Previdência, do governo e do próprio presidente.

Temer pode cair antes do fim do mandato

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O flerte de Geddel Vieira Lima com a delação premiada foi só mais um sinal de que o Brasil ainda pode se livrar de Temer antes do final de seu mandato, em decorrência de complicações maiores em sua situação jurídico-político. Se vier uma terceira denúncia em plena campanha eleitoral, não haverá quem convença a maioria dos deputados a salvar Temer mais uma vez. Ele pode ser afastado pela aprovação da denúncia ou até mesmo renunciar, invocando problemas de saúde, não sem antes garantir o foro especial para ex-presidentes. Hoje estas hipóteses podem parecer delirantes mas há uma questão que lhes confere plausibilidade: o substituto seria o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que poderia disputar a reeleição no cargo, com apoio do Centrão e de boa parte do mercado-empresariado. Ou seja, a direita, e o não os brasileiros, é que ganhariam com uma queda tardia de Temer, depois de todos os retrocessos e malvadezas já cometidos.

Auxílio-moradia: Direito ou privilégio?

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Privilégios e vísceras do Judiciário

Mandela e Lula falam com Gramsci

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

A busca de analogias históricas, para cortejar a coerência no presente, sempre me seduziu. A história nem sempre se repete e – quando se repete – nem sempre o faz como farsa. Ou mesmo como tragédia. Pode se dizer que – dentro de um mesmo ciclo da história- esta repetição pode ser provável. Quando os acontecimentos marcam o “fim de uma época”, porém, as formas de sociabilidade se revolucionam, face as mudanças tecnológicas profundas, na produção, nas comunicações e nos grandes movimentos globais do capital, mudando os padrões da política e das lutas em seu entorno. É a época em que a história quase respira, ilusoriamente, livre do passado.

Se votar como Gilmar, Gilmar absolve Lula

Por Antonio Barbosa Filho

Às vésperas de deixar a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Gilmar Mendes concedeu várias entrevistas àquela que a advogada Rosângela Moro chama de “imprensa amiga”, nas quais foi indagado sobre a eventual inelegibilidade do ex-presidente Lula em 2018, devido a estar incurso na Lei da Ficha Limpa (lei complementar 135, de 04/06/2010). Em todas as ocasiões, o notório magistrado afirmou que devido à condenação do líder nas pesquisas em segunda instância, ou seja, por um órgão colegiado (a turma do Tribunal Regional Federal-4, de Porto Alegre), tal candidatura torna-se impossível, e a Justiça Eleitoral acatará pedido de impugnação, se houver.

Mídia se vacina contra podres da Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Reproduzo abaixo uma reportagem da Época apenas por curiosidade, além da tradicional ajuda às historiadoras do futuro. A Época pertence a Globo, e a mídia, nos últimos dias, resolveu mostrar ao judiciário quem manda: ela, a mídia corporativa, representante do capital financeiro internacional. Juízes são apenas seus capitães do mato.

De qualquer forma, a reportagem está errada. O TRF4 não foi “mais severo” com Lula. Foi mais criminoso, isso sim. O que o TRF4 fez com Lula foi um crime gravíssimo, que deveria ser punido com demissão sumária e abertura de processo criminal contra cada um dos desembargadores.

Que sejamos mais baderneiros

Do blog Raiva Sacra
Por Ana Julia Ribeiro, no jornal Brasil de Fato:

Sempre que realizamos algum protesto de expressão popular sobre qualquer reivindicação que seja (saúde, educação, direitos trabalhistas, etc) a primeira crítica que escutamos da mídia conservadora ou quando lemos alguns comentários nas redes sociais é de que tudo não passa de obra de um bando de baderneiros.

No entanto, todas as nossas manifestações dos últimos anos são reivindicações de princípios e direitos já garantidos na constituição brasileira. A baderna da juventude que ocupa escolas e universidades, muito além de lutar por uma educação pública de qualidade (Art. 6º da Constituição), também promove a autonomia e a participação social e politica dos jovens, previstos tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente quanto no Estatuto da Juventude.